Durante este encontro, Sigmund Freud, crítico implacável da crença religiosa, e C.S. Lewis, renomado professor de Oxford, crítico literário, ex-ateu e influente defensor da fé baseada na razão, debatem, de forma apaixonada, o dilema entre ateísmo e crença em Deus. O texto de Mark St. Germain é baseado no livro “Deus em Questão”, escrito pelo Dr. Armand M.Nicholi Jr. – professor clínico de psiquiatria da Harvard Medical School. Freud quer entender porque um ex ateu, um brilhante intelectual como C.S. Lewis, pode, segundo suas palavras, “abandonar a verdade por uma mentira insidiosa” – tornando-se um cristão convicto.
No gabinete de Freud, na Inglaterra, eles conversam sobre a existência de Deus, mas o embate verbal se expande por assuntos como o sentido da vida, natureza humana, sexo, morte e as relações humanas, resultando em um espetáculo que se conecta profundamente com o espectador através de ferramentas como o humor, a sagacidade e o resgate da escuta como ponto de partida para uma boa conversa. O sarcasmo e ironia rondam toda essa discussão. As ideias contundentes ali propostas nos confundem, por mais ateus ou crentes que sejamos.
O cenário assinado por Fábio Namatame reproduz o consultório onde Freud desenvolvia sua psicanálise e seus estudos. Ele estava exilado na Inglaterra depois de ter fugido da perseguição nazista na Áustria, em plena segunda guerra mundial, no ano de 1939.
Em uma entrevista sobre o espetáculo, o autor comenta: “A peça mostra um embate de ideias. Isso é uma armadilha, e eu não queria que o espetáculo se transformasse em um debate. Por isso, pelo bem da ação dramática, situei o encontro entre Freud e Lewis no dia em que a Inglaterra ingressou na Segunda Guerra Mundial. Então, são dois homens no limite, sabendo que Hitler poderia bombardear Londres a qualquer minuto.”
O diretor Elias Andreato optou por uma encenação que valorize a palavra, construindo as cenas de modo que o texto seja o protagonista e as ideias estejam à frente de qualquer linguagem.-“ O Teatro é uma forma de arte onde os atores apresentam uma determinada história que desperta na plateia sentimentos variados. É isso o que me interessa: despertar sentimentos e acreditar na força de se contar uma história. É muito prazeroso brincar de ser outro e viver a vida dessa pessoa em um cenário realista, com figurino de época, jogando com ficção e realidade. Isso é a realização para qualquer artista de teatro. E é assim que defino essa experiencia de me debruçar sobre a obra teatral de Mark St. Germain: A Última Sessão de Freud. Depois de 25 anos de sessões de psicanálise, talvez seja necessário me deixar conduzir, cada vez mais, pela paixão que tenho por meu oficio: o Teatro. A minha profissão de fé. E crer: a arte sempre nos salva de todos os perigos”, comenta o diretor.
Para Odilon Wagner a experiencia de interpretar Freud é fascinante: ”Para um ator ter a oportunidade de representar um personagem tão intenso e profundo, que fez parte de nossa história recente, é um privilégio. A construção desse personagem me fez vibrar desde a primeira leitura, foram meses estudando sua vida e personalidade, para tentar trazer um recorte mais fiel possível do último ano de vida desse grande gênio do século XX.”
SERVIÇO
Temporada de 3/3 a 27/3 de quinta a domingo. Quinta a sábado às 20h e domingo às 19h
Entrada gratuita
Classificação- 12 anos
Duração- 90 minutos
Sala Itaú Cultural (Piso térreo)
Mostra de Teatro Musical Autoral “Arte É Progresso” encerra temporada em São Paulo
Após temporadas de estreia e os desdobramentos que cada projeto teve, como as montagens internacionais de “Cargas D’Água”, filme de “O Mágico di Ó” e a versão para o streaming de “Bom Dia Sem Companhia”, essa foi a primeira vez onde todos os espetáculos estiveram em cartaz simultaneamente, durante um mês e no mesmo teatro.
Reunindo mais de 50 artistas nacionais, a ideia da mostra, produzida por Luiza Porto e Vítor Rocha através da Encanto Artístico e da Enxame Produções Culturais, é justamente ocupar os palcos – depois de muito tempo fora deles – com histórias brasileiras e destacar a importância de se produzir espetáculos autorais, que falem para e sobre o nosso povo.
“Se Essa Lua Fosse Minha” na sexta-feira (18), “O Mágico di Ó” no sábado (19) e “Bom Dia Sem Companhia” no domingo (20), sempre às 20h30. Os ingressos estão à venda pelo Sympla.com.
Serviço:
Mostra de Teatro Musical Autoral “Arte É Progresso”
“Se Essa Lua Fosse Minha”
Sessão extra 16 de fevereiro de 2022
Quarta-feira às 20h30
Última sessão 18 de fevereiro de 2022
Sexta-feira às 20h30
Ingressos: R$70,00 (inteira) e R$35,00 (meia)
Vendas de ingressos: https://bileto.
Gênero: Musical
Duração: 140 min.
Classificação etária: 12 anos
“O Mágico di Ó, O Clássico em Forma de Cordel”
Última sessão até 19 de fevereiro de 2022
Sábado às 20h30
Ingressos: R$70,00 (inteira) e R$35,00 (meia)
Vendas de ingressos: https://bileto.
Gênero: Musical
Duração: 70 min
Classificação etária: Livre
“Bom Dia Sem Companhia”
Última sessão 20 de fevereiro de 2022
Sexta-feira às 20h30
Ingressos: R$70,00 (inteira) e R$35,00 (meia)
Vendas online: https://bileto.sympla.
Gênero: Musical
Duração: 60 min
Classificação etária: 12 anos
Ponto de Venda sem Taxa de Conveniência:
Teatro Viradalata – Rua Apinajés, 1387 – Sumaré, São Paulo – SP
Informação: (11) 3868-2535
Horário de atendimento ao público:
sexta – das 19h até 22h
sábados – das 19h até 22h
domingos – das 17h até 20h
Sonhatório faz 6 apresentações
Apresentado pela Zilor e viabilizado pelo Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, a Cia Truks, referência nacional na arte do teatro de animação, apresenta no projeto “O Surpreendente Mundo dos Objetos”, o espetáculo Sonhatório (Prêmio APCA e Coca Cola FEMSA) nas cidades de Quatá. A peça foi criada por Henrique Sitchin e Gabriel Sitchin, tem texto e direção de Henrique Sitchin e elenco formado por Gabriel Sitchin, Rogério Uchoas e Thaís Rossi.
As apresentações são gratuitas e acontecem nas seguintes datas:
Dia 22/02 – 09h | EMEIEF PROFª ANGELA MARIA PELLINI GARCIA – GI
Av. Matheus Raphael, 112, Asa Branca.
Quatá-SP
Dia 22/02 – 14h | EMEIEF LUIZ GAGLIARDI
Av. Dr. Rodolpho Sebastião Giorgi, 224. Centro.
Quatá-SP
Dia 23/02 – 09h | E. E. PROFº FRANCISCO BALDUINO DE SOUZA – CHIQUINHO
Dia 23/02 – 14h30 | E. E. PROFº FRANCISCO BALDUINO DE SOUZA – CHIQUINHO
Av. Comendador José Giorgi, 1263 – Centro.
Quatá – SP
Dia 24/02 – 09h | ETEC DR. LUIZ CÉSAR COUTO (Colégio Agrícola)
Rodovia Antônio Farinasso, km 3.
Quatá-SP
Dia 24/02 – 14h | EMEIEF PROF. OSIRA DE ARRUDA MENDES
Rua João Gonçalves de Farias, 77, Vila Margarida Maia.
Quatá
O espetáculo
É hora do almoço no Sanatório Boa Cabeça. Sentam-se à mesa para a refeição três supostos loucos. Porém, não há nada para comer ou beber. Para passarem o tempo, os amigos resolvem brincar com os objetos que têm à sua volta. É então que partem para uma deliciosa viagem pela imaginação, que os levará para áridos desertos, para o fundo do mar e para longínquos planetas. Incríveis e criativos personagens feitos de guardanapos, bacias, copos, garrafas pet, sacolas plásticas, talheres e pratos os acompanharão por suas “superaventuras”. Após finalmente almoçarem, revela-se ao público a surpresa: eram eles de fato os loucos, ou são loucos aqueles incapazes de brincar? Nossos amigos oferecem ao público um dos melhores remédios para tudo: a possibilidade da construção de uma vida mais saudável, feita da sincera amizade, e de muito bom humor. Eles transformam o que seria um sanatório em um… sonhatório!
Nesta peça, a Cia Truks utiliza a técnica de teatro conhecida por “Teatro de Objetos”, ou então, como gostam de chamar, à maneira Truks, de “Teatro Com Objetos”. Aqui, o uso cotidiano do objeto é mudado para construir nossas criaturas, ou simbolizar personagens. Uma colher de pau se transforma em uma cozinheira, um algodão pode ser um pintinho, ou, então, uma simpática vaquinha é construída com canecas e um cantil. “Em Sonhatório transformamos sacos de lixo em águas vivas, garrafas térmicas em pinguins, pequenas xícaras em espevitados patinhos, uma chaleira branca em um esplendoroso cisne, entre outras dezenas de criaturas”, contam os criadores.
Henrique Sitchin conta que o procedimento tem clara e direta relação com o que o educador Jean Piaget definiu como ‘jogo simbólico’. “É uma forma de comparação que as crianças encontram para entenderem o mundo ao seu redor, bem como fortalecerem a sua individualidade. A criança, pela pouca experiência de vida, não tem repertórios para fazer comparações e ou entendimentos racionais, elaborados, de certos assuntos. Então, para isso, elas usam do artifício do jogo simbólico: brincam de ser como o papai, para entenderem, na prática, que são necessárias regras de convívio; brincam de boneca para experimentarem ser como a mamãe; empenham uma espada para sentirem-se fortes como os príncipes e os heróis, conversam com bichinhos imaginários, são capazes de enxergar vida onde não há vida. Passam a conhecer a si mesmas e, a partir daí, terão subsídios também para começar o processo de identificação do outro – prática fundamental para o convívio em sociedade”.
O espetáculo conta com o apoio da Prefeitura de Quatá.
FICHA TÉCNICA
Criação: HENRIQUE SITCHIN e GABRIEL SITCHIN
Texto e Direção: HENRIQUE SITCHIN
Elenco: GABRIEL SITCHIN, ROGÉRIO UCHOAS e THAÍS ROSSI
Criação e Confecção de Bonecos e Figuras: HENRIQUE SITCHIN, GABRIEL SITCHIN, RAFAEL
Concertos festejam Semana da Arte Moderna
O Teatro Dulcina, no Centro do Rio de Janeiro, recebe dois concertos gratuitos em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, tendo como foco duas linguagens artísticas que também fizeram parte do evento em 1922: a literatura e a música. Produzido pelo Sistema Nacional de Orquestras Sociais – Sinos, o evento integra o programa Arte de Toda Gente, parceria da Fundação Nacional de Artes – Funarte com a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, com curadoria de sua Escola de Música, e será transmitido pelo canal Arte de Toda Gente, no Youtube.
O primeiro concerto, dia 18 de fevereiro, às 19h, tem por tema A poesia modernista na canção de câmara brasileira. Na apresentação, o barítono Inacio de Nonno e a pianista Caroline Barcellos abordarão um amplo repertório produzido por compositores de diferentes gerações, que traduziram em música poesias de autores como Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes.
No dia 19 de fevereiro, também às 19 horas, o segundo concerto é centrado no repertório instrumental e tem por tema O Modernismo antes e depois da Semana de 22, que procura mostrar que a tendência já se fazia presente nas artes brasileiras antes do evento em São Paulo. O programa é centrado na obra de Villa-Lobos, único compositor convidado em 1922 e que ocupou boa parte da programação. O “antes da Semana” é representado por três números da “Prole do Bebê No.1”, uma suíte de peças para piano composta em 1918, e pelas “Três Danças Africanas”, compostas originalmente para piano entre 1914 e 1915, mas transcritas para octeto, versão que estreou em 1920, no Instituto Nacional de Música, no Rio de Janeiro. A interpretação é do pianista Cristiano Vogas, que é seguido por Sofia Ceccato (flauta) e Márcio Costa (clarineta), apresentando “Choros Nº 2”, homenagem de Villa ao escritor Mário de Andrade.
A versão para octeto das “Três Danças Características Africanas” foi uma das obras apresentadas por Villa-Lobos na Semana de Arte Moderna de 1922.
O “Depois da Semana” é representado pelos Choros No.2, para flauta e clarineta, obra dedicada a Mário de Andrade. Nessa composição, Villa-Lobos transpõe para o universo da chamada música erudita, o ambiente sonoro dos chorões cariocas. A prática de utilização de material de origem folclórica e popular, já presente na produção de Villa-Lobos e que se tornaria uma das características do modernismo nacionalista brasileiro, tem como referência teórica o “Ensaio sobre a Música Brasileira”, que Mário de Andrade publicou em 1928. A peça será interpretada por Sofia Ceccato (flauta), Márcio Costa (clarineta), Cristiano Vogas (piano), Tomaz Soares (violino), Luísa de Castro (violino), Clara Santos (violino e viola), Daniel Silva (violoncelo) e Rodrigo Favaro (contrabaixo), com regência de Thiago Santos.