Virginia Cavendish e Ana Cecilia Costa em Mary Stuart, direção Nelson Baskerville

por Redação
Mary Stuart

A peça conta as últimas 24 horas de vida de Mary Stuart, presa por 18 anos a mando da prima e rainha Elizabeth I, que vê seu trono ameaçado pela escocesa.

Depois do sucesso em São Paulo, com mais de 30 mil espectadores, chega ao Rio a versão contemporânea de Robert Icke, uma montagem moderna e acessível ao grande público do clássico escrito em 1.800 pelo poeta e filósofo alemão Friedrich Schiller (1759-1805).

A sombria disputa travada entre as rainhas Elizabeth I (1533-1603) e Mary Stuart (1542-1587) pelo trono da Inglaterra no século 16 é tema do espetáculo Mary Stuart, dirigido por Nelson Baskerville, que estreou no Teatro do SESI- SP em 2022, circulando pelo interior paulistano, e chega agora ao Rio de Janeiro, no Teatro Nelson Rodrigues. A tradução é assinada por Ricardo Lísias e a adaptação por Robert Icke.

O espetáculo é estrelado por Virginia Cavendish e Ana Cecília Costa/Ana Abbott (alternante), que interpretam as monarcas Mary Stuart e Elizabeth, respectivamente, e dividem a cena com Cesar Mello, Joelson Medeiros, Eucir de Souza, Letícia Calvosa, Adilson Azevedo, Jhonnas Oliva, Giovani Tozzi, Alef Barros e Julia Terron. (*)

(*) Alternância de elenco: Ana Cecília Costa de 28 a 31/08, 04 a 07/09, 20 e 21/09; Ana Abbott de 11 a 14/09, 18 e 19/09.

Com um olhar contemporâneo sobre o conflito entre as rainhas, o espetáculo conta as últimas 24 horas de vida de Mary Stuart, presa por 18 anos a mando de Elizabeth I, que repete o gesto de sua irmã, Mary I, porque teme que a presença da prima escocesa ameace o seu trono.  A adaptação de Robert Icke resultou numa peça com suspense e ação – uma trama que mistura conspiração, traição e jogos pelo poder, muito semelhante aos tempos atuais.

Segundo o diretor Nelson Baskerville, a proposta é fazer com que o texto escrito em 1.800 se comunique de forma contemporânea com o público de hoje, de modo que a plateia reconheça as mazelas atuais nessa disputa.

Espero que o público atual entenda e associe essa Mary Stuart de Schiller (aqui na adaptação de Robert Icke), um texto escrito em 1800, à nossa atualidade pensando que abusos de poder e injustiças então entre nós desde o princípio de tudo. Aqui vemos e entendemos o começo das radicalizações tanto da igreja católica quanto da protestante, criada pelo Rei Henrique VIII justamente para tentar conter o poder excessivo dos papas. Massacres foram e são realizados em nome de deuses e isso diz muito sobre o que estamos vivendo nesse momento aqui mesmo no nosso território. Que nossa Mary Stuart divirta e faça refletir.”, diz Baskerville.

Ao que completa Virginia Cavendish, intérprete de Mary Stuart: “Mary Stuart foi morta por causa de leis criadas pelo sexo masculino. Os homens mataram Mary Stuart, não Elizabeth. Os homens não suportam que uma mulher assuma seus desejos, ame. E isso continua nos dias de hoje. Para mim, o que é imensurável é a força dessas mulheres. Elas ficaram para a história. Essa peça é dedicada à todas as mulheres que foram humilhadas, mortas, queimadas na fogueira. A todas as mulheres assassinadas pela brutalidade e covardia do sexo masculino.”  

SINOPSE 

O espetáculo conta as últimas 24 horas de vida de Mary Stuart (Virginia Cavendish), presa por 18 anos a mando de Elizabeth I (Ana Cecília Costa / Ana Abbot), que repete o gesto de sua irmã, Mary I, temendo que a presença da prima escocesa ameace o seu trono.

Virginia Cavendish e Ana Cecilia Costa em Mary StuartA MONTAGEM

A peça se passa em sua maioria no palácio de Elizabeth I – esses ambientes revelam uma rainha que é livre dentro do seu próprio palácio e outra que está encarcerada, no mesmo prédio, no que seria uma cela subterrânea, um calabouço. Estes espaços são usados como metáforas de poder. Os figurinos não são de época, mas fazem referência ao período histórico, e destacam a particularidade de cada personagem. A concepção é atemporal. A trilha usa cordas orquestrais, guitarras, bateria e sintetizadores, e o sistema ‘surround’ amplia a sensação de imersão, situando o público na geografia dos acontecimentos.

A HISTÓRIA

Única herdeira legítima do rei Jaime V da Escócia, Mary Stuart assumiu o trono aos seis dias de vida, após a morte de seu pai. Ainda criança, foi exilada para a França, fugindo das constantes ameaças de morte. Lá cresceu e se casou com James Hepburn, se tornando também rainha da França. Aos 18 anos era rainha da Escócia e França, o centro da Europa de então.

Elizabeth I teve trajetória inversa. Filha bastarda do rei da Inglaterra Henrique VIII, era prima de Mary Stuart e viveu até seus 25 anos de idade presa numa torre, por indicação de sua irmã, Mary I, católica, que temia que a presença de Elizabeth, pudesse ameaçar a sua coroa. Com a morte de Mary I, Elizabeth assume o trono e a religião de estado na Inglaterra volta ao protestantismo.

É quando começa a disputa entre as primas. Elizabeth, uma filha bastarda; Mary Stuart, em primeiro lugar na fila da sucessão. Acontecia na Europa uma sangrenta guerra religiosa entre católicos e protestantes, e o trono da Inglaterra era alvo dessa disputa. Se Mary Stuart assumisse o trono, o catolicismo voltaria a dominar a Inglaterra.

Serviço

ESTREIA: dia 28 de agosto (5ªf), às 19h

ONDE: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Teatro Nelson Rodrigues
Av. República do Paraguai, 230, Centro / RJ (prox. metrô Carioca) Tel: (21) 3083-1785

HORÁRIOS: 5ª e 6ª às 19h; sab e dom às 18h / INGRESSOS: plateia R$40 e R$ 20 (meia); balcão R$30 e R$15 (meia); meia para clientes CAIXA e casos previstos em lei, em https://bilheteriacultural.com.br/eventos/2 e na bilheteria do teatro de 4ª a dom, das 13h às 19h / CLASSIFICAÇÃO: 14 anos / DURAÇÃO: 100 min / CAPACIDADE: 417 espectadores / TEMPORADA: até 21 de setembro / site da CAIXA Cultural | @caixaculturalrj

FICHA TÉCNICA 

  • Adaptação: Robert Icke
  • Tradução: Ricardo Lísias
  • Direção: Nelson Baskerville
  • Elenco: Virginia Cavendish, Ana Cecília Costa/Ana Abbott, Letícia Calvosa, Adilson Azevedo, César Mello, Eucir de Souza, Joelson Medeiros, Jhonnas Oliva, Giovani Tozi, Alef Barros e Julia Terron
  • Cenografia: Marisa Bentivegna
  • Figurinos: Marichilene Artisevskis
  • Iluminação: Wagner Freire
  • Trilha Sonora: Daniel Maia
  • Direção de Imagem e Vídeo Mapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
  • Criação de Arte Gráfica: Giovani Tozzi
  • Adaptação de Arte Gráfica: Papilio D&C
  • Ilustrador: Luciano Feijão
  • Direção de Produção: Virginia Cavendish
  • Produção Executiva: Lilian Damasceno e Felipe Calixto
  • Consultoria de Produção Local: Ártemis
  • Camareira: Angela de Lima
  • Técnico de Luz e Projeção: Edmar da Rocha
  • Técnico de Som: Anderson Franco / Daniel Vetuani
  • Direção de Arte Gráfica: Papilio D&C
  • Fotografia: Priscila Prade, Lígia Jardim e Luiz Aureo
  • Apoio Administrativo e Prestação de Contas: LDCultural
  • Coordenação de Projeto: Casa Forte SP Produções Artísticas
  • Assessoria Jurídica: Martha Macruz
  • Assessoria Contábil: Eliane Azevedo Contabilidade
  • Idealização: Casa Forte
  • Produção Original SESI-SP
  • Patrocínio CAIXA e Governo Federal
  • Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

NELSON BASKERVILLE – diretor

https://www.nelsonbaskerville.com

É ator, diretor e autor teatral, além de artista plástico. Vencedor do Prêmio Shell 2011 de Melhor Diretor por “Luis Antonio-Gabriela” (espetáculo com maior número de indicações do ano – melhor diretor, autor, iluminador, ator e figurino); Prêmio APCA 2011 de Melhor Espetáculo; Júri Popular do Prêmio Governador do Estado e Prêmio CPT de Melhor Diretor e Melhor Conjunto, pelo mesmo espetáculo. Indicado ao Prêmio Shell 2017 pela direção de “Eigengrau de Penelope Skinner”. Recebeu ainda mais duas indicações ao Prêmio Shell 2013 por seu trabalho de direção e iluminação no espetáculo “As Estrelas Cadentes do Meu Céu”, com a cia Provisório-Definitivo, e mais uma indicação pela direção de “Os 3 Mundos”, de Fabio Ba e Gabriel Moon, no Teatro Popular do Sesi em 2018.

Formado pela EAD (Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo) em 1983 e graduado em Licenciatura em Teatro pela Uni-Ítalo, Nelson trabalhou como ator e assistente de direção de Fauzi Arap entre os anos de 1984 e 1988. Trabalhou no grupo TAPA entre 1989 e 1991. Foi também integrante do “Núcleo dos Dez de Dramaturgia”, coordenado por Luis Alberto de Abreu. Foi professor do Teatro Escola Célia Helena durante 20 anos. Em 2008, adaptou e dirigiu “Por que a Criança cozinha na Polenta” de Agaja Veteranyi, (20 prêmios em 12 festivais pelo Brasil incluindo melhor direção, adaptação e trilha sonora).

Em televisão atuou na minissérie “Maysa” e nas novelas “Viver a Vida” e “Em Família”, todas de Manoel Carlos com direção de Jayme Monjardim. Atuou também nas séries “O Negócio” da HBO, “Carcereiros” de Eduardo Belmonte e “Onde está meu coração” para a Rede Globo e “Coisa Mais Linda” pela Netflix.

VIRGINIA CAVENDISH – Mary Stuart

https://www.virginiacavendish.com

Atriz e produtora. Participou de novelas e seriados de televisão como “A Vida Secreta dos Casais”, “Mandrake”, “A Grande Família”, “Da Ponte Para Lá”, “Andando Nas Nuvens”, “O Cravo e a Rosa” e “As Filhas da Mãe”, “Malhação”, “As Canalhas”, entre outras. Apresentou o TNT+Filme, durante quatro temporadas.

No teatro, trabalhou com importantes diretores brasileiros como Antunes Filho, Guel Arraes, João Falcão, Hamilton Vaz Pereira, Inez Viana e Nelson Baskerville. No cinema, atuou em filmes de sucesso como o “Auto da Compadecida” e “Lisbela e o Prisioneiro”, ambos dirigidos por Guel Arraes. Deste último, foi também produtora e idealizadora. Atuou como protagonista no longa “Através da Sombra”, de Walter Lima Jr., baseado na obra de Henry James. Atualmente está em temporada com “Mary Stuart”, com direção de Nelson Baskerville e integra o elenco do filme “O Auto da Compadecida 2”, lançado recentemente nos cinemas e assistido por mais de quatro milhões e quatrocentos mil espectadores, interpretando novamente a icônica “Rosinha”.

Pela personagem Inaura de “Lisbela e o Prisioneiro”, ganhou o Prêmio Qualidade Brasil 2004 de Melhor Atriz Coadjuvante no Rio e em São Paulo, e foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante pela Academia Brasileira de Cinema. Pelo filme “Através da Sombra”, de Walter Lima Jr. que idealizou em parceria com o diretor, ganhou os Prêmios de Melhor Atriz em 2016 no FANTASPOA e no FEST ARUANDA. Foi ainda idealizadora, autora, diretora e apresentadora da série de não-ficção “O Segredo Delas”, onde entrevistou atrizes veteranas sobre carreira e processos criativos.

ANA CECÍLIA COSTA – Elizabeth

https://www.anaceciliacosta.com

Atriz experiente em teatro, cinema e televisão. Em 2025, volta ao teatro com a peça “Cartas Libanesas: Ayuni” no Sesc Ipiranga (SP). Em 2024, integrou o elenco principal da novela ‘Renascer” (TV Globo) como Morena. Em 2023, atuou na mesma emissora como Verônica na novela “Amor Perfeito”. Desde 2022, coprotagoniza o espetáculo “Mary Stuart” como a rainha Elisabeth I, sob direção de Nelson Baskerville. Naquele. mesmo ano, atuou na peça  “Pequeno Oratório do Poeta Para o Anjo” da obra de Neide Archanjo. Protagonizou ainda duas obras do espanhol Juan Mayorga – “A Língua em Pedaços”, direção Elias Andreato, e “A Tartaruga de Darwin”, direção Mika Lins. No teatro, se destacou por protagonizar em alemão a peça “Hahnemkamme” sob direção do polonês Andrej Woron em Berlim.

Outros trabalhos de destaque na TV são “Órfãos da Terra” (Missade), “Jóia Rara” (Gaia); “Cordel Encantado” (D. Virtuosa), obras de Duca Rachid e Thelma Guedes premiadas internacionalmente. No cinema, atuou, dentre outros, nos longas metragens “Divaldo – mensageiro da paz”, direção Clovis Mello; “Mãe”, direção Adriana Vasconcelos; “Capitães da Areia, direção Cecília Amado, “Jonas” de Lô Polliti.

Indicada ao prêmio Selo de Qualidade, do site “O teatro me representa” como Melhor Atriz de Teatro (2022) pela interpretação de Rainha Elizabeth I em Mary Stuart, também foi indicada pela Folha de São Paulo ao prêmio de Melhor Atriz de novela (2019) pelo papel de Missade em “Órfãos da Terra”.  Vencedora do 7º Prêmio Contigo! de Cinema Nacional como Melhor Atriz Coadjuvante pela atuação no filme “Capitães da Areia” – Júri Popular (2012) e prêmio de Melhor Atriz pela atuação no longa-metragem “Mãe”, Overcome Film Festival (2019). Integra o elenco principal das séries “Submersos”, da Paramount Brasil, uma coprodução Brasil – Argentina; “Rota 66″  (Globoplay, 2022) e “DOM” (2ª temporada, Amazon Prime, 2023).

CASA FORTE PRODUÇÕES ARTÍSTICAS 

https://www.casaforteproducoes.com

Casa Forte Produções Artísticas foi criada em 2014 pela atriz e produtora Virginia Cavendish em parceria com Luisa Arraes, com o objetivo de realizar espetáculos teatrais e obras audiovisuais. Já produziu espetáculos adultos que circularam por diversas cidades brasileiras, tendo grande sucesso de público e crítica. Entre eles, “Mary Stuart”, adaptação contemporânea de obra clássica feita por Robert Icke e direção de Nelson Baskeville, “O Rio” de Jez Butterworth, com direção de Nelson Baskerville; “Não Vamos Pagar!”, de Dario Fo, com direção de Inez Viana. No cinema, coproduziu com Cinelândia Produções o filme “Através da Sombra”, de Walter Lima Jr. e foi produtora associada do longa-metragem “Até que a Casa Caia” de Mauro Giuntini. Recentemente, produziu o média-metragem “Delivery”, com roteiro e direção de Virginia Cavendish e está lançando a série documental “O Segredo Delas” (dez episódios) onde conversa com atrizes veteranas sobre carreira e processo criativo. Antes de fundar a Casa Forte SP, Virginia produziu quatro espetáculos teatrais: “Lisbela e o Prisioneiro”, de Osman Lins, direção de Guel Arraes, “A ver estrelas”, texto e direção de João Falcão; “Hedda Gabler”, de Henrik Ibsen e direção de Walter Lima Jr.; e “Comendo entre as Refeições”, onde atuou ao lado de Aracy Balabanian, com texto de Donald Margulies e direção de Walter Lima Jr. Virginia foi idealizadora e produtora associada do filme “Lisbela e o Prisioneiro”, de Osman Lins, adaptação de Guel Arraes, Pedro Cardoso e Jorge Furtado.

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