Cor Púrpura emociona e faz refletir

por Waleria de Carvalho
A Cor Púrpura

A pandemia me afastou dos palcos por quase dois anos. Já estava bem cansada e triste de não ter mais a emoção de assistir a espetáculos de forma presencial. Minha mãe diz que quando vou ao teatro eu nem pisco de tão impactada e emocionada com tudo que acontece no palco. Para mim, acostumada a frequentar teatro há 40 anos, foi um grande baque cultural essa pandemia, No dia 20 de janeiro, porém, tive a oportunidade de assistir a reestreia de COR PÚRPURA, no Teatro Riachuelo, na Cinelândia, que já foi o fervo cultural e eu espero que volte a ser em breve.

A versão brasileira de Artur Xexéo e direão de Tadeu Aguiar para o musical é primorosa e, apesar de abordar temas tristes como racismo e patriacardo, a peça traz  certa leveza em alguns trechos. Os atores são muito bem preparados e a jovem que interpreta Celie (Letíia Soares) dá um show. É gostoso vê-la cantar e atuar.  Destaque também para Alan Rocha, que faz Harpho (enteado de Celie) com maestria. O cenário da casa onde se passa a peça, um palco giratório de seis metros de diâmetro e uma escada curva com sistema de traveling, é outro acerto da produção.

A COR PÚRPURA recebeu 75 prêmios, entre eles: APTR, Cesgranrio, Shell e Bibi Ferreira. São 17 atores em cena, 90 figurinos, Haverá sessões de quinta a domingo, sendo que às quintas-feiras terão preços populares.

SINOPSE

Escrito há mais de 35 anos e vencedor dos Prêmios Pulitzer, Grammy e Tony, A Cor Púrpura é um musical baseado em uma história passada na primeira metade do século XX, na zona rural do Sul dos Estados Unidos, com personagens típicos dessa região. Com um elenco em sua maioria escolhido por meio de testes, o musical permanece, nesta retomada teatral, praticamente com os mesmos atores.

O espetáculo apresenta a trajetória e luta de Celie (Letícia Soares) contra as adversidades impostas pela vida a uma mulher negra, na Geórgia, no decorrer da primeira metade do século XX. Na adolescência, a personagem tem dois filhos de seu suposto pai (Jorge Maya), que a oferece a um fazendeiro local para criar seus herdeiros (entre eles, Harpho – Alan Rocha), lavar, passar e trabalhar sem remuneração. Ela é tirada à força do convívio de sua irmã caçula Nettie (Ester Freitas) e passa a morar com o marido Mister (Wladimir Pinheiro). Enquanto Celie resigna-se ao sofrimento, Sofia (Erika Affonso) e Shug (Flávia Santana) entram em cena, mostrando que há possibilidade de mudanças e novas perspectivas, esperança e até prazer.

A saga de Celie é permeada por questões sociais de extrema relevância até os dias atuais como a desigualdade, abuso de poder, racismo, machismo, sexismo e a violência contra a mulher. Completam o elenco: Analu Pimenta (Squeak); Suzana Santana (Jarene); Hannah Lima (Doris); Cláudia Noemi (Darlene); Caio Giovani (Grady Ensemble); Leandro Vieira (Chefe da Tribo Olinka Ensemble); Gabriel Vicente (Bobby Ensemble); Thór Junior (Pastor Ensemble); Renato Caetano (Soldado Ensemble); Nadjane Pierre (Solista da Igreja Ensemble).

HISTÓRICO

Alice Walker foi a primeira escritora negra a ganhar o Pulitzer pelo seu livro A Cor Púrpura, que continua contemporâneo ao retratar relações humanas, de amor, poder e ódio, em um mundo pontuado por estruturais diferenças econômicas, sociais, étnicas e de gênero. O livro A Cor Púrpura foi lançado em 1982.

Com direção de Steven Spielberg, a obra foi adaptada para o cinema em 1985, recebendo 11 indicações ao Oscar. A transposição para musical aconteceu em 2005, na Broadway. Em 2016, houve uma nova montagem, rendendo à produção 2 Tony e o Grammy de melhor álbum de teatro musical.

DETALHES DA PRODUÇÃO

A direção musical de A COR PÚRPURA é de Tony Lucchesi. São 32 números musicais, contando com as vinhetas. “Tem uma parte do espetáculo que acontece na África. Para este momento, abri as vozes, trabalhei com polifonia, com outros sons, uma música por trás da cena”, revela Tony. No espetáculo, os atores precisam ter grande extensão vocal, dando conta de vários ritmos como jazz, blues, música africana e gospel. Logo na abertura da peça, há um número que lança mão de diversas sonoridades, representando o coro de uma igreja entrecruzado ao sermão do pastor. A orquestra é composta por 8 músicos que tocam piano-condutor, teclado, saxofone alto, clarinete, flauta, saxofone barítono, clarinete, clarinete baixo, saxofone tenor, trompete, fliscorne, violões, baixos, bateria e percussão.

Tanto no livro como no musical, as mudanças de vida da protagonista estão relacionadas ao ambiente no qual ela vive. Cenas no bar de Harpho e Sophia e nas casas do pai, marido e Shug provocam alterações no percurso de Celie. A cenógrafa Natália Lana criou uma casa giratória como elemento central, representando as diferentes facetas da trajetória da vida da personagem. Contornando a casa, uma espécie de escadaria construída ao longo do tempo e de forma não ortogonal, representando a diversidade de ambientes externos e de aprisionamento em certos pontos da história. A estrutura da casa foi baseada nas construções do sul dos Estados Unidos e teve como inspiração as shack, representando o tradicional porch, varanda onde se reúnem famílias americanas. “Para a criação do cenário, foi fundamental a leitura do livro, mergulhando fundo no estudo do texto, pensando em como poderíamos representar esta história que se passa em outro país, mas que ao mesmo tempo representa tanto da nossa história e da força destas mulheres negras que construíram o Brasil”, descreve a cenógrafa Natália Lana.

São 90 figurinos, confeccionados com 350 metros de tecidos, passando por processos de tingimento artesanal e impressão em serigrafia. O figurino de A COR PÚRPURA retrata o tempo da costura feita em casa. “Na América, as colchas de retalhos produzidas desde a colonização, são influenciadas pela estética da África, onde o trabalho de costura de retalhos é prática centenária. Desta forma, o conjunto de figurinos do espetáculo formará um “quilt”, em tons envelhecidos, retratando a Geórgia da primeira metade do século passado. Na concepção do figurino é no trabalho de costura manual que Celie encontra refúgio na dura realidade de seu dia a dia. Neste panorama, a cantora de jazz Shug Avery é o manifesto de amor e liberdade de Celie e pontua sua trajetória com trajes de tons de cor púrpura saturados”, minucia o figurinista Ney Madeira. A iluminação do espetáculo é do Rogério Wiltgen.

O trabalho da coreógrafa Sueli Guerra dialoga com a direção de movimento dos atores, priorizando a dramaturgia do espetáculo. “Os números de canto e dança ultrapassam o conceito da coreografia e organização de passos. O físico, a situação dramatúrgica em que o personagem se encontra e a movimentação corporal, estão totalmente a serviço de contar uma história, estimulando um mergulho mais profundo na obra”, finaliza Sueli.

FICHA TÉCNICA
Texto: Marsha Norman
Músicas: Brenda Russell, Allee Willis e Stephen Bray
Versão Brasileira: Artur Xexéo
Direção Geral: Tadeu Aguiar
Direção Musical: Tony Lucchesi

Elenco: Letícia Soares, Wladimir Pinheiro, Flávia Santana, Jorge Maia, Alan Rocha, Ester Freitas, Erika Affonso, Analu Pimenta, Suzana Santana, Cláudia Noemi, Hannah Lima, Caio Giovani, Renato Caetano, Thór Jr, Gabriel Vicente, Leandro Vieira, Nadjane Rocha.

Cenário: Natália Lana
Figurino: Ney Madeira e Dani Vidal
Desenho de luz: Rogério Wiltgen
Desenho de som: Gabriel D’Angelo
Coreografia: Sueli Guerra
Assessoria de imprensa: Barata Comunicação
Mídias sociais: Rafael Nogueira
Coordenação de produção: Norma Thiré
Produção Geral: Eduardo Bakr

SERVIÇO

A Cor Púrpura – O Musical
Temporada: até 20 de fevereiro de 2022
Quinta e sexta: 20h
Sábado: 16h | 20h30
Domingo: 18h
Local: Teatro Riachuelo
Endereço: Rua do Passeio,38/40 – Centro – Rio de Janeiro.
Classificação: 12 anos.
Duração: 180 minutos.
Gênero: Musical
Vendas: www.sympla.com.br
Ingressos: entre R$ 25,00 e R$ 170,00

Companhia Empório de Teatro Sortido comemora 10 anos com mostra gratuita 

Companhia Empório

Companhia Empório

Festival comemorativo ocupa o Teatro da USP – TUSP com apresentações dos espetáculos Ãrrã, Os Arqueólogos, Não Nem Nada e Chorume, de Vinicius Calderoni. No mesmo teatro acontecem as leituras encenadas das peças Cambaio [a seco], O Convidado Surpresa, Gotas D´água Sobre Pedras Escaldantes, Um Bonde Chamado Desejo e Jaqueline. Até 13 de março

A MOSTRA

Fundada em 2010 por Rafael Gomes e Vinicius Calderoni, a companhia Empório de Teatro Sortido sempre se propôs a duas fortes linhas de atuação: a produção de dramaturgia original brasileira e a recriação de textos clássicos.

Uma intensa trajetória que se desenhou desde então. Foram 10 espetáculos de grande impacto e resultado quantitativo junto ao público, enorme repercussão crítica e conquista dos mais importantes prêmios do país – entre eles APCA, Shell, APTR e Aplauso Brasil, somando 14 troféus e outras indicações.

Para celebrar estes dez anos de atividade completados em 2020, em meio à pandemia, é que surge a MOSTRA EMPÓRIO DE TEATRO SORTIDO 10 ANOS. Tendo como base os 10 espetáculos do repertório da companhia, a ocupação tem dois eixos: a apresentação de 5 espetáculos do repertório e a leitura encenada de outros cinco textos – além de uma aula espetáculo de encerramento a partir de um texto inédito de Rafael e Vinicius.

Desde 27 de janeiro, a Mostra  ocupa o Teatro da USP – TUSP, apresentando quatro textos de Vinicius Calderoni: Ãrrã (até06 de fevereiro, quinta a domingo); Os arqueólogos (de 02 a 23 de fevereiro, quartas-feiras); Não nem nada (de 10 a 20 de fevereiro, de quinta a domingo) e Chorume (de 03 a 13 de março, de quinta a domingo). (Não por acaso, todas dramaturgias originais dos autores fundadores da Cia.).

As cinco leituras encenadas serão realizadas aos sábados de tarde, durante a ocupação no Teatro da USP – TUSP, contempla os outro cinco espetáculos encenados pela Empório de Teatro Sortido: Jacqueline, de Rafael Gomes; Um bonde chamado desejo, de Tennessee Williams; Gotas d’água sobre pedras Escaldantes, de Rainer Werner Fassbinder; O convidado surpresa, adaptação de Rafael Gomes para o romance de Gregoire Boilleur e Cambaio [a seco], de Adriana Falcão e João Falcão, com músicas de Chico Buarque e Edu Lobo. 

Por fim, no último sábado da ocupação, será a vez da apresentação de Egotripas, aula espetáculo criada e protagonizada por Rafael Gomes e Vinicius Calderoni que repassa, num formato de documentário cênico, com vasta liberdade autoficcional, os dez anos de trajetória da companhia e o sentido da pesquisa amalgamado com a reelaboração dramatúrgica da trajetória da amizade que deu origem à companhia.

Trata-se de uma mostra absolutamente inclusiva, com a totalidade das atividades gratuitas e a utilização de aparelhos ligados à prefeitura do município de São Paulo, de modo a abarcar a mais variada parcela da população.

Por fim, a dimensão reflexiva e pedagógica da Mostra, adensando seu caráter revisionista, comparece através de debates programados para ocorrer após as apresentações dos espetáculos, em cada um dos teatros visitados, compartilhando com o público algumas experiências e vivências dos processos de autores/encenadores e dos elencos das peças.

“Esta temporada é uma celebração da trajetória e, neste sentido, o fato de ser gratuita é fundamental para que ela circule entre novos e ampliados públicos”, comenta Rafael. Vinicius complementa: “A possibilidade de colocar lado a lado todas essas obras que aconteceram dispersas no tempo, faz com que a trajetória da companhia possa ser vista em perspectiva num contexto de panorama. Foi uma coisa com a qual sempre sonhamos e dá uma medida da nossa felicidade agora que o projeto se concretiza.” Eles arrematam: “esse panorama composto pelas cinco peças reencenadas e pelas outras cinco leituras (além da aula espetáculo de um novo texto inédito), dialogam não somente com o que se produziu de investigação teatral dentro de cada trabalho, e no escopo da soma dos trabalhos de nosso coletivo, mas também em termos de resposta ao espírito do tempo da contemporaneidade.”

Sinopses dos espetáculos que serão encenados na mostra

Não Nem Nada

Em uma velocíssima gincana cênica, quatro intérpretes desdobram-se em dezenas de personagens para investigar assuntos caros aos nossos tempos, como a dificuldade de comunicação diante da profusão de estímulos, o bombardeamento de notícias, a dinâmica de funcionamento das redes sociais, o mundo das subcelebridades e a própria noção de percepção do tempo na contemporaneidade. Indicada ao Prêmio Shell SP 2014 de Melhor Autor (Vinicius Calderoni) e Melhor Atriz (Renata Gaspar).

Ãrrã

Quantas vezes o pensamento está no mesmo lugar onde se está de carne e osso? Que lugar o outro e a alteridade ocupa no nosso tempo? Em cena, os premiados Luciana Paes e Thiago Amaral lançam-se em diversas cenas, flutuantes no tempo e espaço para responder estas perguntas tão essenciais quanto fundadoras no espetáculo vencedor do Prêmio Shell de Melhor Autor (Vinicius Calderoni) em 2015. 

Chorume

Todo tipo de matéria prima imprópria para o palco pode se tornar matéria prima dramatúrgica: o rótulo de uma água mineral, o folheto de um empreendimento imobiliário, frases jogadas fora coletadas nas conversas em uma praça, dedicatórias encontradas em livros empoeirados nos sebos. De posse desta premissa tão grandiosa quanto improvável, seis intérpretes buscam refletir sobre um momento histórico onde não se podemais diferenciar o que é construção daquilo que é ruína. Vencedor do Prêmio Aplauso Brasil de Melhor Iluminação para Wagner Antônio.

Os Arqueólogos

Dois narradores transmitem – com linguagem que parodia os jargões de modalidades esportivas (como futebol, boxe e automobilismo) cenas corriqueiras que se passam na praça de uma grande cidade:  um pai que ensina ao filho como fotografar com uma câmera analógica, um casal que discute na calçada, uma garota que conta quanto tempo cada pessoa demora para desfazer o sorriso do rosto depois que se despede de um conhecido, etc. Dois arqueólogos do futuro avaliam com rigor científico e frieza vestígios de uma estranha civilização: a nossa. Vencedor do Prêmio APCA na Categoria Melhor Autor (Vinicius Calderoni) e indicado ao Prêmio Shell na mesma categoria em 2016 e ao Prêmio APCA de Melhor Espetáculo.

Música para cortar os pulsos

Em dez cenas curtas, as histórias amorosas de três corações juvenis se desenrolam com a intensidade e ao som das músicas para cortar os pulsos. Isabela sofre porque foi abandonada, Felipe quer se apaixonar e Ricardo, seu melhor amigo, está apaixonado por ele.

Serviço dos espetáculos que farão temporada no Teatro da USP – TUSP

ÃRRÃ – até 06 de fevereiro, quintas, sextas e sábados às 21h e domingos às 19h.
Duração:70 minutos
Classificação: 12 anos
TUSP: Rua Maria Antonia, 294, Consolação, SP – (Metrô Santa Cecília)
Telefone: (11) 3123.5223/5233
Lotação: 70 lugares
Grátis.
Ingressos serão distribuídos 1h antes do início dos espetáculos.

OS ARQUEÓLOGOS – de 02 a 23 de fevereiro, quartas às 21h
Duração: 50 minutos
Classificação Etária: Livre
TUSP: Rua Maria Antonia, 294, Consolação, SP – (Metrô Santa Cecília)
Telefone: (11) 3123.5223/5233
Lotação:70 lugares
Grátis.
Ingressos serão distribuídos 1h antes do início dos espetáculos.

NÃO NEM NADA – de 10 a 20 de fevereiro, quintas, sextas e sábados às 21h e domingos às 19h.
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
TUSP: Rua Maria Antonia, 294, Consolação, SP – (Metrô Santa Cecília)
Telefone: (11) 3123.5223/5233
Lotação: 70 lugares
Grátis.
Ingressos serão distribuídos 1h antes do início dos espetáculos.

CHORUME – de 03 a 13 de março, quintas, sextas e sábados às 21h e domingos às 19h.
Duração: 70 minutos
Classificação: 12 anos
TUSP: Rua Maria Antonia, 294, Consolação, SP – (Metrô Santa Cecília)
Telefone: (11) 3123.5223/5233
Lotação: 70 lugares
Grátis.
Ingressos serão distribuídos 1h antes do início dos espetáculos.

FICHAS TÉCNICAS e SERVIÇO DAS LEITURAS ENCENADAS

De 05/02 a 12/03 – Sábados às 18h
05 de fevereiro: O Convidado Surpresa
12 de fevereiro: Gotas d’água Sobre Pedras Escaldantes
19 de fevereiro: Um Bonde Chamado Desejo
05 de março: Cambaio [a seco]

JACQUELINE (2016) – LEITURA ENCENADA

Texto e Direção: Rafael Gomes

Elenco: Natália Lage, Arieta Corrêa, Daniel Costa, Fabricio Licursi

O CONVIDADO SURPRESA (2014) – LEITURA ENCENADA

Texto: Rafael Gomes, a partir do romance de Grégoire Bouillier

Direção: Rafael Gomes

Elenco: Mayara Constantino e Thiago Ledier

GOTAS D’ÁGUA SOBRE PEDRAS ESCALDANTES (2014) – LEITURA ENCENADA

Texto: Rainer W. Fassbinder

Direção: Rafael Gomes

Elenco: Felipe Aidar, Gilda Nomacce, Luciano Chirolli, Nana Yazbek (aconfirmar)

Indicado ao Prêmio Shell nas categorias Melhor Ator (Luciano Chirolli), Atriz (Gilda Nomacce) e Cenário (André Cortez).

UM BONDE CHAMADO DESEJO (2015) – LEITURA ENCENADA

Texto: Tennesse Williams

Direção: Rafael Gomes

Elenco: Maria Luisa Mendonça, Eduardo Moscovis, Virginia Buckowski, Donizeti

Mazonas, Fernanda Castelo Branco, Fabricio Licursi e Marina Mathey

Vencedor do Prêmio Shell nas Categorias Direção (Rafael Gomes), Atriz (Maria Luisa Mendonça) e Cenário (André Cortez); Indicado ao Prêmio Shell de Melhor Figurino (Fause Haten)/ 2015.

CAMBAIO [A SECO] (2014) – LEITURA ENCENADA

Texto: Adriana Falcão e João Falcão

Músicas: Chico Buarque e Edu Lobo

Direção: Rafael Gomes

Elenco: Geraldo Rodrigues, Guilherme Gorski, Mayara Constantino,

Músicos: 5 a Seco (Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone,

Vinicius Calderoni) e Tatiana Parra

A Pane, de Friedrich Dürrenmatt, está em cartaz no Teatro FAAP

A Pane

A Pane

Ao chamar de “A Pane” seu conto (depois transformado em teatro), Dürrenmat não estava só pensando na falha mecânica de um Jaguar, que leva o protagonista a uma situação inesperada. A pane também diz respeito a este nosso mundo, repleto de imperfeições e catástrofes, de falhas da Justiça, de culpas e desculpas. Dürrenmat é daqueles autores que divertem e dão o que pensar.

Com direção de Malú Bazán e tradução de Diego Viana, o espetáculo está nos palcos do Teatro Faap e poderá ser visto até 20 de fevereiro. Antonio Petrin, Cesar Baccan, Heitor Goldflus, Marcelo Ullmann, Oswaldo Mendes e Roberto Ascar compõem o elenco.

A situação é inusitada. Um jogo em que octogenários juristas aposentados encenam suas antigas ocupações e, como diz o juiz anfitrião, agora não mais presos “a formas, protocolos, leis e todo o entulho inútil dos tribunais”. Neste jogo eles enredam um próspero representante comercial. Qual o seu crime? Não importa: “crime é algo que sempre se pode encontrar”.

Ao brincar de tribunal, os personagens nos fazem questionar o conceito de justiça, o sistema de Justiça, e este nosso mundo “de inocentes com culpa e culpados sem culpa”. A encenação reúne atores de várias gerações, para falar, não de uma história antiga, mas de “uma história ainda possível”, como o autor a qualifica. 

Após uma suspensão de quase dois anos em razão da pandemia, o espetáculo volta com força total, mostrando a intensidade e alegria de fazer arte desse potente elenco de atores de terceira idade que representam a história do nosso teatro!  

Divirtam-se!

O autor

Dürrenmatt (Konolfingen, 5 de janeiro de 1921 — Neuchâtel, 14 de dezembro de 1990) foi um escritor suíço. Embora possua grande fama por sua obra como dramaturgo, foi também um prolífico contista e romancista.

Politicamente ativo, o autor escreveu dramas vanguardistas, profundos romances policiais, e algumas sátiras macabras. Um de seus principais bordões era: “Uma história não está terminada até que algo tenha dado extremamente errado”.

Como Brecht, Dürrenmatt explorou as vertentes do teatro épico. Suas peças visavam envolver o público a um debate teórico, e não somente ser entretenimento puramente passivo.

Quando tinha 26 anos, sua primeira peça, “Está Escrito”, (em alemão “Es steht geschrieben”), estreou causando grande controvérsia. A história da peça se passa em torno de uma batalha entre um cínico obcecado pelo sucesso e um religioso fanático que leva as escrituras ao pé da letra, tudo isto acontecendo enquanto a cidade em que vivem está cercada. A noite de estreia da peça, em abril de 1947, causou confusão e protestos por parte do público.

Na década de 50, com o conto “A Pane”, chegou ao que muitos consideram o auge de sua capacidade estilística e narrativa.

Morreu em 1990, considerado como um dos grandes narradores e dramaturgos de sua geração.

SINOPSE

“A Pane” é uma comédia sobre a justiça. Hóspede inesperado se transforma em réu de um jogo em que juiz, promotor, advogado e carrasco aposentados revivem suas profissões. Uma fábula que fala dos nossos dias. No elenco, um encontro de gerações.

FICHA TÉCNICA

Texto: Friedrich Dürrenmatt

Tradução: Diego Viana

Direção: Malú Bazán

Elenco: Antonio Petrin, Cesar Baccan, Heitor Goldflus, Marcelo Ullmann, Oswaldo Mendes, Roberto Ascar.

Concepção cenográfica: Anne Cerutti e Malú Bazán

Figurino: Anne Cerutti 

Assistente de figurino e cenário: Adriana Barreto

Cenotécnico: Douglas Caldas

Desenho de luz: Wagner Pinto

Música Original: Dan Maia

Operador de luz: Gabriel Greghi

Operador de som: Silney Marcondes

Contrarregra: Márcio Polli

Fotos: Ronaldo Gutierrez

Fotos de cena: Rogério Alves 

Visagismo: Dhiego Durso 

Programador Visual: Rafael Oliveira

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Assistente de Produção: Rebeca Oliveira

Assistente de Produção: Beatriz Nominato

Co-Produção: Kavaná Produções 

Produção e Realização: Baccan Produções

SERVIÇO

# A Pane, de Friedrich Dürrenmatt, com direção de Malú Bazán

TEATRO FAAP – – Rua Alagoas, 903

Temporada: de 28 de janeiro a 20 de fevereiro de 2022; Sextas-feiras às 21h; sábados, às 20h; domingos, às 18h. 

Ingressos: Sábados; R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Sextas e domingos; R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).
Bilheteria física: TEATRO FAAP – Rua Alagoas, 903 – Higienópolis, São Paulo – SP, 01242-902, de quarta a sábado, das 14h às 20h. Domingo das 14h às 17h. Em dias de espetáculos até o início da apresentação.

Compras pelo site: https://teatrofaap.showare.com.br/  

Informações / Televendas: 11 3662-7233 / 11 3662-7234

Duração: 70 minutos   

Classificação: 14 anos  

Capacidade: 510 lugares

II Festival de Teatro Dago Menezes abre inscrições para todos os grupos e coletivos

Festival de Teatro Dago Menezes

Festival de Teatro Dago Menezes

Com foco no intercâmbio cultural, fortalecimento dos grupos teatrais do interior de São Paulo e fomentação de público, o II Festival de Teatro Dago Menezes está com inscrições abertas para atores, grupos e coletivos teatrais. O evento é produzido pela Yara Produções Artísticas e acontecerá nos dias 25/03 até 03/04, com entrada gratuita.

As inscrições serão recebidas pela organização do evento até 25 de fevereiro de 2022 e haverá a seleção de  12 espetáculos para se apresentarem no festival, sendo eles divididos em três categorias: Amador, Estudantil e Profissional.

Os grupos serão informados por e-mail e receberão todas as informações sobre o festival. A ficha de inscrição pode ser solicitada através do e-mail yaraproducoesartisticas@gmail.com ou através do telefone (11) 93766-4982, com Renata Oliveira.

HISTÓRIA DO FESTIVAL

O festival foi criado em 2019 como homenagem ao ator Dagoberto Menezes, que foi um profissional de índole exemplar e nunca mediu esforços para realizar seus sonhos de estar nos palcos. Esteve em grandes montagens da Yara Produções Artísticas, como “A Bela e a Fera – O Musical”, “Ifigênia em Áulis” e no projeto experimental “Encantada”, do qual recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante por sua participação como “Natanael”. Também era co-fundador da companhia teatral “Os Más Companhias”, com a qual percorreu algumas cidades do estado de São Paulo com o espetáculo “A Farsa”. Em sua primeira edição em junho de 2019, o festival contou com a presença de grupos de Itu, Salto, São Paulo e outras regiões. E como vencedor, teve o grupo Zéfiros Cia de Teatro, da cidade de Salto, com o espetáculo “O Doente Imaginário”.

O festival acontece de forma independente, onde todos os envolvidos dedicam seu tempo de forma voluntária para realizá-lo. Por isso, quem tiver interesse em ser um apoiador cultural pode entrar em contato através do telefone (11) 93766-4982.

SERVIÇO
– II FESTIVAL DE TEATRO DAGO MENEZE: INSCRIÇÕES
DATA: 25 de janeiro até 25 de fevereiro
FICHA DE INSCRIÇÕES: e-mail yaraproducoesartisticas@gmail.com ou (11) 93766-4982 – falar com Renata Oliveira.
@yaraprodart
@festivaldagomenezes

No palco do Auditório do Sesc Pinheiros, Cacá Carvalho estreia Leonardo da Vinci – a Obra Oculta

Cacá Carvalho

Cacá Carvalho (Foto: Maria Fanchin

O italiano Michele Santaremo, expoente do teatro mínimo italiano, propõe em Leonardo da Vinci – a Obra Oculta o conceito de ser lida em cena. Esta é a segunda parceria entre Cacá Carvalho e Santaremo. Antes, em 2016, Carvalho montou sua versão de A Próxima Estação – Um espetáculo para ler. A estreia acontece dia 3 de fevereiro, às 20hno Auditório do Sesc Pinheiros e segue em cartaz até o dia 05 de março, de quinta a sábado, às 20h. Nos dias 19 e 26 de fevereiro o espetáculo acontece às 18h. 

“Esse é um trabalho de leitura. É um desafio grande e curioso. Tudo você exprime pelo ritmo do texto, pela qualidade do dizer, no valor que dá às pausas, às vírgulas”, revela o ator Cacá Carvalho, que é dirigido por Márcio Medina. 

 Em cena, apenas uma cadeira e uma estante de partitura. O ator também não faz deslocamentos ou grandes gestos. “A pesquisa sobre o teatro lido é muito séria porque quando você tira os efeitos, a cenografia, o trabalho ativa a imaginação do espectador. Esse teatro é uma experiência que coloca o espectador ativo”, diz Carvalho.

 Depois de inventar tantas máquinas que revolucionaram o Homem, a Ciência e as Artes, será que Leonardo consegue resolver o enigma maior que todos nós vemos diante? A vida, viver mais, viver eternamente… Essa é a obra oculta de Leonardo Da Vinci. Cacá Carvalho.

 Em novembro de 2021, por conta da pandemia, este trabalho ganhou uma versão em filme, gravada na Casa das Caldeiras, em São Paulo, e ficou em cartaz on-line, no YouTube da produtora Corpo Rastreado. Essa versão virtual foi indicada ao prêmio APCA de teatro.

 No texto de Michele Santaremo, Leonardo da Vinci é protagonista, mas nada do que acontece é real. Como inventor, depois de criar tantas máquinas, se debruça na pesquisa para a máquina ideal, capaz de modificar a realidade. Suas obras são caminhos de estudos em que propõe a suspensão do tempo e, consequentemente, da morte. “O ser humano passa a vida inteira sem saber que ele está vivendo para morrer. São reflexões que o levam a descobrir o que é o sentimento, o tempo que criamos. A obra oculta é essa: a obra de si mesmo que precisa cuidar porque vai acabar”, finaliza Cacá Carvalho.

 Sinopse

Leonardo da Vinci – a Obra Oculta – Nesta peça, o artista e inventor Leonardo da Vinci procura descobrir uma maneira de evitar a morte. A partir desse ponto, ele se lança com personagens reais e imaginados à reflexão cômica, poética e absurda, em situações muitas vezes nonsenses, sobre o que nos difere como humanos e sobre nossa passagem pela vida.

Cacá Carvalho – ator e diretor. Nasceu em Belém do Pará, onde começou a estudar teatro. Em São Paulo, participou da Piccolo Teatro de São Paulo e da montagem de “Macunaíma”, de Mário de Andrade, com direção de Antunes Filho. Na Itália, na cidade de Pontedera fez diversos espetáculos sob direção de Bacci, como “O Homem com a Flor na Boca” e “Um, Nenhum, Cem Mil. Em São Paulo, com o Teatro della Toscana – Teatro Era de Pontedera, fundou a Casa Laboratório para as Artes do Teatro, que manteve por 14 anos. No Brasil, em parceria com Roberto Bacci dirigiu “O Homem Provisório”, a partir de “Grande Sertão: Veredas” e “A Ingratidão é Fria como o Mármore”, estudo sobre “O Rei Lear”, de Shakespeare, entre outros. 

Michele Santeramo – é dramaturgo e escritor italiano. No seu país, ganhou o prêmio Riccione de Teatro, Prêmio Associação Nacional de Críticos de Teatro e o Prêmio Hystrio de Dramaturgia. Escreveu “Il Guaritore”, com o qual foi indicado ao prêmio UBU de Melhor Novidade Italiana. Em 2012 escreveu e produziu “Uma história do amor e do futebol”. Publicou o romance “La revincita” e escreveu “Alla Luce”. Ele conduz oficinas de dramaturgia.

Ficha técnica 

Com Cacá Carvalho

Texto Michele Santeramo

Ilustrações Cristina Gardumi

Direção no Brasil e espaço cênico: Márcio Medina

Assistente de Direção: Victor Mendes

Iluminação: Michele Bezerra

Operação técnica: Fabio Retti e Kenny Rogers

Designer: Danusa Carvalho

Colaboração Artística: Roberto Bacci

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto | Marcia Marques

Produção no Brasil: Corpo Rastreado 

Produção Executiva: Thaís Venitt

Realização Sesc

 Agradecemos ao Centro per la Sperimenrazione e la Ricerca Teatrale della Fondaziine Teatro della Toscana – Teatro Nazionale, que produziu a versão italiana do espetáculo.

 Serviço

Leonardo Da Vinci – A Obra Oculta 

Com Cacá Carvalho

De 3 de fevereiro a 5 de março de 2022. 

Quinta, sexta e sábado, às 20h. 

*Nos dias 19 e 26 de fevereiro, excepcionalmente às 18h.

Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (credencial plena/meia) 

Local: Auditório (3º andar)

Duração: 70 minutos. 

Classificação: 12 anos.

 *Informações sobre venda de ingressos no site www.sescsp.org.br

 Endereço

SESC PINHEIROS

Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo, SP

Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 19h. Domingos e feriados das 10h às 18h. Tel.: 11 3095-9400.

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 20h; Sábado, domingo, feriado, das 10h às 18h. Para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12,00 (Credencial Plena) e R$ 18,00 (Credencial MIS, Credencial Atividades e não credenciados ao Sesc). 

 

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