A ÓPERA “UM HOMEM AMARELO”, com o ator da terra Santiago Villalba estará em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, no Teatro Glauce Rocha.
A ÓPERA é dirigida por Bruna Napoleão, com direção musical de Cyro Delvizio, serão duas recitas uma no dia 21 e outra no dia 22 do corrente mês.
O ator Santiago Villalba interpreta em dois atos uma encenação sobre o poeta Oswald de Andrade e sobre o Imperador Dom Pedro I, em que o público é convidado a refletir sobre questões presentes. Ambos os personagens defendem, em seus momentos da ópera, uma brasilidade autêntica e de negação da importação europeia, tanto que repetem o mesmo refrão: “O vinho europeu não nos representa” e Independência! Independência!” Destaque para a simbiose artística aonde Oswald, na Semana de Arte Moderna de 1922, ajudou a transformar a direção da arte brasileira; e Dom Pedro I na Declaração da Independência do Brasil em 1822, muda o rumo de uma colônia explorada por Portugal.
A preparação do ator, além do trabalho musical de estudo de toda a partitura composta por Cyro Delvizio, teve uma preparação corporal da diretora Brunna Napoleão, que os colocou num processo de exploração de seus movimentos com intenções às vezes distantes de um realismo datado, afinal a ópera fala da reinvenção da arte e do destino do povo.
O ator em Oswald e em Dom Pedro I explora um corpo jovem, no primeiro com uma certa revolta e energia de revolução artística, e no segundo, com movimentos de palhaçaria, trazendo uma comicidade que a própria partitura musical propõe.
O laboratório foi feito através de pesquisas que fez sobre os personagens fala o ator – “ já me deram uma ideia da carga pessoal que cada um tem. É importante saber curiosidades dessas personalidades para poder trazer em cena, mesmo que de leve, um pouco dessa historicidade. Mas o libreto propõe algumas liberdades poéticas, então nossos personagens citam ou agem de forma que não representam fielmente as personalidades históricas.”
Mediante a expectativa da apresentação na cidade natal o ator destaca – “Além da emoção de apresentar minha arte aos meus conterrâneos, amigos e parentes que não me assistem há anos, ou que nunca me viram em cena,desde que saí para morar no Rio, também tenho um sentimento de responsabilidade com a cultura brasileira e do nosso estado, e todos poderão sentir no espetáculo, afinal foi escrito e composto por um campo-grandense, sinto como se eu retomasse aquele meu lugar no firmamento artístico junto aos artistas de Campo Grande.
Sei todos estarão ali, meus professores de teatro e música da infância, meus colegas artistas e isso me deixa muito orgulhoso.”
Este movimento artístico será um grande marco para a cidade e para todos os envolvidos nesse projeto tão clássico e tão popular aos olhos do meu povo. Uma ópera brasileira e vivida por um artista local na sua cidade natal, isso é um grande evento para Campo Grande.
