Gigante Leo estreia na literatura infantil com livro que celebra a diversidade e desafia preconceitos: ‘A diferença é uma riqueza’

Em um reino animal com bichos fora do padrão e um rei preconceituoso, “A Arte de Ser Diferente” vira fábula potente, coescrita por Leo, Manoel Ivo, Marcelo Correia, Renato Oliveira e Sérgio Nardini. Obra será lançada em junho na Bienal do Livro do Rio de Janeiro

por Redação
Gigante Leo

Conhecido por arrancar risadas do público ao longo de anos com seu humor afiado, o ator e comediante Gigante Leo agora se aventura por um novo território: o da literatura infantil. Ele fará sua estreia na Bienal do Livro Rio 2025 com A Arte de Ser Diferente, uma obra lúdica, emocionante e, como não poderia deixar de ser, recheada de humor com um propósito: combater o capacitismo e o machismo desde a infância.

O livro, co-escrito por Leo ao lado de Sergio Nardini, Manoel Ivo, Marcelo Correia e Renato Oliveira, integra a Coleção MaM (Meninos Anti-Machistas), e é ilustrado por Janine Eufrasio e Luana Chinaglia.

A história se passa em um reino animal onde o rei NapoLeão organiza as “Olimpíadas de Arte” — mas exclui competidores que considera “diferentes”. É quando personagens como Le Cão (com nanismo), Da Pink (cadeirante) e Larissa (neurodivergente) decidem desafiar as regras injustas do monarca e provar que talento e valor não têm padrão.

“Escrever “A Arte de Ser Diferente” foi uma alegria imensa, especialmente por ser meu primeiro livro infantil e por fazer parte da Coleção MaM”, conta Leo. “É um projeto que usa a arte para falar de temas essenciais como inclusão e respeito. Queremos que essa história chegue nas escolas e se torne uma ferramenta poderosa para mostrar para as crianças que a diferença é uma riqueza.”

A motivação para mergulhar no universo infantil veio de casa. Pai da pequena Luísa, de oito anos, Leo viu na literatura uma ponte afetiva com o mundo da filha. “Tenho cada vez mais vontade de me inserir na arte que ela curte. Tanto em livros, porque ela ama ler, quanto no audiovisual.”

A estreia como autor, porém, veio carregada de emoções e homenagens. “Poder homenagear a minha querida buldogue Juju, que marcou tanto a nossa família, foi especial. Ela já nasceu com uma condição renal grave e só viveu quatro anos, mas nos ensinou muito.”

E foi Juju quem inspirou Le Cão, personagem que compartilha com Leo não só a condição de nanismo, mas também o bom humor diante da vida. “Assim como os buldogues, as pessoas com nanismo têm dificuldades com o encurtamento dos membros e de serem baixinhos, mas isso não as impede de serem felizes e conquistarem tudo. O Le Cão tem um grande tom para a comédia, assim como eu. Mas também enfrenta limitações físicas para que enxerguem seu talento além das aparências.”

O livro é resultado de um processo criativo coletivo que, segundo Leo, foi “leve, divertido e libertador”. “O mais difícil foi condensar tudo o que queríamos dizer de forma clara e lúdica”, lembra. A parceria com Sergio Nardini, artista plástico e ativista com AME Tipo 2, surgiu do movimento “Pais Atípicos”. “Desde as primeiras trocas de mensagens, foi amor à primeira vista.”

A personagem Larissa, por sua vez, foi construída em colaboração com famílias de crianças neurodivergentes, reforçando o compromisso com representações reais e sensíveis. Com apoio formal do Instituto Nacional de Nanismo (INN), a obra se propõe a ser uma aliada de pais e professores no combate ao bullying e aos estigmas.

“Queremos que pais, mães, professores e cuidadores absorvam a mensagem da inclusão. Que passem a enxergar as potencialidades das pessoas antes de suas limitações”, reforça Leo.

Mesmo abordando temas densos como capacitismo e machismo, “A Arte de Ser Diferente” não perde o tom leve e divertido. “A linguagem infantil não traz tanto o universo cômico em si, mas há muita brincadeira com os nomes dos personagens, como ‘Marília Mãe da Onça’”, explica o autor. “O humor desarma resistências. Quando falamos desses assuntos de forma militante, às vezes a mensagem não toca as pessoas. O humor consegue isso.”

Essa mistura de riso com reflexão vem desde a infância de Leo, marcada por autores como Monteiro Lobato, Ziraldo, Maurício de Sousa e Maria Clara Machado. “O Cebolinha me marcou muito. Ele tinha dificuldade na fala, como eu na minha dicção, mas era esperto, feliz e aprontava todas.”

Luísa, claro, foi a primeira leitora e crítica da obra. “Ela foi meu principal termômetro. A primeira vez que leu o livro foi o momento mais feliz da minha vida. Ela lia com entusiasmo e dava muitas risadas.”

E se depender de Leo, essa não será sua única investida no universo infantil. “Já estou gravando em julho um filme chamado GRUDI: O Musical dos Gestos, que também aborda a inclusão. Pretendo escrever mais livros infantojuvenis. A literatura virou, sim, uma nova paixão.”

Com lançamento oficial previsto para a Bienal do Livro Rio, entre os dias 13 e 22 de junho, “A Arte de Ser Diferente” já nasce com a missão de provocar, encantar e transformar. Para Gigante Leo, subir ao palco literário nesse evento é uma conquista.

“Esse livro tem um valor sentimental inestimável. Desde poder falar para crianças sobre inclusão, respeito e empatia, até eternizar o espírito da Juju. Viver tudo isso na Bienal, um lugar que sempre amei, é algo que não tem como ser descrito em palavras.”

Gigante Leo nas redes:

https://www.instagram.com/giganteleo/

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