“Consciência Negra em Cena” – Teatro Adolpho Bloch celebra o Mês da Consciência Negra

Programação especial reúne espetáculos de destaque sobre a experiência negra no Brasil, com protagonismo e narrativas potentes

por Redação
Diario de Bitica​

Em novembro, o Teatro Adolpho Bloch apresenta “Consciência Negra em Cena”, uma programação especial que valoriza a cultura negra e promove reflexões sobre identidade, racismo, ancestralidade e resistência. O projeto coloca em evidência produções que dialogam diretamente com temas urgentes da sociedade brasileira, além de reafirmar o compromisso do Teatro com uma curadoria diversa, acessível e representativa.

O projeto reúne cinco espetáculos de forte impacto artístico e social, com elencos majoritariamente negros e diferentes propostas estéticas e narrativas. São eles: Para Meu Amigo Branco, uma reflexão sobre o racismo estrutural; Carolina Maria de Jesus, Diário de Bitita, inspirado na vida e obra de uma das grandes escritoras brasileiras; Negra Palavra I Solano Trindade, que homenageia Francisco Solano Trindade, poeta pernambucano, ativista político, artista plástico, ator de cinema e pesquisador de culturas populares; Negra Palavra – Poesia do Samba, que celebra o samba como poesia, valorizando as letras de sambistas negros como verdadeiras obras literárias; e o aclamado monólogo Macacos.

As apresentações acontecem entre os dias 13 e 30 de novembro, com sessões em horários acessíveis e ingressos a preços populares, reforçando o compromisso com a democratização do acesso à cultura.

Sobre os espetáculos

Para Meu Amigo Branco

Livremente inspirado no livro homônimo de Manoel Soares, o espetáculo discute o racismo a partir de um episódio vivido em uma escola: uma menina de 8 anos é chamada de “negra fedorenta” por um colega branco. Durante a reunião entre pais e professores, o debate expõe tensões sociais, preconceitos naturalizados e a urgência de olhar para o racismo além da ideia de “mero bullying”. Com texto de Rodrigo França e Mery Delmond e direção de Rodrigo França, a peça rompe a barreira entre palco e plateia: o público senta em carteiras escolares, dentro da cena, e se torna parte da discussão.

Carolina Maria de Jesus – O Diário de Bitita

A peça é uma adaptação das obras Quarto de Despejo e Diário de Bitita, da escritora mineira Carolina Maria de Jesus. Uma história surpreendente e inspiradora: a menina, que estudou apenas dois anos do primário, apaixonou-se pelos livros e tornou-se uma grande escritora, publicada em todo o mundo. Carolina foi catadora de papel e escreveu toda a sua obra em cadernos que encontrava no lixo. Reciclando materiais, reciclou sua própria trajetória e a si mesma. A encenação segue o fluxo de memória de Carolina, refazendo sua trajetória da infância miserável em Sacramento, interior de Minas, quando a chamavam de Bitita, até o lançamento do seu primeiro livro, que obteve enorme sucesso.

Negra Palavra I Solano Trindade

O espetáculo celebra a obra do poeta pernambucano, ativista político, ator de cinema, artista plástico, pesquisador de culturas populares e homem de teatro. Desde 2019, teve 160 apresentações em 24 cidades entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Pernambuco, colecionando encontros e trazendo poesia, música, dança, percussão e uma profusão de imagens poéticas construídas através dos movimentos dos atores.

Negra Palavra – Poesia do Samba

“Negra Palavra – Poesia do Samba” é um espetáculo que celebra a riqueza poética dos sambas, destacando seus compositores como grandes poetas do cotidiano brasileiro, com uma narrativa que começa como homenagem a Nei Lopes.

Macacos

Depois de temporadas aclamadas pelo público e crítica em diversas capitais brasileiras, o espetáculo Macacos chega ao Teatro Adolpho Bloch. Com texto impactante e atuação solo de Clayton Nascimento, a montagem traz à cena um olhar potente sobre a urgência da vida negra no Brasil. A peça parte do relato de um homem negro que, munido apenas de sua voz e de um batom, busca entender e enfrentar o racismo que atravessa seu cotidiano, mergulhando na história do Brasil para refletir sobre a estruturação do preconceito e o apagamento das memórias e ancestralidades negras.

Teatro Adolpho Bloch

Localizado no histórico Edifício Manchete, na Glória, Rio de Janeiro, projetado por Oscar Niemeyer e com paisagismo de Burle Marx, o Teatro Adolpho Bloch é palco de momentos célebres da cultura brasileira. Desde maio de 2019, o Instituto Evoé é responsável por devolver ao Rio de Janeiro esse espaço icônico, transformado num complexo cultural moderno. Graças à genialidade de Niemeyer, que criou um palco reversível, tornou-se possível, mesmo em períodos desafiadores como a pandemia, promover espetáculos e eventos tanto na área externa, ao ar livre, quanto na interna, ou nas duas ao mesmo tempo, em formato arena, proporcionando múltiplas formas de criar e consumir arte e entretenimento.

Único teatro na cidade do Rio de Janeiro com palco reversível, permitindo que o público se acomode na área externa, o Teatro Adolpho Bloch ganhou, em 2021, o formato arena, com capacidade para 359 lugares internos e 120 externos, e palco de 140 m², equipado com a melhor estrutura. O espaço abriga ainda o bistrô Bettina Café & Arte.

PROGRAMAÇÃO — CONSCIÊNCIA NEGRA EM CENA

Obs: Na compra de ingresso para Negra Palavra – Poesia do Samba, o cliente ganha um ingresso para a roda SAMBAY, que acontece todos os domingos no Terrase Rio.

Obs: Na compra de ingresso para Macacos, o cliente ganha 50% de desconto na compra de qualquer outra peça em cartaz dentro da programação da mostra “Consciência Negra em Cena”

Teatro Adolpho Bloch – Rua do Russel 804 – Glória

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