Uma das épocas do ano mais esperadas pelo comércio e pelo consumidor, a Black Friday é uma das datas mais lucrativas do ano e, geralmente, uma oportunidade de concretizar aquela compra que talvez não fosse possível sem os descontos e facilidades de pagamento oferecidos pela ocasião. Mas é justamente a oferta de preços muito baixos que pode acabar facilitando a ação de bandidos na internet. Por isso, é preciso redobrar os cuidados com as compras online e seguir as dicas de especialistas em segurança digital.
A “pegadinha” mais conhecida e que não chega a ser considerada crime é a velha prática de aumentar o preço dias antes da Black Friday para parecer que o desconto é maior que o realmente praticado. Nesse caso, a dica é começar a monitorar o preço do produto desejado já alguns meses antes da data promocional. “Existem golpes comuns como: adquirir um produto e o valor no carrinho aumentar, ou os preços das parcelas serem muito maiores. Para evitar isso, confira os valores ao final da compra e os juros. Um recorrente é o frete ter um preço maior que o produto, isso já acontece corriqueiramente, porém nesse período pode ser mais frequente, então se quer fugir de fretes mais caros pesquise em outras lojas mais próximas, compare valores de frete ou veja se é possível retirar na loja”, explica o profissional José Eduardo Soares, gerente de infraestrutura e segurança da informação do Target Bank.
O especialista alerta que é preciso ficar ainda mais atento a golpes que podem resultar em prejuízos maiores e que são comuns na Black Friday. “O golpe mais perigoso nesta época é o do site falso. Os preços podem ser atraentes e, como é uma época em que os valores dos produtos caem, é mais fácil que as pessoas acreditem e entrem nesses sites. O problema é que, além de não receber o produto, elas entregam seus dados a qualquer estranho, e eles serão usados para outras compras, gerando ainda mais prejuízo” alerta José Soares.
De acordo com um levantamento feito pela Neotrust, o comércio eletrônico em 2021 gerou um faturamento de R$ 5,419 bilhões, sendo o canal campeão de vendas. Para 2022, é esperado um movimento ainda maior e, com isso, os golpes também devem aumentar, com métodos cada vez mais elaborados. José Eduardo, que tem o título Data Protection Officer (DPO), atendendo Às exigências da lei de LGPD, explica também como identificar sites falsos: “Golpistas costumam copiar sites de grandes empresas, por isso, é é importante verificar se o site é verdadeiro”, explica o especialista destacando algumas formas de se precaver: procure por informações como CNPJ, endereço da sede e telefone de contato da empresa. “No caso de sites de grandes lojas, a dica é procurar no Google pelo nome da empresa, pois o site original deve aparecer logo acima na busca. Outra dica é pesquisar o link do site duvidoso em sites de reclamação”, orienta Soares.
Ao fazer transações comerciais, observe se aparece um cadeado ao lado do endereço, que deve iniciar com “https://”. “A letra S e o cadeado são indicações de que toda informação digitada naquela página será criptografada, ou seja, será repassada em forma de código, dificultando a ação de hackers e garantindo a segurança no envio dos seus dados. Outra dica é procurar selos por selos de seguranças ao clicar em imagens – nos sites verdadeiros, aparecem os detalhes de segurança prestados e, em sites falsos, não aparece.
Ao levar um golpe também são necessárias algumas medidas para proteger os dados que foram vazados. “A primeira coisa a se fazer é mudar as senhas de suas contas digitais para bloquear ou dificultar o acesso de estelionatários. Também é importante registrar o ocorrido na delegacia de crimes virtuais ou na delegacia mais próxima, avisar amigos e familiares e informar ao banco, pois se acontecer roubo de dados financeiros a instituição tomará alguma providência para evitar saques e transferências indesejadas.” pontua o especialista. “Observando as dicas de segurança, é possível aproveitar a data e fazer boas compras”.