Com texto inédito de Ulisses Mattos e direção de Henrique Tavares, o espetáculo foi idealizado pelo protagonista Pedro Monteiro, que apresenta a segunda parte de uma trilogia teatral sobre a paternidade. Na peça, todo homem precisa passar por um difícil processo até obter seu certificado de pai
Em um futuro próximo, todo homem precisa fazer uma série de provas para se tornar pai. O processo não é simples. A vontade de ter um filho vai esbarrar na falta de preparo, na insegurança e até no machismo estrutural ainda presente na sociedade, que insiste em delegar para a mãe a maioria dos cuidados com o bebê. Quem insistir em ser pai sem cumprir todas as tarefas e ganhar seu certificado poderá ser detido e até preso. Este é o ponto de partida de “Pai Ilegal”, comédia inédita escrita por Ulisses Mattos, com direção de Henrique Tavares, que estreia, dia 5 de maio, no Teatro Dulcina, no Centro. O espetáculo é a segunda parte de uma trilogia teatral sobre paternidade, idealizada pelo ator Pedro Monteiro, que começou com o drama “Pão e Circo” (2021) e vai se encerrar com o musical infantil “Meus dois pais” em 2023. “Pai Ilegal” é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e Controllab por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.
“Eu queria continuar a tratar de questões da paternidade, mas por uma estrada diferente. Com “Pai Ilegal”, a vontade era de fazer uma comédia, e voltar ao gênero do meu primeiro projeto teatral, Os Ruivos (2008)”, conta Pedro Monteiro que, além de idealizar o projeto, vive o protagonista do espetáculo. “A ideia é usar o humor para discutir temas pertinentes à sociedade atual, como o lugar de fala, a importância do pai na criação de um filho e a necessidade de aprovação que todos nós temos”, acrescenta.
A peça acompanha a história de Gabriel, que vê sua vida mudar ao ser parado numa blitz policial. A documentação do carro está em dia, não houve consumo de álcool pelo motorista, mas há um grande problema: ele é um pai ilegal. O policial desconfia de uma fralda encontrada no carro, faz um teste do bafômetro e, logo, detecta a presença de talquinho, colônia de bebê, pomada pra assadura e tudo mais. Sim, no futuro a tecnologia já consegue detectar quem é pai e deter aqueles que não possuem certificado. No elenco, estão Pedro Monteiro (Gabriel), Gabriela Estevão (agente) e Juliana Guimarães (Ísis). “Sabe quando as pessoas falam que ser pai é uma coisa tão importante que deveria existir um certificado de permissão? Pois no futuro existe!”, comenta Pedro.
Este é a segunda parceria entre Pedro Monteiro e o autor Ulisses Mattos, roteirista de programas de humor como Zorra, Escolinha do Professor Raimundo e Fora de Hora. Os dois trabalharam juntos no elogiado longa-metragem “Sonho de Rui – Um Braddock Possível” (disponível no catálogo da Amazon Prime). Ulisses assinou o roteiro e a codireção do filme com Cavi Borges. Agora, estreia seu segundo texto teatral – o primeiro foi a comédia ‘Mentira tem perna curta’ em parceria com Gigante Léo.
“Eu e Pedro gostamos daquele tipo de humor que diverte e emociona, e não recorre aos clichês apelativos da comédia”, observa Ulisses. “Além disso, discutir a presença e ausência do pai na criação de um filho é um assunto que nos interessa. Por mais presente que a gente seja, a verdade é que a mãe é sempre mais. Além do tema da paternidade, vamos discutir a nossa necessidade de aprovação. Durante toda a peça, o Gabriel fala desse nosso desejo de ser aprovado pelos pais, pelos filhos, pela sociedade, na escola, nas redes sociais…”, explica.
O diretor Henrique Tavares acredita que o espetáculo faz o homem reavaliar sua função na sociedade e na família. “Neste momento de tantas mudanças comportamentais, a peça fala também de como o pai pode se desconstruir e ficar mais atento às relações com a mulher e os filhos, combatendo o machismo e o patriarcado. Mas tudo com muito humor, estamos precisando de alívio cômico na vida!”, frisa o diretor, que fez parte do núcleo de humor da TV Globo e tem uma longa carreira no teatro. “A peça é bastante leve, divertida e ágil. Vamos contar essa história de uma maneira bem teatral, com elementos realistas, mas com alguns exageros para potencializar a situação cômica. O pai vai passar por várias provas para conseguir sua liberdade”, adianta Henrique.
Na equipe criativa do espetáculo, também estão Marcelo Alonso Neves (direção musical e trilha original), Alfredo Boneff (assistência de direção e preparação corporal), Marieta Spada (cenário e figurino) e João Gioia (Iluminação).
Sinopse
Sabe quando as pessoas falavam que ser pai é tão importante e desafiador que deveria existir um certificado de permissão? Pois agora existe! Sem sua licença de pai, Gabriel acaba preso e vai ter que passar por provas nada fáceis. Afinal, Gabriel será aprovado ou não?
Ficha técnica:
- Idealização: Pedro Monteiro
- Dramaturgia: Ulisses Mattos
- Direção artística: Henrique Tavares
- Direção Musical e trilha original: Marcelo Alonso Neves
- Elenco: Pedro Monteiro (Gabriel), Juliana Guimarães (Ísis) e Gabriela Estevão (agente T).
- Assistência de direção: Alfredo Boneff
- Coreografia: Hanna Fasca
- Cenário e Figurino: Marieta Spada
- Iluminação: João Gioia
- Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues e Rachel Almeida
- Gestão de redes sociais: Lyvia Rodrigues e Rachel Almeida
- Programação Visual: A4_ – Davi Palmeira
- Direção de produção e produção executiva: Tem Dendê! Produções – Tamires Nascimento
- Assistência de produção: Jacyara de Carvalho e PV Israel
- Assessoria Jurídica: Bruno Assis
- Contabilidade: VOX Contábil
- Prestação de contas: Alan Isídio
- Marketing Cultural: Marcela Bronstein
- Fotos: Beto Roma
Serviço:
Pai Ilegal
- Temporada: de 5 a 29 de maio
- Teatro Dulcina: Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
- Telefone: (21) 2240-4879
- Dias e horários: 5ª e 6, às 19h, sáb. e dom., às 18h.
- Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)
- Compra online Sympla: https://bit.ly/3MAHbze
- Capacidade: 300 pessoas
- Classificação etária: 10 anos
- Instagram do espetáculo: @paiilegalteatro