Emagrece, custa caro e não é para todo mundo: médico lista mitos e verdades sobre o Mounjaro

Novo remédio injetável que conquistou celebridades como Elon Musk e Kim Kardashian chegou ao Brasil com preços de até R$ 4 mil. Dr. Rodrigo Schöder explica: “É tratamento, não truque de mágica”

por Redação
Mounjaro
Rodrigo Schröder

Rodrigo Schröder

Com filas de espera nas farmácias, o Mounjaro, caneta injetável que viralizou nos Estados Unidos e tem sido chamada de “Ozempic dos ricos”, desembarcou no Brasil com preço de até R$ 4 mil — e já é febre entre quem está em busca de soluções para perder peso. Neste dia 09 de junho, foi inclusive aprovado pela Anvisa para o tratamento da obesidade. Celebridades como Kim Kardashian e Elon Musk foram associadas ao uso de medicamentos do tipo GLP-1. No Brasil, rumores apontam que nomes como Naiara Azevedo e Fabiana Karla aderiram ao tratamento — embora não confirmem publicamente.

Nos consultórios, o burburinho é real. E nas redes sociais, vídeos com a hashtag #mounjaro acumulam mais de 600 milhões de visualizações no TikTok. Mas será que o remédio é isso tudo? Dr. Rodrigo Schöder — médico nutrólogo com mais de 1 milhão de seguidores nas redes e referência em comunicação sobre saúde listou os principais mitos e verdades sobre o Mounjaro.

Abaixo, o que é real e fake sobre o remédio do momento:

  • “É um remédio para emagrecer.”

VERDADE — mas não só. “A tirzepatida foi aprovada originalmente para diabetes tipo 2 e, em 2024, recebeu indicação formal para ‘controle crônico de peso’ em obesidade e sobrepeso com comorbidades, tanto pela FDA quanto pela Anvisa. Portanto, hoje é sim um fármaco antiobesidade, embora continue a tratar distúrbios metabólicos de forma mais ampla”, afirma Rodrigo.

  • “Causa menos efeitos colaterais do que o Ozempic.”

MITO. “Nos estudos head-to-head (SURPASS-2), o perfil de eventos gastrointestinais — náusea, vômito, diarreia — foi semelhante ou discretamente maior com tirzepatida em comparação à semaglutida 1 mg. Não há evidência de que seja ‘mais leve’.”

  • “Pode ser usado por qualquer pessoa.”

MITO. “É medicamento de prescrição, contraindicado para menores de 18 anos, gestantes, lactantes, pacientes com pancreatite ou história familiar de carcinoma medular de tireoide, entre outras situações. Precisa de avaliação médica individual.”

  • “Os resultados são imediatos, substituindo a dieta.”

MITO. “A perda de peso é progressiva: costuma aparecer após 4-6 semanas e atinge platô por volta de 9-12 meses. Sem reeducação alimentar e atividade física, o benefício diminui, e o peso tende a voltar após a suspensão.”

  • “É eficaz na redução de gordura visceral e na proteção cardiovascular.”

VERDADE (com evidência em expansão). “Subestudos de DEXA (desintometria óssea) e ressonância (SURMOUNT-1) mostram redução proporcionalmente maior de gordura abdominal e melhora de marcadores cardiometabólicos (HbA1c, triglicerídeos, PA). O ensaio de desfecho duro SURPASS-CVOT deverá confirmar o impacto em eventos cardiovasculares.”

  • “Atua aumentando a saciedade e reduzindo o apetite.”

VERDADE. “É agonista duplo de GLP-1 e GIP. O GLP-1 retarda o esvaziamento gástrico e sinaliza saciedade ao hipotálamo; o GIP potencializa esse efeito, resultando em menor ingestão calórica.”

  • “Vai custar mais caro no Brasil que outras medicações similares.”

VERDADE (pelo menos no lançamento). “A CMED fixou teto de aproximadamente R$ 1,5 mil – 4 mil por caixa, superando os intervalos de Ozempic® e Wegovy®. Relatórios de mercado apontam um preço inicial 20-40% maior.”

  • “Pode interferir na absorção de nutrientes.”

MITO (relevância clínica mínima). “O retardamento do esvaziamento gástrico pode atrasar o pico de absorção, mas não há evidência de carências nutricionais a longo prazo em pacientes não-bariátricos. Monitoro apenas quem já tem dieta muito restritiva ou cirurgia prévia.”

  • “Causa dependência química.”

MITO. “Não atua nos circuitos de recompensa dopaminérgicos nem provoca síndrome de abstinência. A ‘dependência’ observada é clínica: interrompeu, o estímulo à saciedade cessa e o peso pode retornar.”

  • “Resultados são permanentes.”

MITO. “Sem manutenção farmacológica ou mudança de estilo de vida, 50-70% do peso perdido tende a ser recuperado em 1-2 anos. A tirzepatida é ferramenta de controle crônico, não ‘cura’ definitiva.”

A verdade é que o Mounjaro pode, sim, ajudar muita gente — mas está longe de ser uma solução mágica. Por fim, o médico conclui: “A gente não pode terceirizar 100% da saúde para um remédio. Ele ajuda, mas a base continua sendo alimentação, movimento e constância.”

Rodrigo Schröder

Dr. Rodrigo Schröder é formado em Medicina, com residência em Ortopedia e Traumatologia. Entretanto, foi em sua pós graduação de Nutrologia Esportiva e Medicina do Esporte e no mestrado em Nutrição e Dietética que ele se encontrou e hoje é um dos maiores profissionais do país em Medicina e Performance Esportiva. Além do físico, Rodrigo entende como saúde os mais diversos aspectos da vida e assim, se aprimorou nos 7 pilares, que incluem Mente, Corpo, Família, Vida Sexual, Profissional, Espiritual e Financeiro, tema sobre o qual palestra por todo o país. Na agenda de consultas, celebridades do entretenimento como Vera Fischer, Anderson Leonardo, Bárbara Coelho, Rodriguinho e outros; e do esporte, como Bárbara Seixas, Lara Nobre, Diego Alves e mais.

https://www.instagram.com/rodrigoschroder/

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