A ATA – Agrupação Teatral Amacaca, de Brasília, vai ocupar o CCBB RJ, de 30 de maio a 29 de junho, com três espetáculos de seu repertório

O Projeto Amacaca em Trânsito reúne as peças adultas “2+2=5” e “Se eu fosse eu – Clarices” e a infantil “Os Saltimbancos”. O coletivo foi fundado, em 2009, pelo diretor Hugo Rodas (1939-2022), e hoje realiza intercâmbios com artistas de diferentes grupos

por Redação
Saltimbancos - A ATA – Agrupação Teatral Amacaca - Foto de Diego Bresani

Definida como uma orquestra de atores regida pelo maestro Hugo Rodas (in memorian), a Ata – Agrupação Teatral Amacaca concentra-se na experimentação em dramaturgias do corpo e desenvolve seu trabalho no limiar do teatro-dança, linguagem que marca o diretor. Com uma trajetória de 16 anos, o coletivo brasiliense faz, pela primeira vez, uma ocupação no Rio de Janeiro, com três espetáculos de seu repertório. De 30 de maio a 29 de junho, o grupo estará no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro com os espetáculos adultos “2+2=5” e “Se eu fosse eu – Clarices” e o infantil “Os Saltimbancos”.

Formado pelos atores Abaetê Queiroz, Camila Guerra, Diana Porangas, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Mateus Ferrari, Pedro Tupã, Victor Abrão, Márcia Duarte e Rosanna Viegas, o grupo apresenta obras com imagens poéticas, intenso trabalho corporal, coreografias, musicalidade e manifestos. “Os espetáculos são bem diversos. Somos um grupo que trabalha com o legado de Hugo Rodas, muito focado na fisicalidade, porém, com sua morte, estamos começando a experimentar outros formatos. O “2+2+5” não é tão físico, mas ainda se configura na orquestra de atores com muita música ao vivo, como “Os Saltimbancos”. Já no “Se Eu Fosse Eu” são as mulheres se aventurando na criação, não tem a música ao vivo, mas tem um pouco mais de fisicalidade. O que une todos os três é a veia política”, explica a atriz Camila Guerra.

A Agrupação Teatral Amacaca não se apresenta no Rio de Janeiro desde 2016, e acredita que a ocupação vai dar oportunidade de o grupo ter uma maior projeção nacional.  “A gente precisa difundir nossas produções que, muitas vezes, ficam restritas à nossa cidade. Em Brasília, somos premiados e reconhecidos, porém nosso trabalho não costuma chegar a outros estados. O Rio é um importante eixo produtor e exportador de cultura, tem uma cadeia produtiva bem desenvolvida, muitas peças em cartaz, muitos teatros, prêmios, e a gente quer entrar nesse circuito”, acrescenta Camila.

OS ESPETÁCULOS

2+2=5

Num futuro distópico, a Oceânia – território que engloba a região onde antes existia o Brasil – é dominada por uma poderosa corporação miliciorreligiosa. A apologia ao ódio, a hipervigilância e o controle por inteligências artificiais, temas abordados por George Orwell em 1984, ressurgem com inquietante atualidade em 2+2=5. A ATA – Agrupação Teatral Amacaca une-se ao diretor carioca Felipe Vidal para revisitar esse clássico do século XX – que alerta sobre os perigos do totalitarismo – e propor uma reflexão urgente sobre os rumos da sociedade contemporânea. O espetáculo, vencedor do Prêmio Sesc Mais Cultura/DF 2024 nas categorias Destaque e Melhor Ator (Mateus Ferrari), reinventa a narrativa orwelliana com uma linguagem cênica potente, questionando até que ponto a distopia ainda é ficção.

“Quando fui convidado pela ATA para dirigir o 2+2=5, fiquei sobretudo muito honrado pois sou o primeiro diretor de fora da companhia a encenar um espetáculo deles após a eternidade do Hugo Rodas. Depois, fiquei também muito estimulado de poder trabalhar a partir do “1984”. O livro do Orwell se torna tristemente cada vez mais atual, mas também é um excelente universo para uma reflexão crítica dos dias atuais de inteligências artificiais e câmeras o tempo todo nas nossas mãos e rostos, Quem está vigiando quem nessa história? Quem está manipulando quem? Este livro de 1949 é uma base sólida e instigante para as questões pelas quais decidimos juntos – eu e o elenco – transitar”, comenta o diretor Felipe Vidal.

Ficha técnica:

  • Texto: Criação coletiva a partir de “1984”, de George Orwell
  • Direção: Felipe Vidal.
  • Atuação: ATA – Agrupação Teatral Amacaca, com Camila Guerra, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Mateus Ferrari e Rosanna Viegas.
  • Stand in: Victor Abrão
  • Participações Especiais: Abaetê Queiroz e Marcia Duarte.
  • Designer Gráfico: Patrícia Meschick
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • VJ: Boca
  • Cenografia: Luiz Felipe Ferreira – Calu Arte e Conteúdo
  • Produção: Bem Medeiros e Matheus Ribeiro
  • Realização: ATA – Agrupação Teatral Amacaca

Serviço:

  • Temporada: 30 de maio a 29 de junho de 2025
  • CCBB – Teatro 2
  • Dias e horários: Sextas e sábados às 19h, e domingo, às 18h
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura
  • Duração: 1h50
  • Classificação indicativa: 14 anos

Os Saltimbancos

“Os Saltimbancos” narra as aventuras de quatro bichos que, explorados por seus donos, resolvem fugir para a cidade e tentar a sorte como músicos. Mais de 40 anos se passaram quando Hugo Rodas e sua trupe criaram a antológica versão brasiliense de “Os Saltimbancos”, adaptada para o português por Chico Buarque, da versão para teatro de Sérgio Bardotti e Luiz Enriquez Bakalov, do conto “Os Músicos de Bremen” dos Irmãos Grimm. Vencedora do Prêmio Nacional do Teatro na categoria Melhor Espetáculo Infantil em 1977, o espetáculo foi um marco na carreira de Hugo Rodas em Brasília e de todos os envolvidos no Grupo Pitú. A peça reestreou em 2019, na celebração dos 80 anos do diretor (1939-2022). Mais de 20 mil espectadores já assistiram à remontagem. A encenação original, marcada pelo vigor do elenco, pela abordagem inteligente e pela força do coletivo, ecoava os sonhos de uma geração sob a ditadura. Hoje, com a mesma energia, a nova produção reafirma a mensagem atemporal da obra: a união, a fraternidade e a luta por um mundo mais justo, representados pela jornada do jumento, do cachorro, da galinha e da gata que formam uma banda musical. Misturando teatro, dança, circo e música, o espetáculo mantém sua urgência e relevância, provando que, mesmo após tantos anos, a arte continua um poderoso instrumento de transformação e resistência.

“Nos anos 1970, em plena ditadura militar, a montagem não contava com bichinhos fofinhos andando pelos palcos, os figurinos imitavam uniformes de futebol em alusão ao povo brasileiro duramente oprimido pelos milicos. Os “bichos” eram representados pela linguagem física do teatro-dança proposto pelo aclamado diretor uruguaio. Quase 50 anos depois, a Agrupação Teatral Amacaca celebrou este marco artístico candango com uma remontagem da peça. Desta vez, já com artistas que não só tiveram um treinamento intensivo de anos com Hugo Rodas, mas que também sabiam tocar instrumentos musicais e realizar acrobacias. Foi um sucesso! Para nós, foi uma realização homenagear e manter viva a tradição de um teatro ao mesmo tempo lúdico, político e visceralmente estético”, celebra o ator Flávio Café.

Ficha técnica

  • Texto: Livre adaptação do texto de Chico Buarque “Os saltimbancos”
  • Direção: Hugo Rodas
  • Elenco: Camila Guerra, Diana Porangas, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Victor Abrão, Mateus Ferrari e Rosanna Viegas.
  • Produção Executiva: Bem Medeiros e Matheus Ribeiro
  • Coordenação Técnica: Abaetê Queiroz
  • Operador de Luz: Caio Teixeira
  • Designer de Som: Tom Serralvo
  • Figurinos: Divino Maravilhoso
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Designer Gráfico: Patrícia Meschick
  • Registro Audiovisual: Stellios Produções
  • Idealização: Agrupação Teatral Amacaca

Serviço:

  • Temporada: 31 de maio a 29 de junho de 2025
  • CCBB – Teatro 2
  • Dias e horários: Sábados e domingos, às 15h
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura
  • Duração: 50 minutos
  • Classificação indicativa: livre

Se eu fosse eu – Clarices

Três atrizes se encontram com Clarice. Três atrizes se dirigem às Clarices que ressonam em si. Entre ovos, ratos, galinhas e maçãs percorrem os subterrâneos da psiquê feminina. Não sem estranhamento. O espetáculo reúne três contos de Clarice Lispector para refletir questões que tangem o feminino, como maternidade, sexualidade e espiritualidade. Brincando com os tabus, com os contrastes, típico de Clarice Lispector, a peça trata de questões profundas de forma dinâmica e com muita ironia. Espetáculo indicado a Direção e Atriz Destaque (Rosanna Viegas) pelo Prêmio Sesc Mais Cultura 2024.

“Estamos na nossa quinta temporada, e é incrível ver como o público, com homens e mulheres de todas as idades, se conectam com a peça de maneiras diferentes. As mulheres encontram um espaço para se reconciliar consigo mesmas, para refletir sobre sua própria existência e buscar sua verdade. Um potente despertar. Os homens, já curiosos e atentos, por sua vez, são convidados a questionar suas próprias percepções e a se conectar com o universo feminino de uma forma mais reveladora e sensível”, observa a diretora e atriz Juliana Drummond.

Ficha técnica

  • Texto: Criação coletiva a partir de contos de Clarice Lispector
  • Concepção, Direção e Atuação: Camila Guerra, Juliana Drummond e Rosanna Viegas
  • Realização: Agrupação Teatral Amacaca – АТА
  • Cenário e Figurinos: Juliana Drummond
  • Confecção Figurinos/Kimonos: Julia Polomino e Dorinha Silva
  • Cenotécnica: Lucas Fragomeni
  • Iluminação: Abaetê Queiroz
  • Montagem e Efeitos Sonoros: Flávio Café
  • Músicas: “Moon” 7FO (incidental) e “Clarice”, de Tom Zé
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)

Serviço

  • Temporada: 4 a 26 de junho de 2025
  • CCBB – Teatro 2
  • Dias e horários: quartas e quintas, às 19h.
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura
  • Duração: 1h
  • Classificação indicativa: 18 anos

CCBB RJ

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar.

Projeto Amacaca em Trânsito

Espetáculos: de 30 e maio a 29 de junho de 2025

2+2=5”: de 30 de maio a 29 de junho de 2025, sextas e sábados às 19h, e domingo, às 18h

“Os Saltimbancos”: de 31 de maio a 29 de junho de 2025, sábados e domingos, às 15h

Se eu fosse eu – Clarices”: de 4 a 26 de junho de 2025, quartas e quintas, às 19h.

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura

 

Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro 2

Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)

Contato: (21) 3808-2020 | [email protected]

Mais informações em bb.com.br/cultura

Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras.

Mais informações: bb.com.br/cultura

Redes Sociais:

facebook.com/ccbb.rj | instagram.com/ccbbrj |tiktok.com/@ccbbcultura

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