Victor Biglione lança tributo ao ícone da música Luiz Bonfá em “Nos tempos do Jacarandá”

Usando a craviola 12 cordas de aço popularizada por Luiz Bonfá, Biglione apresenta projeto que homenageia o aclamado álbum “Jacarandá” e a carreira do coautor de “Manhã de Carnaval”, que faria 103 anos no dia do lançamento, 17 de outubro

por Redação
Biglione com a Craviola Gianinni, utilizada no tributo

O guitarrista e violonista Victor Biglione lança o álbum “Nos tempos do Jacarandá”, projeto totalmente instrumental que homenageia um dos grandes nomes da música nacional e internacional, o violonista e compositor Luiz Bonfá (1922/2001) e seu histórico disco “Jacarandá” (1973). A novidade chega às principais plataformas digitais no dia 17 de outubro, sexta-feira, quando Bonfá faria 103 anos. O álbum terá nove faixas, com sucessos como “Paula e Bebeto”, de Milton Nascimento, “Lucy in the Sky with Diamonds”, dos Beatles, e “Pavane”, de Gabriel Fauré, e conta com Biglione utilizando a craviola de 12 cordas que o homenageado lançou ao mundo no icônico disco. Para fazer o pré-save de “Nos tempos do Jacarandá”, acesse https://mills-records.lnk.to/JacarandaAR

Na sequência, Biglione lança o álbum com show no dia 31 de outubro, sexta-feira, no Manouche, no Jardim Botânico. O lançamento acontecerá dentro do projeto “Mills e Uma Noite”, idealizado por Carlos Mills, produtor do álbum. A cantora Julie Wein fará uma participação especial e vai interpretar o clássico “Manhã de Carnaval”.

Biglione, que foi marcado pelo álbum no início da sua trajetória como músico e guitarrista, sempre teve a intenção de homenagear Bonfá e, ao lado do percussionista Sérgio Benchimol, assume a responsabilidade de fazer o tributo, principalmente sendo esse o primeiro álbum em tributo feito por um guitarrista a Bonfá. Utilizada por Bonfá, a craviola 12 cordas acabou sendo posteriormente utilizada por grandes nomes da música mundial como Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin.

50 Anos de Carreira

Em 2025, Biglione também está comemorando 50 anos de uma premiada carreira, sendo vencedor de dois prêmios Grammy, um com o grupo Manhattan Transfer(1988) e outro com Milton Nascimento(2000). Além de prêmios musicais, Victor também carrega um currículo com mais de 30 trilhas sonoras para filmes, tendo conquistado 2 Kikitos de Ouro (“Como Nascem os Anjos” – 1996, de Murilo Salles e “Operação Condor” – 2007, de Roberto Mader) no Festival de Cinema Gramado, um dos mais importantes do país. Experiências cinematográficas que Victor compartilha com Bonfá, que compôs algumas trilhas sonoras durante sua carreira com destaque para a trilha de Orfeu Negro(1959), que venceu a Palma de Ouro de Cannes, e para sua participação especial em Copacabana Palace(1962), hotel onde Victor foi diretor musical das noites de Bossa & Jazz entre 2021 e 2023.

Perguntado sobre a influência do álbum de Bonfá em sua carreira, Victor comenta que o impacto passa da sua trajetória pessoal e alcança todo o mundo da música:”A importância do Bonfá não é nem para mim, né? É para a música, para a cultura brasileira, para a história do Brasil e para a visibilidade do Brasil no mundo.

Principalmente por causa do filme Black Orpheus, lançando ao mundo “Manhã de Carnaval”, uma composição fundamental para a nossa história e para a nossa visibilidade internacional. Todo mundo tocou no álbum Jacarandá, todos os músicos de ponta, fora os arranjos do Eumir Deodato. E isso levou a craviola de 12 cordas também para o mundo e para ser usada em outros estilos.  Então, para mim, aquilo marcou muito. O disco teve bastante repercussão também no Brasil”, relembra Victor.

Origem do Tributo

“O momento em que eu pensei nesse tributo foi em 2001, na ocasião do falecimento do Bonfá. Porque eu vi que os pouquíssimos tributos que tinham eram todos cantados, e eu achava que ele precisava de um tributo como instrumentista, e como violonista de seis e doze cordas. E no momento em que eu fui me aprimorando mais no violão de doze cordas, eu falei: ‘Esse é o momento de fazer’. Eu acho que eu tenho condições de agora fazer esse tributo ao Bonfá. Eu tinha conhecido o Bonfá em 1978, logo que ele retornou ao Brasil. Fui levado para lá pelo saudoso trompetista Márcio Montarroyos. Tive a oportunidade de conhecer o Bonfá e fiquei fascinado. E quando eu soube do falecimento, eu falei:  Está na hora de eu fazer essa homenagem ao Bonfá’. Eu fiz o que ele fazia também em muitos dos seus discos: interpretar vários compositores com abrangência internacional. Tem Beatles, tem John Coltrane, tem Milton Nascimento, tem Gabriel Fauré, Caetano Veloso, João Donato”, pontua Biglione.

Carlos Mills, produtor musical do projeto, fala o que o motivou a assinar a produção desse tributo: “A proposta do projeto me cativou: fazer uma homenagem à estética do Luiz Bonfá, usando o instrumento que ele consagrou, no caso, o violão de 12 cordas. Assim, músicas novas foram interpretadas com “a pegada do Luiz Bonfá”, mesmo que ele não as tivesse gravado em sua discografia. Achei essa ideia do Victor muito ousada e criativa!”

Depoimentos

Marcos Valle, cantor, compositor e um dos grandes nomes da música brasileira e internacional, diz: “Quando comecei a participar das reuniões da Bossa Nova, em 1962, eu tinha o prazer de ouvir os diversos estilos dos grandes violonistas. O Bonfá trazia uma elegância, uma sonoridade brilhante, uma técnica incrível, misturando isso nas harmonias, frases e solos inigualáveis. Só um outro violonista e guitarrista brilhante, como o Victor Biglione, poderia fazer essa homenagem. Esse álbum do Victor é lindo, percorre canções de autores do Brasil e do exterior, mostrando toda sua técnica e versatilidade, acompanhado apenas por percussão, e com um resultado lindo”, diz Marcos Valle.

Em outro depoimento, o violonista e compositor João Bosco, também grande expoente da música, comenta: “São seis horas da manhã e eu aqui ouvindo sons que brotam de uma terra bem fecundada, nos dando tronco, galhos e folhas que contam uma história, que são a base do século XX, de onde grande parte de nós fomos forjados. De Fauré a Bituca, passando por Bonfá (em um belíssimo e vigoroso tributo ao compositor de “Manhã de Carnaval”) Coltrane (esse com cores ibéricas) Mingus, Donato, Gershwin e Beatles, formando um mosaico de nossas vidas sonoras impregnadas em nossa alma, de nossos instrumentos”, diz João.

Serviço:

Mills em Uma Noite – Lançamento “Nos Tempos do Jacarandá” – Victor Biglione e Carlos Mills e participação especial de Julie Wein.

Local: Clube Manouche – Rua Jardim Botânico, 983, Jardim Botânico, Rio de Janeiro (RJ)

Dia e horário: 31 de outubro (sexta-feira), às 21h

Ingressos: R$ 70 (meia-entrada), R$ 70 (Ingresso solidário +1kg de alimento não perecível), R$ 140 (inteira)

Lotação: 240 lugares

Rede social: https://www.instagram.com/victorbiglione/

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