‘Prima Facie’ retorna ao Rio de Janeiro após um ano com lotação esgotada, premiações e debates

por Waleria de Carvalho
Prima Facie - Foto de João Caldas Filho

Desde a sua estreia em Londres, em 2022, ‘Prima Facie’ seguiu uma trajetória meteórica. Escrito por Suzie Miller, o texto ganhou dezenas de montagens ao redor do mundo, conquistou a Broadway e o West End inglês, virou objeto de disputa entre produtores e inspirou debates e esforços para mudar algumas leis britânicas.

Com Débora Falabella em seu primeiro solo teatral, sob direção de Yara de Novaes, a montagem estreou em abril de 2024 no Rio de Janeiro e se tornou em um fenômeno de público instantâneo, com sessões extras e um debate que reuniu advogadas de diversas esferas. Em agosto, o espetáculo se apresentou em Brasília e recebeu a ministra do STF Carmen Lucia, o ex-ministro do STF Ayres Britto e a subprocuradora Geral da República, Raquel Dodge, para uma conversa após a sessão.

Com temporadas e apresentações lotadas em Brasília, no Festival de Curitiba e oito meses de ingressos esgotados em São Paulo, ‘Prima Facie’ fará uma nova temporada no Rio de Janeiro a partir de 27 de junho no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea.

Em cena, Débora vive a bem-sucedida advogada Tessa, que tem acusados de violência sexual entre seus clientes. Vinda de uma família pobre, ela batalhou e venceu no complexo mundo da advocacia. Ao mesmo tempo em que experimenta o sucesso, ela precisa encarar uma crise que a obriga a rever uma série de valores e princípios, além de refletir sobre o sistema judicial, a condição feminina e as relações conturbadas entre diversas esferas de poder.

Devido ao êxito nos palcos, a autora Suzie Miler foi convidada para debater sobre o tema na última assembleia da ONU sobre o abuso de mulheres. Atualmente, ‘Prima Facie’ conta com montagens em cartaz nos palcos de países como Alemanha, Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia, Turquia, entre muitos outros.

Nos debates que ‘Prima Facie’ realizou em Brasília e no Rio de Janeiro, foram debatidos temas como a representatividade feminina no judiciário, a legislação de violência sexual e o fenômeno que a peça vem causando em diversas montagens ao redor do mundo.

Premiações – Débora Falabella venceu o Prêmio Shell de Melhor Atriz, o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Atriz de Teatro em 2024 e também recebeu o Prêmio Arcanjo de Melhor Solo

Já o espetáculo recebeu sete indicações ao Prêmio APTR: Melhor Espetáculo, Melhor Produção não-musical, Atriz (Débora Falabella), Direção (Yara de Novaes), Cenografia (André Cortez), Iluminação (Wagner Antonio) e Figurino (Fabio Namatame).

Débora Falabella em

PRIMA FACIE

Texto: Suzie Miler
Direção: Yara de Novaes

Tradução: Alexandre Tenório
Cenário: André Cortez
Figurino: Fabio Namatame
Iluminação: Wagner Antonio
Trilha Sonora: Morris

Consultoria jurídica: Maria Luiza Gomes e Mateus Monteiro
Assistentes de direção: Ivy Souza e Renan Ferreira
Coordenação administrativa: Coarte
Assessoria de Comunicação: Pedro Neves / Clímax Conteúdo

Produção Executiva: Catarina Milani
Direção de Produção: Edson Fieschi e Luciano Borges
Realização: Borges & Fieschi Produções e Antes do Nome

Serviço:

Prima Facie

De 27 de junho a 20 de julho

Teatro Clara Nunes (Shopping da Gávea)

Sextas e Sábados, às 20h. Domingos, às 19h.

Classificação: 14 anos

Duração: 100 minutos

Ingressos: De 19,80 (meia entrada) a 150,00

Inédito no Brasil, o musical Alice de Cor e Salteado transporta o clássico Alice no Pais das Maravilhas para o contexto de uma guerra

Alice de cor e salteado

Alice de cor e salteado – Foto: Gi Alcayaga

O clássico da literatura inglesa de Lewis Carroll ganha uma nova ambientação no musical Alice by Heart. A obra estreou em 2012 em Londres, no Royal National Theatre e, posteriormente, ganhou uma produção de destaque no circuito Off-Broadway, em Nova York. Agora, o espetáculo chega ao Brasil com uma versão inédita chamada Alice de Cor e Salteado adaptada por Rafael Oliveira e dirigida por Gustavo Barchilon, com Gui Leal na direção musical e Ciça Simões assinando as coreografias para completar a equipe criativa.

A peça está em cartaz no Teatro Estúdio, em São Paulo, até o dia 4 de agosto de 2025.

Produzida pela Barho e Moca, a versão brasileira conta Gabi Camisotti no papel de Alice Spencer, ao lado de Diego Montez como Alfred e o Coelho Branco. Também integram o elenco, Yasmin Gomlevsky, Valeria Barcellos, Renan Mattos, Bruna Pazinato, Thales César, Jessé Scarpellini, João Victor, Bruno Sigrist, João Ferreira, Helena Bastos e Mô Amaral.

Sobre a idealização
O espetáculo é idealizado pelos atores Gabi Camisotti e Diego Montez. “Escolher Alice By Heart como uma das primeiras produções da Moca tem um significado muito especial pra mim. É o meu musical preferido — e justamente por isso, eu sabia que, quando fosse montá-lo, teria que ser em um momento simbólico. E foi. Depois de darmos o primeiro passo com “Bare, uma ópera pop”, estar em cena agora com Alice representa um novo marco: é a primeira vez que nós dois, como sócios da Moca, também protagonizamos uma montagem juntos. A Moca nasceu da vontade de criar com liberdade, sensibilidade e afeto. E Alice representa exatamente isso. É uma obra poética, delicada e intensa, que fala sobre a força da imaginação em momentos de perda, sobre crescer em meio ao caos, sobre encontrar refúgio naquilo que nos move por dentro. Produzir Alice By Heart é, de certa forma, reafirmar o que nos move como companhia: contar histórias que nos atravessam — e que, com sorte, também atravessem quem assiste”, conta a atriz Gabi Camisotti, que também protagoniza a montagem ao lado de seu sócio, Diego Montez.

“Eu e Gabi temos nossas trajetórias embaladas e envolvidas pela obra de Duncan Sheik e Steven Sater. E essa em particular, o Alice, a história de dois melhores amigos que mudam a vida um do outro com a força de uma história. É sobre como a arte motiva, consola, ensina e transforma. Me parecia quase uma obrigação passar essa mensagem adiante, e tinha que ser com ela (Gabi). A equipe com a gente nessa aventura é brilhante, com ídolos que sempre quis trabalhar não só nos criativos como no elenco”, completa Diego. 

O espetáculo mescla música emocionantes, interpretadas ao vivo por uma banda com seis instrumentistas, com muita poesia. “A música de Duncan Sheik tem um estilo envolvente, que combina bem com a atmosfera sonhadora da peça. Já as letras de Steven Sater são carregadas de simbolismo e emoção, reforçando a sensação de que cada canção é uma reflexão profunda sobre os sentimentos da protagonista”, acrescenta.

Outro ponto interessante é que o musical é encenado como um teatro de arena e não no palco italiano, como a maioria das montagens desse gênero. “Eu queria explorar novas formas de encenação, buscando uma experiência mais imersiva. Interpreto essa obra com um olhar muito sério, pois vejo nela elementos fortemente influenciados pelo teatro do absurdo, um mergulho beckettiano. Se olharmos para Alice no País das Maravilhas, percebemos claramente essa atmosfera surrealista, e a peça bebe muito dessa estética”, explica Barchilon.

E, como ainda ressalta o diretor, diferentemente de outras versões do clássico, a cenografia e os figurinos da nova montagem mesclam a escuridão da guerra com a vivacidade do País das Maravilhas, criando um visual não tão colorido extravagante, mas melancólico e intimista, com um tom expressionista.

Ficha Técnica

  • Músicas: Duncan Sheik
  • Letras: Steven Sater
  • Adaptação de texto e Versão Brasileira: Rafael Oliveira – @rafaelfso
  • Direção Artística: Gustavo Barchilon – @gustavobarchilon
  • Direção Produção: Thiago Hofman – @thihoff
  • Direção Musical: Gui Leal – @guihleal 
  • Coreografia e Direção de Movimento: Cecilia Simoes – @csimoes10
  • Preparador Vocal: Rafael Villar @_rafaelvillar_
  • Cenografia: Natália Lana – @cenarionatalialana
  • Desenho de Luz: Maneco Quinderé – @maneco_quindere
  • Figurino: Luisa Galvão – @lugalvao_beauty
  • Design de Som: João Baracho – @jhbaracho 
  • Assistente de Figurino e Objetos: Acrides – @acridesjr 
  • Assistente de Direção: Lara Mendes – @laramendesf 
  • Assistente de Direção Musical: Mô Amaral – @moamaralg
  • Assistente de Coreografia: Nay Fernandes – @nayfernandes_official
  • Stage Manager: Andressa Cericato – @andcericato

Elenco:

  • Gabi Camisotti – @gabicamisotti
  • Diego Montez – @dimontez
  • Yasmin Gomlevsky – @yasmingomlevsky 
  • Valeria Barcellos  – @valeriabarcellosoficial
  • Renan Mattos – @orenanmattos
  • Thales César – @thalescesarofc
  • Bruno Sigrist  – @brunosigrist
  • Bruna Pazinato – @bpazinato
  • Jessé Scarpellini – @jscarpellini
  • João Victor  –  @joaovictorps 
  • João Ferreira – @notjoaoferreira
  • Helena Bastos – @helebastos
  • Mô Amaral – @moamaralg

Sinopse

O musical reimagina a clássica história de Alice no País das Maravilhas em meio ao caos e à destruição da guerra. A trama acompanha Alice, uma jovem que se refugia em seu livro desgastado de Alice no País das Maravilhas, enquanto está presa em um abrigo antibombas com seu amigo de infância Alfred, que está gravemente doente. Enquanto os horrores da guerra se intensificam, Alice escapa para um mundo de fantasia onde pode reescrever sua própria história e encontrar força para lidar com a realidade brutal ao seu redor.

Serviço

Alice de Cor e Salteado

Temporada: 7 junho a 4 agosto de 2025 

  • Sextas, sábados e segundas às 20h30
  • Domingos: 

Dia 8 de junho, às 16h

15 a 29 de junho, às 18h30

6 de julho a 3 de agosto, às 16h

Teatro Estúdio – Rua Conselheiro Nébias 891, Campos Elíseos, São Paulo

(Próximo ao metrô Santa Cecília)

Ingressos: R$ 140,00 (inteira) / R$ 70,00 (meia)

Vendas online em Sympla. Bilheteria física aberta 3 horas antes do espetáculo.

Classificação: Livre

Duração: 90 minutos

Capacidade: 170 lugares

Acessibilidade no local

Vencedora do Fórum Brasileiro de Ópera, Theatro Municipal apresenta Ópera fora da caixa – O Afiador de Facas na Central Técnica de produções

O o afiador de facas

O o afiador de facas – Foto: Stig de Lavor

Com direção cênica de Fernanda Vianna, a nova edição do projeto Ópera Fora da Caixa apresenta O Afiador de Facas, uma obra composta por Piero Schlochauer, que também é co-diretor cênico e assina o libreto com Beatriz Porto. As apresentações acontecem na Central Técnica de Produções Chico Giacchieri, localizada na Rua Pascoal Ranieri, 75, no bairro do Canindé, na sexta-feira, 27/06, às 17h, sábado, 28/06, às 17h, domingo, 29/06, às 19h, quinta-feira, 03/07, às 19h, sexta-feira, 04/07, às 17h, e sábado, 05/07, às 17h. Os ingressos custam R$30, a classificação é livre e a duração de 60 minutos, sem intervalo

Realizada em parceria com a Cia Ópera São Paulo, a obra apresenta uma história original com quatro personagens: A Filha, interpretada por Cecília Massa, A Mãe, que será feita por Edneia Oliveira, O Filho, papel de Julián Lisnichuk, e O Afiador de Facas, interpretado por Flávio Borges

O ponto de partida é o personagem homônimo, que anuncia sua passagem pela rua e oferece seus serviços. Em uma narrativa apresentada de maneira não linear, o enredo acompanha o cotidiano de uma família composta onde as memórias de vida e a realidade se emaranham durante o processo de luto. A figura dos afiadores de facas costuram a obra como metáfora, sendo uma profissão de séculos, mas que a cada ano desaparecem mais

Vencedora do concurso do Fórum Brasileiro de Ópera, Dança e Música de Concerto (FB-ODM), teve estreia em Ribeirão Preto, em 2024. A montagem atual tem direção musical de Leonardo Labrada, que regerá a Orquestra Experimental de Repertório, cenografia Renato Bolelli Rebouças, design de luz de Aline Santini, e figurino de Olintho Malaquias

No aspecto musical, a obra se inspira em um material harmônico baseado no apito utilizado pelos afiadores de facas. Existe um jogo na orquestração entre as memórias que se repetem e instrumentos que desaparecem aos poucos, tornando o som cada vez menos denso e orquestrado com o andamento da ópera.

O autor Piero Schlochauer conta que através da experiência com o alzheimer de seu avô surgiu a inspiração de montar uma ópera original com o tema da memória. “É um enredo inspirado pelo processo de luto. Tenho uma sensação muito particular de ver uma história tão pessoal e complicada ser erguida a tantas mãos na montagem”, explica o compositor

Incorporando o tema da memória na linguagem da criação, ele explica que a própria cenografia da montagem acompanha a ideia do esquecimento por meio de elementos cênicos que vão sumindo, e de um palco que ficará cada vez mais vazio. “Toda memória tem esse outro lado da moeda, que é a sua vida útil. A lembrança existe até a última pessoa que lembrar, quando ela vai embora sobram apenas os ecos”, pontua.

A apresentação ganha outro sentido por ser especialmente representada na Central Técnica, onde está localizado o acervo dos figurinos das produções líricas e de dança do Theatro, formando uma relação do público entre a peça artística e o uso do local. “Está sendo muito bonito ver a ideia da construção deste espetáculo na Central Técnica, dentro desse santuário de memórias do Theatro”, explica Fernanda Vianna, diretora cênica. “Vamos montar um cenário que é como se fosse um cérebro cheio de memórias. Assim que o público entrar, poderá ver um lugar que já imprime muita história guardada”, finaliza

Serviço

O Afiador de Facas

  • Ópera de Piero Schlochauer com libreto de Piero Schlochauer e Beatriz Porto.
  • Sexta-feira, 27/06, às 17h
  • Sábado, 28/06, às 17h
  • Domingo, 29/06, às 19h
  • Quinta-feira, 03/07, às 19h
  • Sexta-feira, 04/07, às 17h
  • Sábado, 05/07, às 17h
  • Direção musical: Leonardo Labrada
  • Direção cênica: Fernanda Vianna
  • Co-direção cênica: Piero Schlochauer
  • Cenografia: Renato Bolelli Rebouças
  • Design de luz: Aline Santini
  • Figurino: Olintho Malaquias

Elenco:

  • Cecília Massa — A Filha
  • Edineia Oliveira — A Mãe
  • Julián Lisnichuk — O Filho
  • Flávio Borges — O Afiador de Facas
  • Espaço Central Técnica Chico Giacchieri
  • Classificação etária livre para todos os públicos
  • Duração aproximada de 60 minutos
  • Ingressos a partir de R$30,00 (inteira

 ATA – Agrupação Teatral Amacaca, de Brasília, ocupa o CCBB RJ, até 29 de junho, com três espetáculos de seu repertório

Se eu fosse eu - Clarices - A ATA – Agrupação Teatral Amacaca - Foto de Yasmin Velloso

Se eu fosse eu – Clarices – A ATA – Agrupação Teatral Amacaca – Foto de Yasmin Velloso

Definida como uma orquestra de atores regida pelo maestro Hugo Rodas (in memorian), a Ata – Agrupação Teatral Amacaca concentra-se na experimentação em dramaturgias do corpo e desenvolve seu trabalho no limiar do teatro-dança, linguagem que marca o diretor. Com uma trajetória de 16 anos, o coletivo brasiliense faz, pela primeira vez, uma ocupação no Rio de Janeiro, com três espetáculos de seu repertório. Até  29 de junho, o grupo estará no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro com os espetáculos adultos “2+2=5” e “Se eu fosse eu – Clarices” e o infantil “Os Saltimbancos”.

Formado pelos atores Abaetê Queiroz, Camila Guerra, Diana Porangas, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Mateus Ferrari, Pedro Tupã, Victor Abrão, Márcia Duarte e Rosanna Viegas, o grupo apresenta obras com imagens poéticas, intenso trabalho corporal, coreografias, musicalidade e manifestos. “Os espetáculos são bem diversos. Somos um grupo que trabalha com o legado de Hugo Rodas, muito focado na fisicalidade, porém, com sua morte, estamos começando a experimentar outros formatos. O “2+2+5” não é tão físico, mas ainda se configura na orquestra de atores com muita música ao vivo, como “Os Saltimbancos”. Já no “Se Eu Fosse Eu” são as mulheres se aventurando na criação, não tem a música ao vivo, mas tem um pouco mais de fisicalidade. O que une todos os três é a veia política”, explica a atriz Camila Guerra.

A Agrupação Teatral Amacaca não se apresenta no Rio de Janeiro desde 2016, e acredita que a ocupação vai dar oportunidade de o grupo ter uma maior projeção nacional.  “A gente precisa difundir nossas produções que, muitas vezes, ficam restritas à nossa cidade. Em Brasília, somos premiados e reconhecidos, porém nosso trabalho não costuma chegar a outros estados. O Rio é um importante eixo produtor e exportador de cultura, tem uma cadeia produtiva bem desenvolvida, muitas peças em cartaz, muitos teatros, prêmios, e a gente quer entrar nesse circuito”, acrescenta Camila.

 OS ESPETÁCULOS

2+2=5

Num futuro distópico, a Oceânia – território que engloba a região onde antes existia o Brasil – é dominada por uma poderosa corporação miliciorreligiosa. A apologia ao ódio, a hipervigilância e o controle por inteligências artificiais, temas abordados por George Orwell em 1984, ressurgem com inquietante atualidade em 2+2=5. A ATA – Agrupação Teatral Amacaca une-se ao diretor carioca Felipe Vidal para revisitar esse clássico do século XX – que alerta sobre os perigos do totalitarismo – e propor uma reflexão urgente sobre os rumos da sociedade contemporânea. O espetáculo, vencedor do Prêmio Sesc Mais Cultura/DF 2024 nas categorias Destaque e Melhor Ator (Mateus Ferrari), reinventa a narrativa orwelliana com uma linguagem cênica potente, questionando até que ponto a distopia ainda é ficção.

“Quando fui convidado pela ATA para dirigir o 2+2=5, fiquei sobretudo muito honrado pois sou o primeiro diretor de fora da companhia a encenar um espetáculo deles após a eternidade do Hugo Rodas. Depois, fiquei também muito estimulado de poder trabalhar a partir do “1984”. O livro do Orwell se torna tristemente cada vez mais atual, mas também é um excelente universo para uma reflexão crítica dos dias atuais de inteligências artificiais e câmeras o tempo todo nas nossas mãos e rostos, Quem está vigiando quem nessa história? Quem está manipulando quem? Este livro de 1949 é uma base sólida e instigante para as questões pelas quais decidimos juntos – eu e o elenco – transitar”, comenta o diretor Felipe Vidal.

Ficha técnica:

  • Texto: Criação coletiva a partir de “1984”, de George Orwell
  • Direção: Felipe Vidal.
  • Atuação: ATA – Agrupação Teatral Amacaca, com Camila Guerra, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Mateus Ferrari e Rosanna Viegas.
  • Stand in: Victor Abrão
  • Participações Especiais: Abaetê Queiroz e Marcia Duarte.
  • Designer Gráfico: Patrícia Meschick
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • VJ: Boca
  • Cenografia: Luiz Felipe Ferreira – Calu Arte e Conteúdo
  • Produção: Bem Medeiros e Matheus Ribeiro
  • Realização: ATA – Agrupação Teatral Amacaca

Serviço:

  • Temporada: até 29 de junho de 2025
  • CCBB – Teatro 2
  • Dias e horários: Sextas e sábados às 19h, e domingo, às 18h
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura
  • Duração: 1h50
  • Classificação indicativa: 14 anos

Os Saltimbancos

“Os Saltimbancos” narra as aventuras de quatro bichos que, explorados por seus donos, resolvem fugir para a cidade e tentar a sorte como músicos. Mais de 40 anos se passaram quando Hugo Rodas e sua trupe criaram a antológica versão brasiliense de “Os Saltimbancos”, adaptada para o português por Chico Buarque, da versão para teatro de Sérgio Bardotti e Luiz Enriquez Bakalov, do conto “Os Músicos de Bremen” dos Irmãos Grimm. Vencedora do Prêmio Nacional do Teatro na categoria Melhor Espetáculo Infantil em 1977, o espetáculo foi um marco na carreira de Hugo Rodas em Brasília e de todos os envolvidos no Grupo Pitú. A peça reestreou em 2019, na celebração dos 80 anos do diretor (1939-2022). Mais de 20 mil espectadores já assistiram à remontagem. A encenação original, marcada pelo vigor do elenco, pela abordagem inteligente e pela força do coletivo, ecoava os sonhos de uma geração sob a ditadura. Hoje, com a mesma energia, a nova produção reafirma a mensagem atemporal da obra: a união, a fraternidade e a luta por um mundo mais justo, representados pela jornada do jumento, do cachorro, da galinha e da gata que formam uma banda musical. Misturando teatro, dança, circo e música, o espetáculo mantém sua urgência e relevância, provando que, mesmo após tantos anos, a arte continua um poderoso instrumento de transformação e resistência.

 “Nos anos 1970, em plena ditadura militar, a montagem não contava com bichinhos fofinhos andando pelos palcos, os figurinos imitavam uniformes de futebol em alusão ao povo brasileiro duramente oprimido pelos milicos. Os “bichos” eram representados pela linguagem física do teatro-dança proposto pelo aclamado diretor uruguaio. Quase 50 anos depois, a Agrupação Teatral Amacaca celebrou este marco artístico candango com uma remontagem da peça. Desta vez, já com artistas que não só tiveram um treinamento intensivo de anos com Hugo Rodas, mas que também sabiam tocar instrumentos musicais e realizar acrobacias. Foi um sucesso! Para nós, foi uma realização homenagear e manter viva a tradição de um teatro ao mesmo tempo lúdico, político e visceralmente estético”, celebra o ator Flávio Café.

  • Texto: Livre adaptação do texto de Chico Buarque “Os saltimbancos”
  • Direção: Hugo Rodas
  • Elenco: Camila Guerra, Diana Porangas, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Victor Abrão, Mateus Ferrari e Rosanna Viegas.
  • Produção Executiva: Bem Medeiros e Matheus Ribeiro
  • Coordenação Técnica: Abaetê Queiroz
  • Operador de Luz: Caio Teixeira
  • Designer de Som: Tom Serralvo
  • Figurinos: Divino Maravilhoso
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Designer Gráfico: Patrícia Meschick
  • Registro Audiovisual: Stellios Produções
  • Idealização: Agrupação Teatral Amacaca

Serviço:

  • Temporada: até  29 de junho de 2025
  • CCBB – Teatro 2
  • Dias e horários: Sábados e domingos, às 15h
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura
  • Duração: 50 minutos
  • Classificação indicativa: livre

Se eu fosse eu – Clarices

Três atrizes se encontram com Clarice. Três atrizes se dirigem às Clarices que ressonam em si. Entre ovos, ratos, galinhas e maçãs percorrem os subterrâneos da psiquê feminina. Não sem estranhamento. O espetáculo reúne três contos de Clarice Lispector para refletir questões que tangem o feminino, como maternidade, sexualidade e espiritualidade. Brincando com os tabus, com os contrastes, típico de Clarice Lispector, a peça trata de questões profundas de forma dinâmica e com muita ironia. Espetáculo indicado a Direção e Atriz Destaque (Rosanna Viegas) pelo Prêmio Sesc Mais Cultura 2024.

“Estamos na nossa quinta temporada, e é incrível ver como o público, com homens e mulheres de todas as idades, se conectam com a peça de maneiras diferentes. As mulheres encontram um espaço para se reconciliar consigo mesmas, para refletir sobre sua própria existência e buscar sua verdade. Um potente despertar. Os homens, já curiosos e atentos, por sua vez, são convidados a questionar suas próprias percepções e a se conectar com o universo feminino de uma forma mais reveladora e sensível”, observa a diretora e atriz Juliana Drummond.

  • Texto: Criação coletiva a partir de contos de Clarice Lispector
  • Concepção, Direção e Atuação: Camila Guerra, Juliana Drummond e Rosanna Viegas
  • Realização: Agrupação Teatral Amacaca – АТА
  • Cenário e Figurinos: Juliana Drummond
  • Confecção Figurinos/Kimonos: Julia Polomino e Dorinha Silva
  • Cenotécnica: Lucas Fragomeni
  • Iluminação: Abaetê Queiroz
  • Montagem e Efeitos Sonoros: Flávio Café
  • Músicas: “Moon” 7FO (incidental) e “Clarice”, de Tom Zé
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Temporada: até 26 de junho de 2025
  • CCBB – Teatro 2
  • Dias e horários: quartas e quintas, às 19h.
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura
  • Duração: 1h
  • Classificação indicativa: 18 anos

Projeto Amacaca em Trânsito

Espetáculos: até  29 de junho de 2025

  • “2+2=5”: até 29 de junho de 2025, sextas e sábados às 19h, e domingo, às 18h
  • “Os Saltimbancos”: de 31 de maio a 29 de junho de 2025, sábados e domingos, às 15h
  • Se eu fosse eu – Clarices”: de 4 a 26 de junho de 2025, quartas e quintas, às 19h.
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura

Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro 2

  • Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
  • Contato: (21) 3808-2020 | [email protected]
  • Mais informações em bb.com.br/cultura
  • Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras.
  • Mais informações: bb.com.br/cultura

Redes Sociais:

facebook.com/ccbb.rj | instagram.com/ccbbrj |tiktok.com/@ccbbcultura

 

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