Tributo a Ancestralidade no Renascença Clube

Tributo a Ancestralidade no Renascença Clube

por Redação

No 13 de maio, o Renascença Clube não comemora a data da maneira oficial, visto que a sua comunidade negra tem consciência de que no momento da Abolição faltou criar as condições para que a população negra pudesse ter um tipo de inserção mais digna na sociedade. Houve uma Abolição formal, mas os negros continuaram excluídos do processo social. As mudanças nesse cenário de exclusão e discriminação estão acontecendo, mas ainda há muito por fazer. Por isso, o Renascença Clube considerado um dos últimos quilombos urbanos da cidade do Rio de Janeiro, local de resistência, auxilia esse processo com ações afirmativas, para que se possa sentir uma diminuição dessas desigualdades.

Assim, o Renascença Clube comemora a data com um culto à ancestralidade homenageando os 50 anos da montagem teatral, na quadra do Renascença, da peça Orfeu Negro, uma releitura do espetáculo Orfeu da Conceição, peça teatral escrita por Vinicius de Moraes, em 1954, baseada no drama da mitologia grega de Orfeu e Eurídice. A montagem teatral da peça no Renascença aconteceu em 1973, com elenco composto por atores negros: Zózimo Bulbul, Clea Simões, Zezé Motta, Geraldo Rosa, Jacyra Silva, José Araújo, Antonio Pompêo, além de jovens atores da Companhia de Teatro do Renascença, criada pelo Departamento Cultural do Clube, sob comando dos atores Haroldo de Oliveira e Ubirajara Fidalgo. O cenário foi assinado pela arquiteta Vera Figueiredo e a música pelo maestro Paulo Moura que, na época, regia uma orquestra de músicos iniciantes. Esse foi um grande momento na história do Renascença, quando alguns jovens atores formados no grupo teatral do clube deram os primeiros passos na carreira artística, outros buscaram suas realizações profissionais e de vida, mas todos tiveram uma base de conhecimento através da cultura, artística e profissional que lhes deram o empoderamento e pertencimento social para conquistar os seus espaços como cidadãos.

Tributo a Ancestralidade no Renascença Clube

As portas do Renascença vão ser abertas às 13 horas, com a tradicional feijoada dos Pretos Velhos. A seguir as homenagens para os atores vivos e os familiares dos já falecidos que atuaram na peça Orfeu Negro, em especial para o seu diretor, Haroldo de Oliveira, ator, diretor, produtor que atuou em cinema, teatro e TV e que, há 50 anos, já militava pela causa negra. Também, serão realizados esquetes teatrais de Orfeu, com o Grupo Palco dos Mil Sons (GPMS). Será exibido documentário, de 15 minutos, com entrevistas com Jorge Coutinho, José Araujo, Beto Jamaica, Lea Garcia, entre outros, sobre os 50 anos da peça. Esse documentário é uma pequena mostra do trabalho que continuará a ser realizado para resgatar uma memória que não pode ser apagada do cenário artístico-cultural da cidade do Rio de Janeiro. Às 17 horas, para encerrar a programação, uma roda de choro com o grupo Choro da Ribeira.

Acreditando no seu potencial histórico, o Renascença resgata a memória afetiva, cultural e teatral do clube.

Serviço
Dia: 13/05
Hora: 13h
Local: Renascença Clube (Rua Barão de São Francisco, 54 – Andaraí)
ENTRADA FRANCA

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