A ativista LGBTQIA+ Indianarae Siqueira conquistou a retificação civil de sua certidão de nascimento, aos 50 anos de idade. Nesta semana Indianarae recebeu o documento de um cartório de Paranaguá, sua cidade natal, no Paraná, que a fez voltar no tempo e “renascer”.
A revolucionária Indianarae Siqueira é um dos grandes expoentes da luta por direitos das mulheres trans no Brasil, o país que mais mata transgêneros no mundo. Presidente do grupo Transrevolução, ela decidiu fundar a Casa Nem em 2015, um abrigo voltado para o acolhimento de pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social. O trabalho de Indianara foi reconhecido em 2019 pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que lhe concedeu o Prêmio à Diversidade, Direito e Respeito à Cidadania.
Ela também concorreu ao cargo de vereadora da capital carioca em 2016 e, novamente, em 2020.
Presa nua pela luta” Não binarie” Indianarae Siqueira comemora o reconhecimento civil e prepara filme
A ativista TransVestiGenere como se intitula Indianarae Siqueira, líder da CasaNem, comemora o reconhecimento civil ‘não binárie’. Ela, que foi detida e presa pela luta da causa, fala da produção do filme ‘Em Nosso Nome’ que conta a história da luta de travestis , trans e ‘não bináries’ no país.
O filme vai contar a luta de transvestigeneres no início dos anos 90 pelo uso do nome social. Em 1995 Indianarae teve os seios expostos por Jovana Baby em cima do trio da primeira parada LGBTQIA+ em Copacabana. O filme vai ser lançado no dia do orgulho LGBT (28 de Junho).
No mesmo ano ela fundou e passou a presidir o Grupo Filadélfia de Travestis e Liberados, passando a brigar oficialmente pela causa. Foi algemada a um poste em protesto e sofreu ameaças ao ponto de precisar deixar a cidade de Santos -SP e o Brasil em 1998.
Em 2010, em uma audiência pública na ALERJ sobre as agressões na parada LGBTQIA+ de Copacabana, o deputado Carlos Minc pediu atenção ao assunto depois dos questionamentos de Indianarae sobre falta de nome social no RJ . A reivindicação tornou-se um decreto de “Nome Social” no Rio de Janeiro.
Agora, com a não marcação de gênero nos documentos, os pais não são mais obrigados a declarar gênero as crianças nascidas no Brasil. O que abre caminho de inclusão para as pessoas intersexo uma das alegações de Indianarae que comemora mais esse marco na luta pelos direitos LGBTQIA+.
“ O movimento está lutando há 3 décadas pelo reconhecimento social das pessoas transexuais, travestis, não bináries e intersexo; as mais esquecidas da comunidade LGBTQIA+. Estivemos na linha de frente da luta pelos direitos LGBTQIA+ levando porrada na cara e sofrendo ameaças” revela Indianarae, umas das pioneiras da manifestação a favor do reconhecimento por lei e direito.