Um pouco menos de 200 anos e todo o Oceano Atlântico separam os dois compositores que integram o programa que a Orquestra Sinfônica Brasileira apresenta no Concerto Especial Camerata OSB, dia 25 de setembro, domingo, às 11h, no Teatro de Câmara da Cidade das Artes Bibi Ferreira. De um lado, Antonio Vivaldi, nome fundamental do barroco italiano; do outro, Astor Piazzolla, figura elementar da música argentina do século XX. Um traço, no entanto, concilia essas duas figuras: a originalidade indiscutível com que ambos recriaram em música a sutil atmosfera das estações do tempo. Tendo como solista o acordeonista Pietro Roffi, o espetáculo propõe uma viagem sonora, intercalando as Quatro Estações de Vivaldi com as Estações Portenhas de Piazzolla.
As chamadas Quatro Estações de Vivaldi são, na realidade, quatro fantásticos concertos para violino solista e pequena orquestra. As peças foram escritas em 1723 como parte de um ciclo maior composto por 12 concertos. As Estações, no entanto, possuem uma peculiaridade bastante especial: cada um dos quatro concertos é acompanhado de um soneto. Esses textos – provavelmente escritos pelo próprio Vivaldi – amparam poeticamente a cintilância conteudística da obra, fornecendo um claro programa para a música que se ouve. Os quatro concertos, todos em três movimentos, são exemplos extraordinários da mestria de Vivaldi. Ali se encontram traços que marcam toda sua extensa produção: exuberante manejo orquestral, vivacidade rítmica, tratamento hábil do colorido solístico e orquestral. Quando o compositor morreu, em 1741, As Estações estavam praticamente esquecidas. Hoje, porém, elas figuram indiscutivelmente entre as obras mais populares de todos os tempos.
O argentino Astor Piazzolla é certamente uma das figuras mais originais da música sul-americana. Virtuose do bandoneón e discípulo de compositores como Alberto Ginastera e Nadia Boulanger, seu estilo de composição amalgama elementos do tango tradicional argentino com técnicas de composição da música de concerto: cromatismos, dissonâncias, contraponto vêm se enlaçar ao gênero dançante, resultando em uma música original, inventiva e altamente sofisticada. As Quatro Estações Portenhas não foram originalmente escritas como um ciclo, mas tornou-se prática comum apresentá-las em conjunto, como movimentos de uma suíte. Embora não sejam quadros sonoros descritivos como os concertos de Vivaldi, cada uma das estações evoca, com o devido refinamento e fantasia, as atmosferas sazonais de Buenos Aires. À frente da orquestra, o bandoneón esbanja virtuosismo e vivacidade, com expedientes diversos de paixão entusiasmante.
A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é considerada um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 82 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor, a NTS – Nova Transportadora do Sudeste, como patrocinadora master, e Vibra, Sergio Bermudes Advogados e Brookfield como copatrocinadores, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais.
PIETRO ROFFI:
Pietro Roffi vem atuando como solista em conjuntos de câmara e orquestras sinfônicas em centenas de concertos nos cinco continentes, com repertório que vai do clássico ao tango, de suas composições à música de cinema. Estudou no Conservatório Santa Cecília de Roma sob a orientação de Massimiliano Pitocco, graduando-se com honras e menção honrosa.
Já se apresentou em temporadas e teatros de prestígio na Europa e no mundo, inclusive na Alemanha (Die Glocke em Bremen), Romênia (Ateneu Romeno em Bucareste), Lituânia, Inglaterra (Royal Academy of Music em Londres, Catedral de Peterborough), Argentina (com turnê esgotada em treze cidades), Malta (Bir Miftuh International Music Festival), China (Pequim, Tianjing, Shenzhen e Universidade de Artes de Nanjing), Austrália (Melbourne e Woodend Winter Arts Festival no estado de Victoria), no Brasil (no Rio de Janeiro, na Sala Itália e no Museu Nacional de Belas Artes), na França, Espanha, Croácia e Noruega.
Por ocasião do aniversário de 90 anos de Ennio Morricone, estreou como solista com a Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecília dirigida por Carlo Rizzari, no Auditório Parco della Musica em Roma, interpretando uma nova composição escrita pelo vencedor do Oscar Dario Marianelli. Em 2022 estreou com o Odeion String Quartet na África do Sul, atuando nos teatros de alguas das principais cidades do país (Sasolburg, Welkom, Bloemfontein, Joanesburgo e Pretória) com um arranjo de Four Seasons de Antonio Vivaldi para acordeon e quarteto de cordas.
Em setembro de 2021, estreou com “Goldberg Rework” – que ele mesmo compôs – em duo com o acordeonista Letã Ksenija Sidorova. Por ocasião do centenário de nascimento de Astor Piazzolla, em 2021, fez uma turnê em Itália o projeto “Tutto Tango #piazzolla100” em duo com o pianista Alessandro Stella.
Em setembro de 2019 Pietro lançou “1999”, seu primeiro álbum solo de composições originais pelo selo INRI Classic. Com o pianista Alessandro Stella publicou, em 2018, o EP “Tutto Tango | Live in Rome” e, em 2021, “La vie en blanc”, trabalho sobre Erik Satie, para o selo Extended Place.
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PROGRAMA:
Antonio Vivaldi – Concerto nº1 – “Primavera”
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Allegro
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Largo e pianissimo sempre
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Allegro pastorale
Astor Piazzolla – Verão Portenho
Antonio Vivaldi – Concerto nº2 – “Verão” (L’estate)
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Allegro non molto
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Adagio e piano – Presto e forte
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Presto
Astor Piazzolla – Outono Portenho
Antonio Vivaldi – Concerto nº3 – “Outono”
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Allegro
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Adagio molto
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Allegro
Astor Piazzolla – Inverno Portenho
Antonio Vivaldi – Concerto nº4 – “Inverno”
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Allegro non molto
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Largo
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Allegro
Astor Piazzolla – Primavera Portenha
SERVIÇO:
Concerto Especial Camerata OSB
Dia 25 de setembro de 2022 (domingo), às 11h
Ingressos: R$ 40,00 (R$20,00 meia)
Local: Cidade das Artes – Teatro de Câmara (Avenida das Américas, nº 5.300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro)
Ingressos à venda na bilheteria da Cidade das Artes e no site Sympla