EAV Parque Lage | Cursos 1º semestre de 2022

Escola de Artes Visuais abre inscrições e divulga relação de cursos nos formatos presencial e online

por Redação
EAV - Palacete

A Escola de Arte Visuais do Parque Lage (EAV) abre, em 25 de janeiro, as inscrições para cerca de 40 cursos livres do primeiro semestre de 2022, planejados a partir de recortes temáticos que partem da arte, do fazer artístico e da história da arte como ferramentas para pensar a atualidade em todas as suas dimensões. Teóricos ou práticos, os cursos são voltados para a formação continuada de artistas, bem como para profissionais do meio e pessoas interessadas em descobrir a arte ou ampliar o repertório cultural.

“A abertura desse semestre é alavancada pelo edital de 80 bolsas integrais* para todos os cursos da grade, com exceção dos cursos de férias. Essa ação da maior relevância garante o caráter público da EAV, privilegiando pessoas racializadas e oriundas de territórios periféricos”, afirma Yole Mendonça, diretora da instituição.

Segundo o curador da Escola, Ulisses Carrilho, os dois últimos anos serviram para remodelar estratégias pedagógicas: “Nesse período de pandemia, compreendemos que juntos podemos exercitar outras perspectivas para tudo aquilo que criamos e enxergamos com alunos em todos os estados do Brasil e até mesmo fora dele. Em tempos de crise humanitária e social, estamos seguros de que a arte sozinha não oferece todas as respostas esperadas, mas pode contribuir com o alargamento radical de nossos imaginários”, reflete. “Os cursos da EAV, além de proporcionarem o contato com técnicas distintas e a construção de processos, discutem artistas, movimentos e correntes teóricas de referência para a contemporaneidade”.

De acordo com a professora Millena Lizia, a proposta de engajamento para esta edição de seu curso Experiências Epidérmicas (e suas dobras epidêmicas) “se organiza certamente sob impacto da pandemia, mas se organiza principalmente contra este insistente projeto de humanidade que se arquiteta de forma tão indissociável com a produção de humilhações, com a hierarquização das vidas, com a aniquilação das dissidências e demais fertilidades da terra. Como nos reorganizamos diante das tantas fragmentações investidas contra nossas existências?”, questiona Lizia. “Esperamos que, com as práticas propostas em sala de aula, a gente possa mergulhar um pouco nas muitas camadas que nos compõem”, finaliza.

Bernardo Magina, ex-aluno e atual professor da EAV, afirma que as bolsas sociais da instituição foram fundamentais para que pudesse concluir sua formação em arte, passando a integrar o corpo docente: “É muito importante que haja bolsas para alunos que não tenham condições de pagar, ampliando a diversidade de pessoas dentro do nosso ambiente escolar. Isso é muito rico para a produção de arte”.

*O edital se divide em duas etapas: uma aberta em 25 de janeiro e outra no segundo semestre desse ano. Ambas com 40 bolsas, totalizando 80 alunos beneficiados pelo programa.

Confira alguns cursos do 1º semestre de 2022:

Arte no parque

Professoras: Daniela Seixas e Deise Alcântara

Curso Presencial | Semestral

12 de março a 25 de junho

Sábados, de 10h às 12h

Preço: R$ 1.520 ou 4x de R$ 380 + Taxa única de material R$ 45

Experimentar é o eixo principal! Tornar a sala-ateliê e a floresta lugares de experiências e ações. O curso brinca com a observação de si próprio e do mundo à nossa volta, a fim de explorar o pensamento de arte de maneira divertida e significativa. A partir do próprio corpo e daquilo que nos envolve (a floresta, os elementos da natureza e a cidade) vamos experimentar gestos, sentidos, materiais e ambientes diversos como elementos de criação e crescimento. Investe-se na potência criativa e curiosa das crianças e no desenvolvimento de sua capacidade de perceber, produzir e refletir sobre suas realizações

Oficina de transformação de materiais

Professor: Marcos Duarte

Curso Presencial | Contínuo

11 de janeiro a 13 de dezembro

Terças, de 14h às 17h

Preço: R$ 1.520 ou 4x de R$ 380

O curso é desenvolvido como atividade contínua da Oficina 3D – um lugar de experimentação e execução de projetos escultóricos, objetos e exercícios tridimensionais. O propósito da Oficina é promover o acolhimento conceitual e físico do aluno que deseja conhecer o processo de produção tridimensional ou que já esteja desenvolvendo projetos. O curso consiste no acompanhamento individual e no diálogo sobre a melhor forma de conceber/projetar/executar o trabalho, a escolha de materiais e técnicas de intervenção e transformação. As atividades serão desenvolvidas buscando o aprimoramento das práticas de uso da oficina, observando normas de segurança, tais como uso de equipamentos de proteção individual, e o conhecimento do maquinário e das ferramentas.

Composteiras: saberes regenerativos com Beatriz Nascimento

Professoras: Millena Lizia e Walla Capelobo

Curso Online | Semestral

10 de março a 23 de junho

Quintas, de 18h às 21h

Preço: R$ 1.520 ou 4x de R$ 380

Os processos de compostagem são entendidos nesta proposição não apenas como um modo ambientalmente responsável de gerenciamento dos resíduos do dia a dia. A proposta de construção deste grupo de estudos passa por nos relacionarmos com esta tecnologia terrestre também como um método para desenvolver pesquisas e materializar saberes comprometidos com o questionamento das lógicas hegemônicas de descartabilidade, produção de escassez e precariedade. Neste semestre serão as trocas surgidas dos aprofundamentos nos saberes produzidos pela historiadora Beatriz Nascimento que conduzirão nossos encontros em roda online com as participantes. A partir da contribuição da intelectual brasileira sobre o quilombo somos convocadas a nos debruçar sobre a luta por ser numa sociedade fundada no autoritarismo. As respostas às tiranias, desde uma perspectiva quilombola oferecida pela Beatriz, se fazem nos modos encontrados de se estar junto, de se entender profundamente identificado com a terra e com o que de sustento e de memória trocamos desde onde estamos e lutamos por existir. Resíduo/Registro/Resisto? Sem começo e sem fim, somos meio. Compostar é uma maneira de ofertar continuidade da vida ao exercer caminhos de fertilidades para os resíduos gerados na vida cotidiana.

Arte brasileira: passagens e permanências

Professor: Paulo Couto

Curso Online | Semestral

10 de março a 23 de junho

Quintas, de 19h às 22h

Preço: R$ 1.520 ou 4x de R$ 380

Os aspectos históricos da arte das sociedades indígenas, do Barroco, da Arte Acadêmica, do Modernismo de 1922, da Abstração Informal, do Concretismo e do Neoconcretismo, da Arte Afro Brasileira, das Novas Tendências, da Nova Objetividade e do momento atual da arte contemporânea serão introduzidos a partir das teorias centrais das/dos críticas/críticos brasileiras e brasileiros que contribuíram para a narrativa especializada da crítica, da teoria e da história da arte brasileira. Serão feitas associações com artistas, obras, movimentos, e a crítica e a história da arte internacional que foram referências acionadas pelos agentes brasileiros. 

EAV Parque Lage

A Escola de Artes Visuais foi criada em 1975, pelo artista Rubens Gerchman, para substituir o Instituto de Belas Artes (IBA). Seu surgimento acontece em plena Guerra Fria na América Latina, durante o período de forte censura e repressão militar no Brasil. A EAV afirma-se historicamente por seu caráter de vanguarda, como marco da não conformidade às fronteiras e categorias, e propõe regularmente perguntas à sociedade por meio da valorização do pensamento artístico.

Alguns exemplos marcantes da história do Parque Lage são a utilização do palacete como sede do governo da cidade de Alecrim em Terra em Transe, dirigido por Glauber Rocha em 1967; e a exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, que reuniu 123 jovens artistas de diferentes tendências numa mostra que celebrava a liberdade e o fim do regime militar. O palacete em estilo eclético foi também palco de “Sonhos de uma noite de verão”, clássico shakespeariano, e serviu como locação para Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade.

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage está voltada prioritariamente para o campo das artes visuais contemporâneas, com ênfase em seus aspectos interdisciplinares e transversais. Abrange também outros campos de expressão artística (música, dança, cinema, teatro), assim como a literária, vistos em suas relações com a visualidade. As atividades da EAV contemplam tanto as práticas artísticas como seus fundamentos conceituais.

A EAV Parque Lage configura-se como centro educacional aberto de formação de artistas e profissionais do campo da arte contemporânea. Como referência nacional, com uma consistente imagem no meio da arte, a EAV busca criar mecanismos internos e linhas de atuação externa que permitam um diálogo produtivo com a cidade e com o circuito de arte nacional e internacional. A instituição integra a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado do Rio de Janeiro.

SERVIÇO:

Escola de Arte Visuais do Parque Lage

Rua Jardim Botânico, 414 – Rio de Janeiro

Website: http://eavparquelage.rj.gov.br/ 

Link para os cursos: http://eavparquelage.rj.gov.br/cursos/nucleos/ 

Instagram: @parquelage

Whatsapp: (21) 99228-7955 – Secretaria 1

(21) 96654-3179 – Secretaria 2

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