A Favela em Davos: Celso Athayde recebe o prêmio como Empreendedor de Impacto e Inovação do Fórum Econômico Mundial 2022, na Suíça

O empreendedor social destaca que está representando cerca de 17,1 milhões de pessoas que moram nas favelas de todo o Brasil

por Redação

Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas (CUFA) e CEO da Favela Holding, vai receber o prêmio do Fórum Econômico Mundial 2022 como Empreendedor de Impacto e Inovação, na cidade suíça de Davos, nesta segunda-feira, dia 23 de maio. A honraria é oferecida pela Fundação Schwab.

A cerimônia, em que Celso será agraciado e fará um discurso, acontece das 12h45 às 13h30, no horário de Brasília (das 17h45 às 18h30, na Suíça).

Após dois anos, o evento retornou ao modelo presencial entre os dias 22 e 26 de maio, sob o lema “Trabalhar juntos, Restaurar a Confiança”, reunindo empresários sociais e líderes internacionais.

Entre as suas agendas, Celso pretende pautar o Quarto Setor da sociedade. Que tem a finalidade, sobretudo, de consolidar a economia da favela, sem a aversão ao lucro ou aos “fins lucrativos” que pauta o terceiro setor, valorizando toda a abundância de inovação, cultura e empreendedorismo que esses territórios possuem, principalmente quando se fala em agenda econômica. Uma abordagem capitalista nos territórios das favelas, que retenha o lucro na base da pirâmide, com impacto social real.

Athayde foi reconhecido por sua atuação na CUFA há mais de 25 anos, promovendo o empreendedorismo nas favelas e o apoio aos moradores dessas localidades durante a pandemia. O empreendedor social planejou e executou projetos para amenizar os efeitos do isolamento social nas favelas e periferias de todo o Brasil, impactando mais de 15 milhões de pessoas, por meio das iniciativas CUFA Contra o Vírus – que distribuiu cestas básicas para os moradores -, e a ação Mães da Favela, com a distribuição de bolsa auxílio para mães solo moradoras de favelas.

O prêmio Empreendedor de Impacto e Inovação é do Fórum Econômico Mundial, realizado há mais de 20 anos pela Fundação Schwab, organização sem fins lucrativos com sede em Genebra, também na Suíça, que tem como missão fornecer uma plataforma global de divulgação de ações socioambientais sustentáveis e inovadoras. A fundação promove a troca de conhecimento entre empreendedores sociais e representantes de grandes empresas internacionais, ao incluir esses profissionais na Rede de Líderes Globais do Fórum Econômico Mundial.

As iniciativas lideradas por Athayde renderam a ele o principal destaque na categoria “15 líderes que estão mudando o mundo”.

Na ocasião, Celso espera falar sobre o Quarto Setor. Uma agenda que o empreendedor está lançando, que se trata da economia da favela. O foco é dar mais visibilidade à potência que a favela produz e gera, e que seus moradores possam ter mais acesso ao resultado de toda essa potência.

“Cheguei em Davos, mas a favela está junto comigo. Sou apenas uma figura representativa, estou dando voz para 17,1 milhões de pessoas que moram nas favelas de todo o Brasil. Isso só reforça que a favela não é carência, a favela é potência”, diz Celso Athayde.

Com a evolução das ações da ONG que fundou, Athayde criou o grupo Favela Holding, a primeira holding social de que se tem notícia, a fim de dar suporte às ações da CUFA. O grupo conta com empresas de diversos segmentos e atividades: desde a comercialização de passagens aéreas e pacotes de viagens para moradores de favelas, passando pela logística de entregas de produtos de beleza em comunidades, realizadas por egressos do sistema prisional, até a maior agência de live marketing das favelas do país.

“As necessidades da favela não param: as pessoas sentem fome e não têm o que comer. A gente precisa agir. É isso que me move, é por isso que levanto todos os dias e vou para cima, para poder ajudar quem precisa, e que vou levar para a comunidade de inovadores sociais na Europa”, diz Celso Athayde.

Para acompanhar a premiação na íntegra

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