Com inauguração no dia 30 de junho, no Centro Cultural Futurama, na Cidade do México, exposição reflete sobre a realidade contemporânea enfrentada pelas cidades modernas com obras de Gerson Fogaça e do cubano Orlando Gutiérrez Yedra
Após sucesso no roteiro cultural americano com a exposição “O Sangue no Alguidá”, no Museum of Contemporary Art of the Americas (MOCAA), o artista plástico goiano, Gerson Fogaça, prepara sua nova mostra, “Ciudad Invisible”, no Centro Cultural Futurama, na Cidade do México. Com abertura no próximo dia 30 de junho, a exposição apresentará obras que exploram o visual das paisagens urbanas invisíveis de Havana e Goiânia, assinadas pelo brasileiro Fogaça e pelo artista cubano, Orlando Gutiérrez Yedra.
“As cidades invisíveis que retrato são apenas exemplos das muitas metrópoles que, apesar de suas dificuldades e caos, resistem. Trata-se de um convite para que o público veja, além do óbvio e se conecte com a profundidade e a fragilidade do mundo urbano”, explica o artista plástico. “Sempre fui atraído pela relação do homem com a máquina nesse espaço caótico e, às vezes, hostil em que vivemos. Os grandes centros urbanos, como Cidade do México, Miami, São Paulo e Goiânia, para mim são um manicômio a céu aberto, onde a loucura se conecta de alguma maneira”, completa Gerson Fogaça.
Sobre a conectividade da arte brasileira com a cubana, o goiano sinaliza como ponto em comum entre ambas, a adoção artística para retratarem os desafios sociais e políticos. “Em Cuba, a arte é uma forma de resistência e expressão pessoal, algo que também fazemos no Brasil. Acabei de chegar de uma mostra com o escritor Pedro Juan Gutiérrez, em Miami e agora participo desta mostra com Orlando Gutiérrez Yedra, na Cidade do México, e apesar de estarmos em países diferentes, compartilhamos o objetivo de usar a arte para expressar e transformar nossas realidades. A colaboração entre artistas brasileiros e cubanos fortalece nossos laços e cria um diálogo que nos une, promovendo solidariedade e entendimento mútuo através da arte”, finaliza.
Com curadoria assinada por Dayalis González Perdomo, a mostra oferece uma profunda reflexão sobre as realidades contemporâneas enfrentadas pelas cidades modernas. “Acostumados nossos olhos ao desfrute da beleza como herança natural da raça humana, deveria nos surpreender a apatia coletiva com a qual parecemos nos conformar diariamente diante de tantas e tantas imagens de horror: a agressão direta e indiscriminada ao meio ambiente e à nossa própria espécie, provocada pelas guerras, a poluição, a superpopulação dos centros urbanos, a crescente crise econômica mundial e os aumentos dos índices de pobreza”, pontua a curadora.
“Ciudad Invisible” descreve, através das obras de ambos artistas, a visualidade cotidiana de cidades anônimas e invisíveis, cujos códigos são universais. As obras de Orlando Gutiérrez e Gerson Fogaça despertam os visitantes para uma crítica visual ao caos urbano e à beleza escondida nos espaços cotidianos.
O projeto é resultado de um financiamento pelo Fundo de Arte e Cultura do Governo de Goiás, administrado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult).