Inspirado na história de Marielle Franco e seu legado deixado, o espetáculo ‘Marielle Presente’ conseguiu atrair a atenção do público e da crítica, resultando em três indicações na premiação “Destaques do Musical.Rio”. Estas nomeações incluem “Melhor Elenco”, “Música Original” e o “Selo Musical.Rio”, reconhecendo a excelência deste projeto feito majoritariamente por pessoas pretas e realizado pela Confraria do Impossível.
Em sua quinta edição, o “Destaques do Musical.Rio” é a celebração da cena musical carioca. Andréa Bak, atriz que compõe o elenco, reflete sobre o significado destas indicações. “Essas indicações representam reconhecimento. A gente traz o inédito, a gente traz uma pesquisa bem referenciada, traz fundamento e trabalhos de excelência no aspecto corporal, vocal e de interpretação. Os louros quem colhe não somos nós, então reconhecimento é uma das melhores recompensas na vida de um artista”, destaca.
‘Marielle Presente’ é uma ópera-funk que destaca não apenas sua trajetória política e social, mas também suas relações pessoais, mostrando a Marielle como uma figura de afetividade e luta. O elenco, composto por oito atrizes que se revezam nos diversos papéis é aspecto destacado na indicação para “Melhor Elenco”, evidenciando a habilidade única do grupo em trazer à vida as complexidades das personagens representadas.
Janamô, uma dessas atrizes, compartilha seu sentimento em relação à representação de Marielle no palco. “É uma emoção indescritível ver a vida e o legado de Marielle sendo representados no palco e agora reconhecidos nesta premiação. É um momento de celebração, mas também de reflexão sobre a luta por justiça e igualdade que ela tão corajosamente travou”, ressalta.
A obra, que tem idealização, texto e direção de André Lemos, produzida pela Jéssica Vieira e Wayne Marinho, com direção musical de Maíra Freitas e com colaboração dramatúrgica de Anielle Franco, Mônica Benício e Renata Souza, é mais do que um espetáculo, é um ato de resistência, memória e homenagem a uma vida interrompida injustamente. “O desfecho do crime bárbaro ainda é uma ferida aberta para muitos, e a busca por justiça continua. Essa premiação é um passo importante na valorização de sua luta, mas também ressalta a necessidade contínua de lutar contra a impunidade e a violência que ainda assolam nossa sociedade”, Janamô conclui.