Pouco tempo após receber a indicação ao Prêmio Shell na categoria Música, assinada na peça por Dani Nega, o monólogo “Eu sou um Hamlet” voltou à cena dia 13 de setembro, às 20h, no Teatro Ipanema Rubens Corrêa, sob direção de Fernando Philbert. A peça marca o retorno de Rodrigo França ao teatro como ator cinco anos após ter interpretado Martin Luther King Jr. nos palcos, estando agora na pele do clássico personagem conflituoso de William Shakespeare. Se valendo da tradução realizada por Aderbal Freire-Filho, Wagner Moura e Barbara Harrington para o texto do bardo, a adaptação foi escrita por Jonathan Raymundo, Philbert e França – os dois últimos retomando a parceria iniciada no espetáculo “Contos Negreiros”.
Utilizando as falas de Hamlet, a montagem coloca um espelho diante do mundo e reflete este tempo violento e pleno de segregações. Assim, nos evoca questionamentos acerca da sociedade de hoje, das relações humanas e da sua própria condição de humanidade enquanto homem negro no Brasil em sua jornada de autoconhecimento. Uma das primeiras dramaturgias do ocidente que busca refletir a humanidade, a peça amplia os seus dilemas a partir de um ator negro em sua encenação. A proposta é trazer essa consciência da realidade ao personagem. Ser ou não ser? Estar consciente ou não?
Lançando luz ao mito da democracia racial no Brasil – ou no reino da Dinamarca – esse Hamlet negro está diante no dilema de encontrar um discurso capaz de fazer repensar o hoje. Dilema este que levou o próprio Rodrigo França a se questionar se deveria ser ou não ser o emblemático personagem nesta montagem. Reforça perceber como essa tragédia colonial gerou uma espécie de homem negro esvaziado de si mesmo e tendo que piratear uma humanidade falsa, capenga, sempre sob suspeita, sempre no limite.
O que se passa no negro quando ele se torna consciente da sua condição? Da vulnerabilidade da sua segurança, nos jogos e sistemas que o coloca nas posições sociais mais degradantes, na justiça que, ao invés de cega, o enxerga sempre e mais. Como não surtar? Como não querer se matar ou matar? Como suportar a vida neste mundo? É preciso que os ancestrais voltem para iluminar um coração à beira do abismo, em meio a batalha com esta cultura de monstros.
“Shakespeare foi popular em sua época, o século XVI, ao encenar peças que se comunicavam com os mais diferentes tipos de pessoas, de nobres a populares. Não será diferente em nossa montagem. Não gosto da arte para poucos, com muros. Quero que a tia do Complexo do Alemão saia do teatro contemplada, assim como a madame do Leblon”, profere Rodrigo França. Junto de Fernando, tiveram a ideia da montagem durante um papo no bar que levava o nome do pai de França, na Lapa.
“Pensamos em fazer um Hamlet com um recorte sobre o racismo e o pensamento sobre o homem comum diante desta sociedade que ameaça os direitos e liberdades. Apresentamos um Hamlet que observa a tensão do mundo e quer entender como se chegou a isto. ‘Hamlet’ é a peça que lança o ser humano como objeto de pensamento ao refletir sobre o que pode aguentar diante do mundo e suas engrenagens que esmagam uma pessoa negra, LGBT, pobre, que luta por justiça que deseja ir de encontro às regras sociais que privilegiam o poder. Em nossa montagem Rodrigo pensa e busca entender o que está em sua volta e, nesta batalha solitária, as vozes dos ancestrais lhe traz coragem para seguir e desafiar os augúrios”, antecipa Philbert.
Para Rodrigo, estar à frente desta montagem é importante, sobretudo, para poder mostrar que os artistas negros podem fazer qualquer personagem. “E é incrível pegar este texto, que reflete o ser humano, e colocar no corpo e na voz de um ator negro. A peça respeita a obra de Shakespeare e, mesmo assim, sugere outros lugares que ainda não foram mostrados. Porque amor, ódio, fúria e vingança são pautas universais, mas que diferem pela subjetividade que cada grupo propicia. Tais sensações são naturais, mas como se sente é construído socialmente. Este homem negro buscando descobrir quem matou seu amado pai vai para outro contexto”, reflete França.
Para o ator, que divide seu tempo ainda como diretor, debatedor, filósofo, autor e escritor, a população negra ainda está em busca de ser humanizada no Brasil. “Só é tratado como humano aqueles que tem dignidade em suas estruturas. Estamos longe de uma equidade para existir uma reparação de nossas mazelas causadas pela escravização. Contextualizando ‘Hamlet’, os nossos fantasmas (ancestrais) ainda clamam. O Hamlet de Shakespeare quer vingança; no Brasil, os diversos ‘Hamlets’ só querem justiça. Imagina se quisessem vingança? Não posso dispersar, pois os meninos estão morrendo lá fora. E temos muito o que fazer”, finaliza Rodrigo França.
FICHA TÉCNICA:
- Dramaturgia: William Shakespeare
- Tradução: Aderbal Freire-Filho, Barbara Harrington e Wagner Moura
- Adaptação: Fernando Philbert, Jonathan Raymundo e Rodrigo França
- Direção: Fernando Philbert
- Elenco: Rodrigo França
- Assistente de Direção: Jonathan Raymundo
- Trilha Sonora Original: Dani Nega
- Cenografia: Natália Lana
- Assistente de Cenografia: Alessandra Rodrigues
- Cenotécnico: André Salles
- Iluminação: Pedro Carneiro
- Figurino: Rodrigo Barros
- Assistente de Figurino: Layza Dias
- Preparação de Elenco: Kennedy Lima
- Coreografia: Valéria Monã
- Pesquisa Yorubá: Gui Leal
- Preparação Física: Bia Black
- Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação – Gisele Machado e Bruno Morais
- Fotos: Márcio Farias
- Videomaker: Felipe Franquim
- Designer: Andreas Sartori
- Direção de Produção: Núria Kiffen
- Produtores Associados: Fernando Philbert e Rodrigo França
- Realização: Diverso Cultura e Desenvolvimento, Mar Aberto Produções Artísticas e Orí Conhecimentos
SERVIÇO:
“EU SOU UM HAMLET” – @eusouumhamlet
- Temporada: 13 de setembro a 06 de outubro
- Dias da semana: Sexta-feira às 20h; Sábado e Domingo às 19h
- Ingressos: R$ 80 (inteira) / R$ 40 (meia-entrada)
Link de vendas: https://linktr.ee/EUSOUUMHAMLET?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAabT30l_Zk7C9TNgSv3POkEOXdYatfTrhaI00q1pCdkkpw2ZxKXWH9yB–E_aem_PwbEz76QA3K1yTouWseUFg
- Local: Teatro Ipanema Rubens Corrêa
- Endereço: Rua Prudente de Moraes, 824 – Ipanema
- Informações: (21) 2523-9794
- Classificação Indicativa: 12 anos
- Duração: 65 minutos
Clássico da televisão “O Cravo e a Rosa” ganha adaptação para o Teatro
Uma das novelas mais amadas e marcantes da teledramaturgia brasileira, “O Cravo e a Rosa”, de Walcyr Carrasco, ganha adaptação inédita para o teatro. Com direção de Pedro Vasconcelos e direção de produção de Marcelo Faria, “O Cravo e a Rosa – O Espetáculo” faz sua estreia nacional no Teatro Prio, no Jockey Club da Gávea, em temporada até 27 de outubro, com sessões nas sextas e sábados às 20h e domingos, às 19h. Os ingressos estão disponíveis pela plataforma Sympla.
Se na televisão o casal protagonista foi interpretado por Adriana Esteves e Eduardo Moscovis, nos palcos, Catarina e Petruchio ganharão vida com Isabella Santoni e Dudu Azevedo. O elenco também conta com João Camargo (como Batista), Catarina de Carvalho (como Bianca), Rosana Dias (como Mimosa), Marcello Gonçalves (como Seu Calixto), Carlos Félix (como Seu Etevaldo Praxedes, o cobrador) e John Garita (como Seu Venceslau Torres).
A montagem é apresentada e patrocinada pela Brasilcap, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com realização da FV Produções e associação ao Grupo Globo. Após a temporada carioca, a peça passará por São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Curitiba.
A história
Ambientada na São Paulo do final da década de 1920, “O Cravo e a Rosa” conta a história do relacionamento tumultuado de Petruchio, um rude fazendeiro em dificuldades financeiras, e Catarina, uma temperamental jovem rica e feminista, conhecida pelo apelido de “fera” por afugentar seus pretendentes. Com o desenrolar de uma trama hilária e emocionante, ele precisa conquistá-la para pegar seu dote e pagar suas dívidas. No entanto, entre tapas e beijos, ambos se apaixonam perdidamente.
A obra é inspirada em “A Megera Domada”, uma das peças mais famosas do dramaturgo inglês William Shakespeare, e transporta o público para uma época em meio a questões importantes como o voto feminino e a igualdade de gênero, tema esse ainda relevante para o nosso país.
“O amor que nasce das diferenças, da aceitação do outro com suas características diversas, as dores humanas retidas em nossos corações que fazem a gente cair em ciladas emocionais e comportamentais. Vem daí o humor de Catarina e Petruchio. Comportamentos que sublimam nossa individualidade e causam conflitos de relações. A obra é leve, divertida, porém profunda na questão dos relacionamentos. Eu estou muito feliz por juntar em um único projeto duas das minhas grandes paixões profissionais: a novela e o teatro “, conta o diretor Pedro Vasconcelos.
Fenômeno na telinha
Exibida de 2000 a 2001 com grande sucesso de audiência pela TV Globo, a novela é uma das mais reprisadas, seja pela emissora como pelo Canal Viva, conquistando diferentes gerações ao longo das últimas duas décadas, chegando inclusive a Portugal. Para se ter uma ideia do quanto ela foi arrebatadora, um único episódio chegou reunir mais de 50 milhões de espectadores simultaneamente. A produção também marcou a estreia de Walcyr Carrasco na Globo.
Ficha técnica:
- Autoria – Walcyr Carrasco
- Direção e adaptação – Pedro Vasconcelos
- Direção de Produção – Marcelo Faria
Elenco – Isabella Santoni (Catarina), Dudu Azevedo (Petruchio), João Camargo (Batista), Catarina de Carvalho (Bianca Batista), Rosana Dias (Mimosa), Marcello Gonçalves (como Seu Calixto), Carlos Félix (como Seu Etevaldo Praxedes, o cobrador) e John Garita (como Venceslau Torres)
- Assistente de direção: Marcello Gonçalves
- Produção Executiva – Renata Costa Pereira
- Cenografia e Figurino – Ronald Teixeira
- Desenho luz – Luciano Xavier
- Iluminação e som – Leonardo Diniz
- Visagismo – Fabiola Gomez
- Trilha Sonora – Bruno Marques
- Pianista convidada: Cleo Boechat
- Fotografia – Rodrigo Lopes
- Assessoria de imprensa – Carlos Pinho
Serviço:
- Temporada: até 27 de outubro
- Local: Teatro Prio – Jockey Club Brasileiro – Av. Bartolomeu Mitre, 1110 – Gávea, Rio de Janeiro – RJ
- Sessões: sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h
- Ingressos: R$ 120,00 (inteira) // R$ 60,00 (meia-entrada)
Vendas e mais informações: https://bileto.sympla.com.br/event/97424/d/273611/s/1868494
- Rede social: https://www.instagram.com/ocravoearosaumespetaculo/
- Duração: 110 min
- Gênero: comédia
- Classificação: livre
“Aladim e a Lâmpada Mágica – O Musical” em nova apresentação no Teatro Gazeta em São Paulo
SUCESSO DE PÚBLICO, A SUPERPRODUÇÃO “ALADIM E A LÂMPADA MÁGICA – O MUSICAL” VOLTA EM CARTAZ NO TEATRO GAZETA
Em um canto longínquo da Arábia, encontra-se Agrabah, um reino místico e misterioso. Em meio a inúmeras lendas, a mais grandiosa será vivida nas areias deste lugar. Poderia um ladrãozinho ser na verdade um diamante bruto? E uma simples lâmpada velha poderia ser o lar de um poderoso gênio? E uma jovem princesa, será que poderia se aventurar pelo mundo em um tapete voador? Esfregue a lâmpada e embarque nessa noite na Arábia com muita música e magia.
No elenco estão Felipe Hideky como Aladdin, Camila Vergasta dando vida a Jasmine, Dyego Antonini no papel de Gênio, Max Gracio como Jafar, Bruno Sperança no papel de Iago, Conrado Helt como Sultão, e os atores Akim, Ariadne Okuyama, Davi Tostes, Eduardo Montoro, Vinicius de Jesus e Yasmin Barbosa integrando o Ensemble.
O espetáculo tem direção musical de Di Angelo, direção cênica e coreografias de Leonardo Aroní, texto e versões de Ella Dalcin, cenografia e figurinos de Rodrigo Gomes e produção de Dos Clássicos Produções.
O musical fará única apresentação dia 21 de setembro, às 16h, no Teatro Gazeta. Os ingressos já estão à venda na Sympla.com.
Serviço:
“Aladim e a Lâmpada Mágica – O Musical”
- Única apresentação
- Dia 21 de setembro às 16h
- Teatro Gazeta – Av. Paulista, 900 – São Paulo/SP
- Ingressos: R$60,00 (meia entrada) e R$120,00 (inteira)
- Vendas online: https://bileto.sympla.com.br/event/94977l
- Duração: 1 hora e 15 minutos
- Classificação indicativa: Livre
Tem direito a meia entrada: estudantes, maiores de 60 anos, pessoas com autismo e seu acompanhante, portadores de necessidades especiais e seu acompanhante, jovens de baixa renda inscritos no Cad Único e doadores de sangue com carteirinha.
Crianças até 24 meses, no colo dos adultos responsáveis, não pagam.
‘Divertida Mente: o show’ estreia no Teatro Moral da História
Divertida Mente, um dos filmes de animação mais aclamados dos últimos anos, ganhará vida no Teatro Moral da História neste sábado (14). Em uma adaptação emocionante e divertida, o público será levado a uma jornada repleta de músicas e danças envolventes dentro da mente de Riley, uma menina de 11 anos.
“É um espetáculo muito importante para inserir as crianças no debate sobre a saúde mental de forma leve. Nós resolvemos trazer esse sucesso para o Moral da História porque alia a história super educativa da Pixar com a interação única que só o teatro pode proporcionar”, afirmou o diretor do teatro, Luiz Antônio do Nascimento.
Na trama, as emoções de Riley decidem descobrir qual delas é a mais importante na mente da garota. Enquanto tentam resolver essa disputa, Nojinho, Ansiedade, Medo, Alegria, Tristeza e Raiva embarcam em uma série de experiências incríveis, desafiando suas próprias habilidades e percepções.
A peça será apresentada às 15h no Teatro Moral da História, localizado no Recreio dos Bandeirantes. Os ingressos custam R$ 30 (meia-entrada) e R$ 60 (inteira). A classificação é livre.
A programação deste fim de semana ainda conta com o monólogo Seis Tempos, inspirado no livro homônimo da premiada autora Therezinha Mello. O espetáculo é guiado pela pergunta: o que teria acontecido se naquele dia você não tivesse ficado no “se”?
Com o auxílio de projeções e de uma trilha sonora envolvente, o monólogo leva o público a uma viagem que explora a busca do ser humano por significado e autoconhecimento.
Seis Tempos será apresentado às 19h sábado (14) e domingo (15). Os ingressos custam R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira) e a classificação é livre.
Serviço
Divertida Mente: o show
Data: 14/09
Hora: 15h
Preço: R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira)
Monólogo Seis Tempos
Data: 14 e 15 de setembro
Hora: 19h
Preço: R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira)
Endereço: Rua Maurício da Costa Faria, 593, Recreio dos Bandeirantes
Onde comprar: linktr.ee/moraldahistoria