Um amor tendo como testemunha uma roda de samba, no Centro do Rio de Janeiro. Teria a possibilidade de dar errado? Para a atriz e artista da dança Fernanda Dias e o cenógrafo Cachalote Mattos, a resposta é não. Amantes da arte, do samba de raiz, da cultura e da boemia carioca, o cenário foi perfeito para o início de uma história que já dura 18 anos.
“Morávamos no mesmo bairro, tínhamos vários amigos em comum, mas nunca tínhamos nos encontrado antes”, conta Fernanda.
Casados há 16, eles firmaram um acordo para que cada um mantivesse sua individualidade, o que tem dado muito certo.
“Mesmo que algumas pessoas, de alguma maneira, furem essa parede às vezes pedindo para um dar recado ao outro, conseguimos até agora manter nossa relação sã. No trabalho com as artes, pensamos de forma bem comum, pesquisamos juntos, trocamos experiências, compartilhamos vivências tentando manter o orçamento doméstico em dia. Uma relação, sobretudo, de muito amor e respeito”, ressalta Cachalote. f
Desde 2008, eles mergulharam em projetos com temáticas raciais, o que foi uma mola propulsora para a carreira de ambos.
“Atuamos juntos ao Teatro do Oprimido e das Oprimidas, que foi um divisor de águas na trajetória como artistas negros”, relata.
Neste mês da consciência negra, Fernanda e Cachalote levam para o palco do Teatro do Sesc Tijuca o espetáculo infantil “Bordador de Mundos”, que conta a história do Bispo do Rosário, um artista que situou entre a arte e a insanidade e foi pouco reconhecido por esse motivo e pela cor da pele.
“Investimos em várias frentes, somos artistas e temos uma vida acadêmica que cresce em paralelo, Entendemos que juntos, podemos ter êxito”, comemora Fernanda.