A celebração pelos 88 anos do Teatro Rival Refit no sábado, dia 26, foi carregada de emoção. Como o poder do teatro está na resistência cultural, nada melhor do que comemorar com samba, símbolo dessa resiliência e dessa força. Os artistas convidados eram Tia Surica – que levou sua famosa feijoada para deleite de todos –, Teresa Cristina, Mauro Diniz e Didu Nogueira, o mestre de cerimônias. Mas havia tantos sambistas maravilhosos na plateia que houve um incrível rodízio no palco da cultura carioca. As canjas ficaram por conta de Moacyr Luz, Nilze Carvalho, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Dorina, Marcelinho Moreira, Jorge Simas, Wanderley Monteiro, Chico Alves e as Matriarcas do Samba – Nilcemar Nogueira, Geisa Ketti, Selma Candeia e Vera de Jesus (neta de Cartola, filha de Zé Ketti, filha de Candeia e neta de Clementina, respectivamente) –, que farão um show em ritmo de carnaval, com muito samba e marchinhas, na próxima quinta-feira, dia 31, no Teatro Rival Refit.
Um dos momentos de mais emoção foi no discurso das atrizes Angela e Leandra Leal, donas do teatro. “Nosso comprometimento é com a cultura porque a cultura é o povo e nós somos a cultura. É a cultura que dita o que nós comemos, o que nós vestimos, o que nos forma como cidadãos. Cidadania é cultura. Um povo sem sua cultura é um povo sem nada, sem ritmo, sem força e sem vontade. A cultura está aqui, está nestas paredes”, exaltou Angela Leal. Visivelmente emocionada, ela falou que já sonha com os 90 anos do teatro, em 2024.
A comemoração – que foi transmitida e está disponível no canal do Teatro Rival Refit no YouTube – ainda teve homenagens ao ator Ary Fontoura, que, – recém-chegado ao Rio em 1964, vindo da natal Curitiba – conseguiu um papel na peça “Caiu, primeiro de abril”, sucesso durante cinco meses no Rival, ao lado de grandes nomes como Milton Moraes, Brigitte Blair e Thelma Reston. Aos 89 anos, o ator recebeu no palco o quadro com sua foto, que fará parte da galeria do teatro. Os outros homenageados foram os saudosos Nelson Sargento e Monarco, cujas famílias se emocionaram ao ver os quadros com as fotos deles.
Não faltaram agradecimentos: aos artistas, empresários, produtores, parceiros, colaboradores, público e, claro, à Refit, patrocinadora do teatro, que não largou as mãos de Angela e Leandra Leal e manteve o apoio mesmo com a casa fechada durante a pandemia. “O mais antigo teatro da iniciativa privada do Brasil chegar aos 88 anos é motivo de festa, sim! E é muito importante que uma empresa privada fomente a cultura. Que sirva de exemplo para outras! Viva a Refit! E muito obrigada”, encerrou Leandra.