Sociedade Brasileira de Dermatologia lança campanha nacional para conscientização e identificação de tratamento da dermatite atópica
Em setembro é lembrada Dermatite Atópica, doença que mexe com o emocional, autoestima e é confundida com alergia. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulga a sua campanha de Conscientização da Dermatite Atópica e as diferentes abordagens de tratamento. O objetivo é dar visibilidade a essa doença, bem como as diferentes abordagens para o tratamento. A campanha trará peças online, vídeos, e divulgação nas redes sociais, mídia e canais oficiais da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“A dermatite atópica está entre as enfermidades mais frequentes da dermatologia. Possui uma natureza crônica ou crises alternadas por períodos em que a pele fica ‘normal’, ou, sem lesões aparentes. Ainda assim, nesses períodos, a dermatite apresenta uma inflamação subclínica, não visível a olho nu. Muito similar àquela observada nos pulmões de pacientes com asma ou na mucosa nasal, em pacientes com rinite alérgica. É uma inflamação persistente mesmo em períodos de acalmia das crises”, explica Gleison Duarte, Coordenador da Campanha Nacional de Dermatite Atópica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
“A Campanha da Dermatite Atópica é extremamente válida, pois hoje sabemos que é uma doença muito prevalente, mas pouco conhecida. Muitos pacientes chegam ao consultório e falam que apresentam uma alergia ou coceira ou confundem com urticária e até com dermatite de contato, que ocorre com contato íntimo com alguma substância à qual a pessoa é alérgica. Além do pouco conhecimento da doença, é também é preciso esclarecer seu impacto na qualidade de vida do paciente e dos familiares e que, felizmente, muitos tratamentos estão hoje disponíveis, destaca. Hoje já temos um arsenal para tratar bem os pacientes, mas permanece a luta para que estes tenham acesso aos novos tratamentos”, frisa Gleison. Ele lembra que a rede pública oferece tratamento e que casos de maior gravidade são principalmente referenciados aos Hospitais Universitários, que possuem ambulatórios de referência”, completa.
A doença tem base genética que causa inflamação e defeito de barreira na pele, levando ao aparecimento de lesões e coceira. Não é contagiosa e sua causa exata é pouco conhecida, e atinge pessoas de qualquer idade, de crianças a idosos. Ela traz lesões avermelhadas, escamosas, pele ressecada, coceira intensa, que causam prejuízo no sono, na concentração, constrangimento e até isolamento social. Comorbidades são frequentes, como ansiedade, depressão e até mesmo pensamentos suicidas em casos graves.
Na atualidade há medicamentos que controlam da doença. Pomadas ou cremes são eficazes no controle da dermatite atópica leve devendo ser indicados com acompanhamento médico, para evitar efeitos colaterais a longo prazo.
Nos casos mais graves, os pacientes poderão precisar de tratamentos sistêmicos, como fototerapia, medicações orais ou imunoterapias subcutâneas. O tratamento em formas moderadas e graves precisa ser compreendido como um controle de doença crônica, e que uma vez sendo suspenso pode ser acompanhado de retorno da atividade da doença. No Brasil, hoje, dispomos de uma medicação imunobiológica subcutânea e de três novas tecnologias orais aprovadas para tratar dermatite atópica moderada a grave com falha ou contraindicação às terapias convencionais.
Contrariando o tratamento da dermatite décadas atrás, atualmente são raras as necessidades de restrições alimentares para esses pacientes, exceto quando há comprovação de alergia àquele determinado alimento. Os cuidados principais são relacionados com a temperatura do banho que deve ser amena, a hidratação que deve ser feita pelo menos uma vez ao dia, exposição ao sol moderada, restrições contato com produtos de limpeza, especialmente nas dermatites que envolvem as mãos, cloro de piscina e outras orientações que são feitas caso a casos.
O médico Coordenador da Campanha lembra que “há uma diferença entre o que está disponível hoje para pacientes de planos de saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS), que não tem um protocolo específico para a doença. Há necessidade de incorporação no SUS desde os hidratantes até as medicações pois diante dos custos dos tratamentos muitos acabam por abandono os tratamentos. Há ainda o medo dos corticosteroides em cremes, que são parte fundamental do tratamento nas formas leves, mas ao mesmo tempo a necessidade de conscientizar sobre uso correto, pelo tempo prescrito. Por conta da má utilização, com uso excessivo e uso podem ocorrer efeitos colaterais locais, como estrias, e até sistêmicos, como aumento de colesterol e glaucoma. “Para os pacientes de planos de saúde avanços importantes ocorreram com a inclusão de um medicamento na lista de cobertura obrigatória do rol da ANS – agência de saúde suplementar.
A campanha trará o esclarecimento de porta-vozes, divulgação nas redes sociais, mídia e canais oficiais da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Site da campanha traz muitos esclarecimentos:
https://www.sbd.org.br/dermatiteatopica/
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