Em um cenário onde o câncer é uma das principais causas de mortalidade global, sua incidência continua a crescer, especialmente entre as mulheres. Tipos como câncer de mama, cólon e reto, colo do útero e ovário podem desencadear uma série de complicações ginecológicas em pacientes submetidas a tratamento oncológico.
A médica ginecologista Dra. Fabiane Gama destaca que o tratamento para o câncer pode acarretar em desafios significativos, como desconforto durante o intercurso sexual, ressecamento vaginal, encurtamento do canal vaginal dificultando a penetração, além de vaginismo associado a dor, infecções recorrentes e até incontinência urinária. Ela ressalta que esses sintomas podem ser exacerbados pela menopausa precoce induzida pelo tratamento.
“Alguns medicamentos utilizados no combate ao câncer podem levar à disfunção ovariana, resultando em menopausa temporária ou permanente. É crucial enfatizar que nem todos os medicamentos têm esse efeito. Mulheres mais velhas têm maior probabilidade de experimentar menopausa definitiva, enquanto aquelas mais jovens podem enfrentá-la durante a quimioterapia”, explica Dra. Fabiane. Além disso, neoplasias ginecológicas, como câncer de útero e ovários, também podem desencadear menopausa devido à necessidade de remoção cirúrgica desses órgãos.
A especialista destaca que a quimioterapia, radioterapia e alguns tratamentos anti-hormonais, como os utilizados no câncer de mama, estão entre os mais propensos a causar menopausa precoce, enquanto a imunoterapia e terapias-alvo têm menos probabilidade. Além disso, o câncer hormonalmente dependente pode impedir a terapia de reposição hormonal, prolongando as alterações ginecológicas durante e após o tratamento.