Criado em parceria com Vinicius Calderoni e produzido pela Sarau Cultura Brasileira, ‘Nossa História com Chico Buarque’ tem elenco formado por Laila Garin, Francisco Salgado, Renata Vilela, Artur Volpi, Dom Capelari, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves., com participação especial de Ju Colombo e Soraya Ravenle
Alfredo Del-Penho assina a direção musical e novos arranjos para mais de 50 canções e trechos de composições do homenagead
Ao longo das últimas seis décadas, Chico Buarque construiu uma obra monumental, através de centenas de canções, álbuns, livros e espetáculos teatrais. Mais do que uma produção vultuosa, suas criações ocupam um lugar único dentro da vida brasileira, ao cantar momentos icônicos da história recente do país, mas também ao traduzir os sentimentos mais íntimos do inconsciente coletivo nacional. ‘Nossa História com Chico Buarque’ nasceu justamente do desafio de contar um enredo absolutamente original, concebido sob a inspiração do inesgotável universo buarqueano.
O espetáculo estreou no ano passado e agora retorna ao Rio de Janeiro, com patrocínio da BB Seguros, para uma temporada popular no Teatro João Caetano de 6 a 29 de junho, mês de aniversário do compositor. A montagem vem de um enorme sucesso em São Paulo, onde esgotou todos os ingressos em menos de uma semana.
“O patrocínio a este espetáculo é uma reafirmação do nosso compromisso com o desenvolvimento e a valorização da arte brasileira. Acreditamos que investir em projetos como são este são fundamentais para preservar e difundir a riqueza musical e cultural do país”, afirma Amauri Vasconcelos, presidente da Brasilseg, uma empresa BB Seguros.
O musical surgiu de uma provocação da produtora Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, para o diretor Rafael Gomes. Juntos, eles montaram ‘Gota D’água [a seco]’ (2016), em uma releitura do clássico ‘Gota D’água’, e passaram por outras incursões no repertório do homenageado: Rafael assinou uma montagem de ‘Cambaio’ e Andréa produziu ‘A Ópera do Malandro’ e ‘Os Saltimbancos’.
O texto inédito foi desenvolvido por Rafael com Vinicius Calderoni, seu parceiro em diversos projetos, e narra a saga de alguns personagens de duas famílias cariocas ao longo de três gerações, como em um épico íntimo.
A ação se passa em três momentos: 1968, 1989 e 2022, não à toa datas fundamentais para se contar a recente história política e social brasileira, quando, respectivamente, o país atravessava a pior fase da Ditadura Militar, logo após vem o período da redemocratização e chega na fase final, depois da pandemia e de uma nova ruptura democrática.
Enquanto os conflitos, paixões, encontros e desencontros das personagens se desenrolam no palco, mais de 50 canções e trechos de composições de Chico Buarque se embaralham com os diálogos, pontuando a ação e se incorporando à dramaturgia, ao complementar o que é dito pelos atores e revelar também o que não é dito, além de avançar com a ação da trama. Tudo é embalado pela direção musical de Alfredo Del-Penho, que criou novos arranjos para cada obra.
Entre as músicas selecionadas, estão clássicos incontestáveis (‘Construção’, ‘O Que Será’), hits radiofônicos (‘A Banda’, ‘Olhos nos Olhos’), obras também compostas para outras peças (‘Tatuagem’, ‘Roda Viva’, ‘A História de Lily Braun’) e criações mais recentes.
Tijolo com tijolo como se fosse música
‘É um desespero ter que escolher dentro de uma obra de quase 400 músicas. O grande critério é mesmo saber quais as canções que vão servir à narrativa. É uma peça cuja proposta de dramaturgia se estrutura ao redor do quanto essas músicas fazem parte de nossa vida’, conta Rafael Gomes, que, inclusive, buscou uma inspiração inicial para toda a trama na canção ‘Construção’:
‘É uma inspiração de estética, no sentido de que os versos se repetem, alterando o fim ou variando entre si. A gente também tem três gerações de personagens que de alguma maneira se repetem ou não, ou variam entre si. Isso fica latente não só na trama, no que está escrito como situação, mas na própria estética do espetáculo, em que o elenco vai fazendo mais de um personagem conforme passam os anos’, revela.
‘Nossa História com Chico Buarque’ busca um certo conceito de arqueologia do cotidiano, ao mostrar grandes e pequenos acontecimentos ao mesmo tempo. A dramaturgia flagra o macro da vida coletiva do Brasil se relacionando com o micro da vida do indivíduo e de uma família.
Para Rafael, pareceu natural criar uma história que se desenrolasse pelas seis décadas de produção artística de Chico, tomando como marco inicial o lançamento de ‘A Banda’, em 1966:
‘No palco, a plateia vai acompanhar três gerações de pessoas que vão tendo seus descendentes e esses descendentes vão ressignificando o que foi feito antes, ou o próprio amadurecimento das personagens vai transformando suas experiências anteriores’, reflete o diretor, que contou com a parceria de Vinicius Calderoni para a empreitada de criar toda a dramaturgia original.
A dupla comemora 17 anos de criação artística e 15 de fundação da companhia Empório de Teatro Sortido. Curiosamente, esta é a primeira peça de teatro adulta escrita por eles, que já assinaram o texto de dois infantis juntos.
‘Eu já dirigi textos que ele escreveu, já o dirigi em cena e em shows, já fizemos roteiros de séries e filmes, mas a gente nunca tinha escrito teatro adulto juntos. Então foi um ponto de chegada glorioso também que isso acontecesse com esse projeto e com a obra do Chico. Eu tinha já um argumento quando o Vinícius entrou no projeto, já um desenho da história e de como eu gostaria de contar. Ele entrou para realmente avançar e melhorar as ideias, debater e escrever o texto em si’, conta Rafael.
Vinicius também é um parceiro constante da Sarau Cultura Brasileira e nos últimos anos assinou a dramaturgia de ‘Elza’ (2018), dirigiu e escreveu ‘Sísifo’ (2019), com Gregorio Duvivier, e ‘Museu Nacional – Todas as Vozes do Fogo’ (2022), com a Barca dos Corações Partidos, três bem-sucedidos projetos da produtora.
Um elenco sob medida
Para encenar esta saga familiar repleta de personagens, épocas, viradas, canções e conflitos, Rafael formou um elenco sob medida, que encontrou um texto ainda em processo e participou da etapa final de criação dramatúrgica.
O time é formado por artistas vindos de formações e estilos bem diversos, como Laila Garin, Francisco Salgado, Renata Vilela, Artur Volpi, Dom Capelari, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves, com a participação especial de Ju Colombo e Soraya Ravenle Além de se alternarem entre os mesmos personagens ao longo das épocas, todos vivem pelo menos mais de um tipo em cena.
Situadas em três tempos distintos, as narrativas começam separadas e vão aos poucos se interligando, formando um mosaico que contrapõe passado, presente e futuro. Um narrador costura as tramas e traz a realidade sociopolítica do Brasil para as margens da cena, encarnando também a presença-ausente de Chico Buarque e sua latente relação com a vida do país, em termos históricos e emocionais.
Chico Buarque e a Sarau Cultura Brasileira
‘Nossa História com Chico Buarque’ marca mais uma etapa da longa relação de parceria entre a Sarau Cultura Brasileira e o compositor. Entre os frutos, estão ‘Os Saltimbancos’ (2012), ‘A Ópera do Malandro’ (2014) e ‘Gota D’Água [a seco]’ (2016), todas as montagens idealizadas por Andréa Alves:
‘A obra de Chico Buarque passou a fazer parte da minha vida e trabalhar com o seu repertório teatral virou um desejo constante. Nunca é demais render homenagem e lembrar o seu tamanho, em um país cuja memória precisa ser sempre revisitada, para que as novas gerações valorizem a sua cultura. Foram anos pensando em como e com quem fazer esse espetáculo acontecer, até que alcançamos as oito décadas do mestre’, conta a produtora, que celebrou recentemente os 30 anos da Sarau, responsável por projetos como o musical ‘Elza’, o Festival Toca e a companhia Barca dos Corações Partidos, entre muitos outros.
NOSSA HISTÓRIA COM CHICO BUARQUE
Argumento: Rafael Gomes
Texto: Rafael Gomes e Vinicius Calderoni
Músicas: Chico Buarque
Direção: Rafael Gomes
Direção Musical e Arranjos: Alfredo Del-Penho
Direção de Movimento e Coreografia: Fabrício Licursi
Diretora Assistente: Mayara Constantino.
Idealização e produção artística: Andréa Alves
Diretora de Projetos: Leila Maria Moreno
Elenco: Laila Garin, Francisco Salgado, Renata Vilela, Artur Volpi, Dom Capelari, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves.
Participação Especial: Ju Colombo e Soraya Ravenle.
Artistas Alternantes: Carol Futuro e Fabrício Licursi.
Músicos: Alfredo Del Penho, Viviane Pinheiro, Diego Zangado, Lourenço Matheus e Dirceu Leite.
Desenho de som: Gabriel D’Angelo
Iluminação: Wagner Antônio
Cenografia: André Cortez
Figurinos: Kika Lopes e Rocio Moure
Diretoras Musicais Assistentes: Aline Falcão e Viviane Pinheiro
Arranjos: Alfredo Del-Penho
* Os arranjos foram construídos em processo com a colaboração dos músicos, atores e equipe de criação.
Coordenadora de produção: Hannah Jacques
Produção Executiva: Diogo Pasquim
SERVIÇO
NOSSA HISTÓRIA COM CHICO BUARQUE
De 6 a 29 de junho
Quintas e sextas, às 19h. Sábados, às 15h e 19h. Domingos, às 17h.
Teatro João Caetano (Praça Tiradentes, s/n)
Ingressos:
– Plateia: R$ 80,00 (oitenta reais) a inteira e R$ 40,00 (quarenta reais) a meia-entrada.
– Balcão Nobre: R$ 60,00 (sessenta reais) a inteira e R$ 30,00 (trinta reais) a meia-entrada.
– Balcão Simples: R$ 50,00 (cinquenta reais) a inteira e R$ 25,00 (vinte e cinco reais) a meia-entrada.
Ingresso Clientes BB Seguros: 30% (trinta por cento) de desconto para os clientes do BB Seguros, ou seja, plateia: R$ 56,00 (cinquenta e seis reais); balcão nobre: R$ 42,00 (quarenta e dois reais); balcão simples: R$ 35,00 (trinta e cinco reais). Limite de até 04 (quatro) ingressos por CPF, não cumulativo com a meia entrada e outras promoções
Vendas em https://funarj.eleventickets.com/
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 150 minutos (com intervalo de 15 minutos)
Assessoria de Comunicação: