Por que 90% das pessoas desistem de aprender inglês

Dificuldades com o idioma como relatada pelo ex-BBB Gil do Vigor podem ser superadas com métodos de ensino baseados na Neuro-Semantica, ensina especialista

por Redação
Divulgação

Embora o interesse dos brasileiros em aprender inglês esteja acima da média mundial, a grande maioria desiste logo nos primeiros anos – ou mesmo meses – por achar difícil dominar o idioma. Enquanto o estudo The Rise of the Linguarati, realizado com executivos de 10 países, mostra que 87% dos profissionais do Brasil buscam por um curso de inglês, uma estimativa feita pelos cursos mostra que 90% das pessoas desistem ainda no primeiro ano. Outro dado que chama atenção é que, embora o inglês esteja no currículo de quase todas as escolas (até mesmo as públicas), apenas 1% da população brasileira fala inglês fluentemente, mostra pesquisa do British Council. E, aqueles que falam inglês, mas não de maneira tão avançada, representam 5% da população.

Um caso recente e que chamou a atenção nas redes sociais foi do ex-BBB Gil do Vigor, que postou um vídeo contando que sofre com dificuldades no inglês em seu curso de PhD nos EUA. O influencer, que faz doutorado em economia na Universidade da Califórnia e paga R$ 42 mil por trimestre, contou que mesmo dominando todo o conhecimento cobrado nas avaliações perdeu muitos pontos em uma prova por confundir o significado das palavras. “Estou estressado e revoltado”, disse na postagem. Mas, assim como Gil, muitas pessoas acham difícil aprender uma nova língua.

O especialista em Programação Neurolinguística e membro da International Society of NeuroSemantics (ISNS), Cláudio Domingos, explica que geralmente, a dificuldade em aprender um novo idioma está ligada a fatores emocionais e psicológicos. “Medo de errar, de parecer ridículo, de se sentir burro, tudo isso dificulta a aprendizagem não só de um novo idioma, mas de qualquer novidade”, resume Domingos. “Quando a pessoa acredita que determinada matéria é difícil, o cérebro envia uma mensagem para o sistema nervoso, e os neurônios entendem que aquilo é difícil, doloroso, impossível, e ela nem quer mais tentar. Esse tipo de pensamento leva a crenças limitantes sobre nossa capacidade de aprender”, explica.
Com mestrado em linguística, especialização em ensino da língua inglesa e mais de 30 anos à frente do Curso Metrópolis Idiomas, Cláudio Domingos ressalta que embora existam algumas dicas universais para aprender o inglês, o aluno precisa encontrar o método de estudo que mais se encaixa com suas estratégias de aprendizagem. “Cada indivíduo possui um modelo que, inconscientemente, usa durante o processo de aprender. Quando o método de ensino não é compatível, a pessoa começa a achar difícil, então vem o desânimo e a desistência”, conclui.

A verdade é que, com uma metodologia adequada e uma dose certa de motivação e dedicação, qualquer ser humano é capaz de aprender um novo idioma. Com raras exceções – como pessoas com severas deficiências mentais, alguém que tenha sofrido um acidente grave ou possua uma enfermidade muito forte que comprometa suas faculdades intelectuais e cognitivas – todo mundo pode aprender inglês.

Criador da metodologia de ensino do Metropolis Idiomas e da oficina Destrave Seu Inglês, Cláudio Domingos alerta que não há atalhos no processo de aprendizado e, portanto, ofertas de cursos que oferecem inglês fluente em um mês são uma furada, uma vez que um pessoa leva em média 1.200 horas para alcançar fluência. “Quando falamos de um idioma, o que faz diferença é constância. Estudar 15, 20 minutos por dia, todo dia, é melhor que estudar uma hora num dia e passar o resto da semana sem praticar!”, ensina.

Outro mito que o especialista rebate é que aulas particulares podem acelerar o processo. “Somos seres sociointeracionistas, aprendemos melhor em ambiente coletivo, observando o outro. A maioria dos alunos acredita que vai aprender mais rápido e melhor se aprender com um professor particular. Mas o aluno progride muito mais rapidamente numa turma de dez a quinze alunos disciplinados, com uma metodologia estruturada e professores treinados, obviamente”.

Para quem quer engrossar a lista dos 1% de brasileiros fluentes em inglês, Cláudio Domingos lista algumas dicas:

1. LER X ESCREVER – Ao estudar a gramática, faça anotações. Faça exercícios escritos. Leia e releia as perguntas, respostas e exemplos que são dados com as estruturas apresentadas. Marque com um X as respostas erradas, e refaça essas questões no dia seguinte, sem olhar a resposta do dia anterior.

2. OUVIR X REPETIR X FALAR – Escute frases, diálogos, textos, listas de palavras pronunciadas corretamente por um nativo ou especialista na língua. Ouça e repita.

3. Assista filmes e seriados – Veja o filme ou episódio uma vez sem legenda, uma segunda vez com legenda em inglês e uma terceira vez novamente sem legenda. Se você for iniciante, veja a segunda vez com a legenda em português, a terceira vez com a legenda em inglês e uma quarta vez novamente sem legenda. Durante o filme ou episódio, pare e repita suas frases favoritas.

4. Ouça e cante músicas em inglês – É uma maneira eficiente e divertida de acelerar o seu aprendizado. Mas não basta escutar. Baixe a letra, escute a música três quatro vezes somente escutando. Depois escute lendo a letra até gravar a sequência e sua pronúncia da língua. Pessoas que aprendem cantando desenvolvem a habilidade de falar inglês de maneira muito próxima dos nativos da língua.

5. Encontre um amigo com quem praticar – Esse é um dos hábitos mais úteis e saudáveis que você pode desenvolver para avançar no aprendizado do inglês. Você pode combinar com um ou mais amigos para falar inglês no trabalho, trocar mensagens no celular, pelo whatsapp, seja de áudio ou de texto. O importante é vocês combinarem para ajudarem um ao outro com os erros.

6. Pratique, pratique, pratique – Não tenha medo de falar errado, mas busque sempre se corrigir! A prática leva à perfeição ou ajuda a chegar lá.

7. Deixe a vergonha, e divirta-se! – Não fique se cobrando: tenho que estudar, tenho que fazer, tenho que memorizar, tenho que falar, não posso errar. Faça a sua parte, mas dê tempo ao tempo. Existe um tempo entre o plantar e o colher. Nativos de outras línguas chegam ao Brasil falando um português cheio de erros e nós aplaudimos e achamos lindo o esforço deles em se comunicar na nossa língua. A mesma coisa acontece quando você fala inglês com um americano, inglês ou qualquer outro nativo. Em vez de ficar criticando seus erros, eles aplaudem seu esforço em falar inglês com eles.

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