Oficinas remontam história do graffiti para estudantes da rede pública em Niterói  

O Soul da Tribo Oficinas de Graffiti, projeto de intervenção urbana, busca formar novos artistas e capacitar arte-educadores em escolas públicas 

por Redação
Soul da Tribo Oficinas Graffiti

Refletir sobre o papel do graffiti como ferramenta de educação, inclusão e transformação urbana. Esse é o objetivo do Soul da Tribo Oficinas de Graffiti, iniciativa de intervenção urbana que reúne aulas e palestras gratuitas com a participação de grafiteiros de Niterói e do Rio de Janeiro. O objetivo é formar novos artistas e capacitar arte-educadores. A programação incluiu aulas e palestras realizadas, em julho, na Escola Municipal Portugal Neves, em Piratininga, Niterói.

O ciclo de Palestras Vivo Hip Hop Vivo contou com a participação dos alunos do 9º ano e do grupo de Aceleração 3 e 4, professores e auxiliares da escola. Foram abordados contextos históricos, linguagens, estilos, entre outros temas. Na abertura, a produtora cultural Thaís Pereira falou sobre o exercício da profissão de produtor cultural, mercado de trabalho e de que forma projetos como esse são idealizados. Na sequência, TOSH, grafiteiro e morador de Niterói, trouxe para o debate o Etnograffiti; seguido por GUT, cria de Niterói, que abordou aspectos históricos do graffiti entre os anos de 1980 e 2010; e por Gabriel Max, grafiteiro que começou sua carreira nas ruas de Niterói, em 2015, falando sobre graffiti e mercado de trabalho nos dias atuais. Já Coé, MC e grafiteiro carioca, apaixonado e enraizado em Niterói, apresentou um retrospecto com marcos do Hip Hop, a história do graffiti carioca, indústria do graffiti e mercado de trabalho.

Ao longo dessa jornada, foram realizadas oficinas de graffiti com turmas do 9º ano e, também, com um grupo de professores e auxiliares da escola. As aulas contaram com conteúdo teórico, abordando técnicas de desenho e desenvolvimento de TAG, forma simples e básica de escrita de um artista que é a assinatura do grafiteiro, usada para marcar presença em um local ou para divulgar seu nome artístico. Na sequência, todos os alunos vivenciaram a realização de um painel, em conjunto com os artistas, para terem contato com a técnica e com o uso do spray. A ação culminou com um grande painel em homenagem aos 50 anos da escola, completados neste ano.

Além de ampliar o acesso à cultura e promover a valorização de linguagens artísticas contemporâneas, as oficinas utilizam o graffiti e a cultura Hip Hop com o intuito de ressignificar o espaço escolar ao transformá-lo em uma galeria de arte a céu aberto, integrando a arte urbana ao cotidiano da comunidade. As atividades contribuem, ainda, para preservar e difundir expressões culturais que dialogam com a realidade local, incentivando os jovens a se tornarem agentes ativos na produção cultural, e para fomentar a economia criativa gerando oportunidades de trabalho e renda ao envolver artistas locais, produtores e outros profissionais na execução das atividades.

Durante as palestras e oficinas de introdução ao graffiti e à cultura Hip Hop, foi disponibilizado intérprete de LIBRAS para garantir a compreensão e interação de participantes surdos e, também, apresentar aos jovens a linguagem de sinais. “O graffiti é uma importante ferramenta de inclusão e transformação social e individual e os jovens se identificam com esse movimento artístico que traz sentimento de pertencimento em seus mais diversos aspectos”, destaca Thaís Pereira, produtora cultural, idealizadora do projeto e curadora do Soul da Tribo.

O projeto é uma realização do Campus Avançado, idealizado pela Gira Produções, com assessoria de produção da Realize Cultura. A iniciativa conta com fomento do Governo Federal, Ministério da Cultura e Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural.

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