Segunda edição do projeto Casa Funk reabre inscrições de curso gratuito sobre produção cultural como ferramenta de luta contra a criminalização da cultura preta carioca

Procura alta fez organização disponibilizar mais vagas para os cursos e mentorias voltados para adolescentes da periferia

por Redação

Imagine ter o poder de preservar a memória e a cultura do povo preto através do afrofuturismo? Agora isso é mais do que possível, já acontece. A Casa Funk é um projeto que surgiu em 2018 para lutar contra a criminalização do funk e consequentemente de corpos negros que narram o movimento. Por isso, desenvolve um trabalho voltado para a preservação da memória do povo preto sob um ponto de vista decolonial. Assim, consegue mostrar um outro lado da história do Brasil a partir de vozes negras, tendo a música enquanto tecnologia de registro histórico

Em sua segunda edição, a iniciativa busca introduzir jovens a partir dos 18 anos na cadeia de produção cultural, de forma a contribuir para o enfrentamento das desigualdades de raça no acesso ao mercado profissional. Assim, o programa selecionará pessoas que atuem na cena do funk no Brasil para aprofundarem seus conhecimentos em produção cultural e o universo do funk. Através de um percurso formativo online, a Casa Funk vai estimular a troca de experiências, saberes e a criação de redes entre as pessoas participantes e destas com demais profissionais do mercado; incentivar a produção artística autoral e coletiva; e a aplicação prática dos conhecimentos compartilhados.

Idealizadora do projeto, que é patrocinado pela Oi Futuro através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro a publicitária, Rachel Xexeu, reforça o quanto é importante ter profissionais negros capacitados para conduzirem eventos voltados para a cultura preta. Nesta edição, o projeto recebeu 179 inscritos, onde 80% são da Zona Norte, de bairros como Madureira, Anchieta, Pavuna, Irajá, Manguinhos, Jacarezinho, São Cristóvão, Madureira, Barros Filho, Anchieta e Cordovil. Alunos que buscam uma formação em produção cultural para ocuparem as arenas localizadas na Zona Norte, com bailes que pensam na cultura local. Por isso, em 22 de maio, as incrições para as mentorias serão reabertas. Serão novas turmas com aulas 100% online.

“Dessa vez, o projeto volta a dialogar com jovens de 18 anos. Para isso, a organização preparou uma plataforma online para que eles possam começar a ter uma introdução decolonial sobre cultura preta carioca e produção de eventos e bailes, resgatando o objetivo dos bailes da década de 70. O objetivo é proporcionar uma presença ativa de jovens pretos e periféricos liderando grandes eventos que mostram a cultura negra para o mundo”, explica Rachel.

Para participar do curso, é preciso ter concluído o ensino médio ou estar matriculado em uma rede de ensino público ou particular. Quem for selecionado precisa ter disponibilidade para acessar as aulas de forma online nos dias e horários determinados pela organização para realização das atividades, cuja programação acontecerá prioritariamente durante a semana das 20h às 22h, de maio a junho.

Já a metodologia do curso é voltada especialmente para a área do mercado de produção cultural em festivais. Os conteúdos serão divididos em dois módulos. Em cada módulo, o percurso formativo receberá profissionais para oferecer imersões práticas em seus campos de conhecimento, privilegiando saberes e experiências de um grupo de especialistas em suas áreas. É um programa voltado para a prática, em que as habilidades adquiridas poderão ser aplicadas dentro do próprio programa.

Serviço:

Curso de produção Cultural Casa Funk

Inscrições: 22 de maio a 18 de junho (através do link formulário disponível no perfil de Instagram da Casa Funk, @casafunk_)

Gratuito

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