RenaCine de volta ao Renascença Clube

por Redação

Sexta-feira, 15/03, às 18h, acontece o primeiro encontro do RenaCine em 2024, coordenado por Nanci Rosa e João Costa, comemorando o Dia Internacional da Mulher. Serão feitas homenagens a griot Maria Soares que completa 100 anos e as mulheres envolvidas no Carnaval/2024. O RenaCine, que faz parte da Agenda dos 21 Dias de Ativismo, exibe o longa Harriet – O Caminho para a Liberdade (censura 12 anos) que conta a história real de Harriet Tubman, uma escravizada que se torna ativista política. Durante a Guerra Civil americana, ela ajudou centenas de escravizados a fugirem do sul dos Estados Unidos, logo depois que ela mesma tivesse conseguido escapar da escravidão, em 1849. Suas ações contribuíram para dar um novo rumo à história. “Essa é uma obra história atemporal porque a luta da mulher hoje é diferente, mas ela ainda luta pela liberdade, seja sexual, religiosa… Esse filme homenageia as mulheres. Harriet foi a primeira mulher a comandar um exército”, declara João Costa, responsável pelo acervo do RenaCine. Também será exibido o curta Costureiras, sobre a trajetória de quatro mulheres na luta operária. Após as exibições, debate.

Entre as exibições serão homenageadas mulheres que fazem a diferença: a professora Vanda Ferreira, pedagoga, historiadora, pesquisadora, ativista do movimento negro, da educação inclusiva, do movimento contra intolerância religiosa, que desde a juventude participava dos blocos carnavalescos Vinte de Ramos e Cacique de Ramos; Sonia Regina Santos Oliveira que participou da equipe que criou o Terreirão do Samba e os bailes populares da Cinelândia e que é neta de Vó Maria que, este ano, foi enredo da Escola de Samba Boêmios do Amor, em Mendes (Vó Maria começou a cantar aos 82 anos de idade, inclusive gravou CD); a EkedeMaria Moura, fundadora da lavagem do Sambódromo do Rio de Janeiro, advogada mais velha da OAB-RJ, griot da cultura carioca; Jurema Jesus, da escola de Samba Flor da Mina do Andaraí; e, a grande homenageada, Maria Soares que completa 100 anos, uma griot que sempre defendeu a causa negra. Ainda será realizada ação social com doação de produtos de higiene pessoal feminina para o Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela, instituição sem fins lucrativos que beneficia mulheres privadas da liberdade. Ainda, sorteio de brindes e degustação de caldinho de ervilha.

A entrada é franca!

Cinema negro, cultura, diversão, inclusão resumem as ações do RenaCine que acontecem no Renascença Clube. Seu objetivo é formar público diferenciado, a partir de acervo com mais de 600 longas, 100 curtas e documentários que tratam da temática racial. A ideia é que um maior número de pessoas conheça a sua verdadeira história, fortalecendo a sua identidade e aumentando a autoestima. O RenaCine também possibilita o resgate individual e coletivo de moradores do asfalto e de comunidades, como uma forma de revalorizar o local em que vivem e a sua própria pessoa gerando transformação social. A sétima arte pode ser um canal de comunicação e expressão dos seus anseios capaz de fazer com que entendam a importância do legado que a ancestralidade deixou não só para eles, mas para o povo brasileiro. Assim, o RenaCine gera cultura ampliando práticas capazes de difundir conteúdos para serem aplicados no dia-a-dia.

O espaço do Renascença, considerado um dos últimos quilombos urbanos da Cidade do Rio de Janeiro, torna-se ideal, visto que sempre foi um reduto de resistência na luta contra qualquer tipo de discriminação. Dessa forma, o RenaCine tem entrada franca e o público tem direito a degustar um caldinho de ervilha e participar de sorteios de brindes.

No período de 2013 a 2019 o RenaCine atingiu cerca de 3 mil pessoas engajadas na política em prol da sociedade afro-brasileira. O seu retorno, em março do ano de 2023, trouxe filmes atuais com temática racial, mas não deixou de exibir best sellers, sempre na última sexta-feira de cada mês. Trata-se de uma ação afirmativa que dialoga com a implementação da Lei Federal 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que exige o ensino das culturas e histórias dos africanos e as suas diásporas no Brasil e no mundo, como um modo de promover a (re)existência em prol da negritude. Essa ação tem a capacidade de transformar o processo social promovendo a inclusão não só social, mas cultural e geracional. Após cada exibição acontece um debate, com microfone aberto para qualquer pessoa expor as suas ideias e discutir o conteúdo do filme que atua como um “start” para essas discussões.

“A difusão do conhecimento sobre a importância da ancestralidade no processo sociocultural e político brasileiro empodera os moradores de comunidades, em especial, os afrodescendentes, reduzindo as desigualdades e caminhando para o desenvolvimento sustentável”, afirma Nanci Rosa, mulher negra de 79 anos, administradora, advogada, promotora cultural para a valorização da história afro-brasileira, ativista do movimento social e de mulheres negras.

Serviço

  • Dia: 15/03
  • Hora: 18h
  • Local: Renascença Clube (Rua Barão de São Francisco, 54 – Andaraí)
  • ENTRADA FRANCA com direito a degustação de caldinho de ervilha
  • Censura 12 anos

Você pode gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceito Leia mais

Share via