Solo inédito e gratuito “Quem matou Zumbi?” estreia no Youtube

Selecionado pelo FOCA, peça-filme original idealizada e interpretada por Brunno Rodrigues realiza um debate sobre o genocídio contínuo do povo e da cultura preta.

por Waleria de Carvalho
Quem matou zumbi

Almejando reforçar o debate sobre o contínuo genocídio do povo e da cultura preta, o projeto inédito “Quem matou Zumbi?” estreia sua temporada online gratuita no dia 19 de janeiro, às 20h no YouTube do BR Mídia Filme – https://www.youtube.com/@BRMIDIAFILME . Com cenas gravadas no interior do MUHCAB – Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, em estúdios e externas filmadas em diferentes pontos do Rio, o projeto celebra os 25 anos de carreira de Brunno Rodrigues, idealizador, autor e ator. A peça-filme conta com a direção de Brunno e Alex Borges, e visa promover a reflexão crítica sobre aspectos da realidade como quantos negros são agredidos, presos ou mortos por dia ou quantos pretos são assassinados, não em sua carne – mas em seus sonhos – pela ausência de condições de estudo e de oportunidades. O projeto foi aprovado no edital de Fomento à Cultura Carioca (Foca) 2021, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Apresentado como um moderno projeto teatral afrofuturista e antirracista de profunda pesquisa, reflexão e resgate da memória ancestral, o projeto funde vertentes artísticas. “Mesclando teatro e audiovisual com música e dinamismo cênico, o espetáculo conta a empolgante história de Max, um viajante do futuro que, acidentalmente, veio parar em 2022 e tem a missão de salvar Zumbi dos Palmares em 1695! “Quem matou Zumbi?” busca não somente debater a morte do maior líder quilombola brasileiro, o racismo estrutural e o apagamento da cultura preta, mas, principalmente, questionar: por que tantos negros e negras são mortos todos os dias no Brasil?”, provoca Brunno Rodrigues.

No projeto, a luta contra o racismo e a favor da afirmação da negritude brasileira se fazem presentes, principalmente, criando identificação e catarse a fim de promover reflexão crítica fundamental através da atuação empoderada de um ator negro experiente em diálogo contínuo com a plateia, ainda que através do audiovisual. Destaca-se a participação da jovem Carolina Rodrigues, de 7 anos, tanto em vídeos projetados, como na execução de teclados da trilha sonora. Dentre as atividades de valorização da autoestima e da memória da cultura preta constam 10 sessões do solo; duas oficinas (Dramaturgia e Interpretação); dois seminários (Como produzir Peças Pretas e A história do Teatro Preto Carioca) e 10 debates, realizados após cada sessão.

“Colocamos o negro como protagonista de seu presente, de seu passado e também de seu futuro. Nossa meta maior é realizar um grande debate teatral, através de diversas ações culturais capitaneadas pela produtora BR MIDIA FILME (peça-filme com projeções, exposição, oficinas, debates, seminários e afins) sobre o genocídio contínuo do povo preto, o resgate da memória ancestral e a importância da cultura negra. Assim, nada mais justo do que empregar conceituados artistas pretos e periféricos que estavam em risco de vulnerabilidade pela crise gerada pela pandemia do Covid-19, nessa linda e poética celebração da afirmação da negritude”, explica Brunno.

O público encontrará um espetáculo lúdico, crítico, dinâmico e de muita identificação, correlacionando Zumbi com lideranças pretas marcantes da história como Luís Gama, Dragão do Mar, Lima Barreto, Chocolate, Abdias Nascimento, Carolina de Jesus, Martin Luther King, Ruth de Souza, Malcolm X, Rosa Parks, Angela Davis, Conceição Evaristo, Léa Garcia, Marielle Franco, dentre outros. “O diálogo entre o teatro e o cinema, entre o passado e o futuro, entre o racista e o antirracista irá proporcionar o contato sensível com a reflexão sobre o que é ser verdadeiramente preto e preta no Brasil atual, pois Zumbi vive!”, finaliza o multiartista Brunno.

SERVIÇO:

“QUEM MATOU ZUMBI?”

Apresentações: De 19 a 29 de janeiro

Onde:

Duração: 60 minutos

19/01 (5ª feira)

20h – Sessão da peça-filme seguida de debate com o público       

Na sequência, o SEMINÁRIO 1 – “A HISTÓRIA DO TEATRO PRETO CARIOCA”, com Alex Borges (35 minutos)

20/01 (6ª feira) 

20h – Sessão da peça-filme seguida de debate com o público   

21/01 (Sábado)

20h – Sessão da peça-filme seguida de debate com o público

Na sequência, o SEMINÁRIO 2 – “COMO PRODUZIR EVENTOS PRETOS”, com Paula Tanga (35 minutos)

22/01 (Domingo)

19h – Sessão da peça-filme seguida de debate com o público

26/01 (5ª feira)

20h – Sessão da peça-filme seguida de debate com o público

Na sequência, a oficina “DRAMATURGIA”, com Adalberto Neto (35 minutos)

27/01 (6ª feira)

20h – Sessão da peça-filme seguida de debate com o público

28/01 (Sábado)

20h – Sessão da peça-filme seguida de debate com o público

Na sequência, a oficina “DRAMATURGIA”, com Brunno Rodrigues (35 minutos) 

29/01 (Domingo)

19h – Sessão da peça-filme seguida de debate com o público

FICHA TÉCNICA TEATRAL:

Idealização e Autoria: Brunno Rodrigues

Atuação solo: Brunno Rodrigues

Participação em Vídeo: Carolina Rodrigues

Direção: Alex Borges e Brunno Rodrigues

Iluminação e Operação de Luz: Zezinho da Luz

Cenografia: Wanderley Gomes

Supervisão de texto: Adalberto Neto

Direção de Projeção: Brunno Rodrigues e Cavi Borges

Operação de Projeção: VJ Dezoito

Figurino: Isabella Falabella e Luiz Fernando Vianna

Costureira: Lucimar Simão

Fotos e Artes Gráficas: BR MÍDIA FILME

Intérprete de Libras: Sheila Martins

Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria

Produção: Ayala Rossana

Assistência de Produção: Antonio de Assis e Sidney Ortega

Oficineiros: Adalberto Neto e Brunno Rodrigues

Seminaristas: Alex Borges e Paula Tanga

Artista Plástico: Airá Ocrespo

Assistentes de Produção: Antonio de Assis e Sidney Ortega

Produção Executiva: Ayala Rossana

Direção de Produção: Letycia Carvalho

Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria

Realização: BR MÍDIA FILME

Mariana Xavier em “Antes do Ano Que Vem” reestreia no Rio de Janeiro

Antes do ano que vem

Antes do ano que vem – Foto de Adriano Dória

“Antes do Ano Que Vem é uma comédia leve e esperançosa sobre nossas dores emocionais e nossa capacidade de nos reinventar pra contornar os desafios da vida”. Mariana Xavier, a inesquecível Marcelina de “Minha Mãe É Uma Peça”, se desdobra para dar vida a sete mulheres que terão suas histórias conectadas através da Central de Apoio aos Desesperados:

DIZUÍTE, a faxineira do CAD que só queria terminar o trabalho e passar a Virada com a família.

DRA TELMA, a terapeuta deprimida.

JUSSARA, a atendente de telemarketing que sonha em voltar para o emprego de cozinheira.

GRACINHA, a anfitriã cujos convidados não aparecem na festa, mas se esconde na positividade tóxica

MARIA DE LOURDES, a socialite falida prestes a matar o marido.

MICHELLE, a adolescente carente de atenção dos pais que foi traída pelo namorado e pela melhor amiga.

TIA XINDA, a idosa que não sabe como pedir desculpas à sobrinha pela briga no Natal.

É noite de Ano Novo. Dra Telma, a psicóloga plantonista do CAD, não aparece para trabalhar e Dizuite, que não foi preparada para a função, mas administra com sabedoria popular as dores e delícias do próprio cotidiano, é quem acaba auxiliando as pessoas que estão do outro lado da linha em busca de ajuda, de um conselho, de um ombro ou apenas de alguém que as escute. Com sua “psicologia própria”, hilária e impulsiva, Dizuite assume a missão de mostrar a essas mulheres que vale a pena viver e que ainda dá para  ser feliz ANTES DO ANO QUE VEM. O espetáculo já teve 62 apresentações, e já foi assistido por mais de 24 mil pessoas em 14 cidades e 11 estados.

A comédia Antes do Ano Que Vem tem texto inédito de Gustavo Pinheiro e é estrelada por Mariana Xavier, sob a direção de Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos e direção de movimento de Márcio Vieira. O espetáculo é mais uma realização da Trampo Produções e da WB Produções, dos produtores associados Bruna Dornellas, Mariana Xavier e Wesley Telles.

A peça se passa na noite de Réveillon, quando há um aumento significativo no número de ligações com pedidos de ajuda. Datas como esta, de “felicidade obrigatória”, fazem aflorar ainda mais as emoções de quem não está lá muito satisfeito com a própria vida”, explica a atriz. A peça também se propõe a discutir questões fundamentais para a sociedade contemporânea, como solidão, empatia, solidariedade e a nova ditadura de felicidade imposta pelas interações virtuais. “O humor abre portas para novas percepções do mundo. Vivemos num tempo em que rir é o primeiro remédio para as nossas mazelas. Com este texto e o grande talento de Mariana, damos um salto além no humor atual que fala das mulheres”, afirma o diretor Lázaro Ramos.

Mariana Xavier também confessa: “Um misto de excitação e medo: é o que toma conta de tanta gente na noite de réveillon e também o que eu sinto nesse momento, encarando meu primeiro espetáculo solo. Antes do Ano Que Vem já é o maior desafio da minha carreira e prova que é possível fazer arte popular com qualidade e sensibilidade. Acredito na comédia como ferramenta não só de entretenimento, mas de crítica e reflexão. Acredito também no poder transformador da empatia e é através dela que esperamos que o público saia do teatro leve, afagado e um pouco transformado também.”

Para o autor Gustavo Pinheiro, “o riso que propomos à plateia nesta comédia é o de compaixão, nunca do deboche. É o riso da empatia, de quem também tem suas dores e sabe que vivê-las e superá-las faz parte do jogo. Torço para que este espetáculo seja um convite para que cada pessoa na plateia também pense o que pode fazer por si mesmo, pela sua felicidade, o quanto antes. Se possível, antes do ano que vem”.

Ficha Técnica

  • Elenco: Mariana Xavier
  • Texto: Gustavo Pinheiro
  • Direção: Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos
  • Idealização: Mariana Xavier
  • Direção de Produção: Bruna Dornellas e Wesley Telles
  • Direção de movimento: Márcio Vieira
  • Produção Executiva: Clarice Coelho
  • Gestão de Projetos: Deivid Andrade
  • Assistente de Produção: Bruna Sirena
  • Consultoria Terapêutica: Rossandro Klinjey
  • Criação de Arte: Yasmin Campbell
  • Design Gráfico: Natalia Farias
  • Design de Luz: Adriana Ortiz
  • Cenário: Natalia Lana
  • Cenotécnico: André Salles e Equipe
  • Costureira de Cenário: Nice Tramontin
  • Figurino: Tereza Nabuco
  • Costureira Figurino: Adélia Andrade
  • Preparação vocal: Jorge Maia
  • Trilha Sonora: Jarbas Bittencourt
  • Operador de Som: Júlio Coelho
  • Operador de Luz: Matheus Espessoto
  • Midias Sociais: Ismara Cardoso
  • Segurança do Trabalho: Global Risk Solutions
  • Coordenação Administrativa: Leticia Napole
  • Assessoria Contábil: Leucimar Martins
  • Assessoria Jurídica: PMBM Advocacia.
  • Produtores Associados: Bruna Dornellas, Mariana Xavier e Wesley Telles
  • Apresentado por: Ministério do Turismo
  • Realização: WB Produções e Trampo Produções

SERVIÇO

Antes do Ano Que Vem, com Mariana Xavier

  • Direção de Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos
  • Dias: 20, 21 e 22 | 27, 28 e 29 de Janeiro (dois finais de semana)
  • Sextas e Sábados às 20h | Domingos às 19h
  • Local: IMPERATOR – Centro Cultural João Nogueira
  • ENDEREÇO: Rua Dias da Cruz, 170 – Méier, Rio de Janeiro/RJ.
  • Vendas: SHOWPASS | Na bilheteria do teatro ou pela internet: showpass.com.br
  • Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
  • Sessões de domingo com intérprete de libras.
  • Duração: 60 minutos
  • Classificação: 12 anos
  • Gênero: Comédia
  • Todas as sextas feiras temos bate-papo com convidados especiais após a apresentação.

Neyde Veneziano apresenta versão contemporânea do Teatro de Revista

Teatro de Revista

Teatro de Revista – Foto de Alex Santanna

Musical da premiada diretora atualiza gênero por meio da diversidade e da inclusão, com drags e sem machismo. Com direção musical de Dagoberto Feliz, tem trilha original de Danilo Dunas, cenário e figurino de Kleber Montanheiro e coreografia de Paula Flaibann. São 18 cenas, 12 atores no palco e músicas inéditas cantadas ao vivo
 
Autoridade no assunto Teatro Musical Brasileiro, Neyde Veneziano apresenta resultado de sua pesquisa sobre o formato contemporâneo do gênero Teatro de Revista com a estreia de Revista Babadeira no dia 20 de janeiro de 2023 na sede da Cia da Revista. Sexta e sábado às 21 horas. Domingo às 19 horas. Temporada até 19 de março, entrada gratuita. Veneziano imprime seu nome também na dramaturgia e direção do espetáculo contemplado na 38ª Edição do Fomento ao Teatro pelo projeto Teatro de Revista Hoje: Uma re-existência. São 18 cenas, todas com músicas inéditas e cantadas ao vivo, 12 artistas no palco – 10 drag queens e dois músicos. Serão 24 sessões a partir de 20 de janeiro, às sextas, sábados e domingos, com entrada franca.
 
As primeiras etapas do processo de montagem envolveram, além da pesquisa, oficinas de Dramaturgia (com Neyde Veneziano, Dagoberto Feliz e as drags Thelores Drag e Alexia Twister), Filosofia vocal (com Marcelo Boffa), Clown Music Queer (com Dagoberto Feliz) e Drags en reviste (com Neyde Veneziano) realizadas durante 2022. Em seguida vieram a seleção do elenco e início dos ensaios em outubro. Quinze drags frequentaram as oficinas de preparação para interpretar as estrelas do musical. “Drags são hiperbólicas, são grandes, são fascinantes. O Teatro de Revista é o gênero mais apropriado para elas”, afirma Neyde, q ue propõe um formato contemporâneo para o estilo.
 
“Vamos atualizar o discurso. O teatro de revista era apoiado no machismo e na objetificação das vedetes. Hoje isso não tem mais sentido. A estrutura da revista segue maravilhosa, mas agora nosso discurso será sobre a diversidade, a inclusão e, principalmente, a liberdade”, completa.

Com roteiro costurado a quatro mãos – Neyde Veneziano, Dagoberto Feliz, Thelores Drag e Alexia Twister -, Revista Babadeira é um espetáculo de Teatro de Revista contemporâneo e atualizado, por meio da ótica da diversidade e inclusão. Os quatro personagens centrais são: as duas commères (interpretadas por Alexia Twister e Thelores), Harmô nio (Mercedez Vulcão) e a Revista Brasileira (alegoria – Josephine Le Beau). “As outras se desdobram em vários ‘personagens episódicos’, cantando e representando diversos tipos importantes do teatro de revista”, explica a diretora.
 
Ficha técnica:
Pesquisa, dramaturgia e direção: Neyde Veneziano. Roteiro: Neyde Veneziano, Dagoberto Feliz, Thelores Drag e Alexia Twister. Direção musical: Dagoberto Feliz. Trilha especialmente composta: Danilo Dunas.  Direção musical: Dagoberto Feliz.  Assistência de direção musical: Demian Pinto.  Cenário e figurinos: Kleber Montanheiro. Desenho de luz e operação: André Lemes.  Coreografia: Paula Flaibann.  Identidade visual – André Kitagawa. Assistência de produção: Clara Boucher.  Assistência de direção: Zyon Colbert.  Direção de produção: Zyon Colbert. Assessoria de Imprensa – M. Fernanda Teixeira, Macida Joachim/Arteplural.
 
Elenco: Alexia Twister, Antonia Pethit, Aprill XO, Divanna Kahanna Montez, Ginger Moon, Josephine Le Beau, Lacana Botafogo, Mercedez Vulcão, Thelores Drag. Participação especial: Tony Germano. Músicos: Daniel Baraúna, Demian Pinto.
 
Serviço

Temporada – De 20 de janeiro a 19 de marçoSessões – Sexta e sábado às 21 horas. Domingo às 19 horas. Espaço Cia da Revista – alameda Nothmann, 1135, Santa Cecília. Tel. 3791-5200. Horário da bilheteria – apenas no dia da sessão, abre com 1h de antecedência. Entrada franca.  INSTA – @teatroderevistareexistencia

Humilhação no palco

umilhação

Humilhação – Foto: Cri Jatobá

Um mosaico com pequenas e grandes humilhações nossas de cada dia é traçado pelo espetáculo HUMILHAÇÃO, que reúne dramaturgias curtas de Carla Kinzo, Cláudia Barral, Lucas Mayor e Marcos Gomes. A peça tem uma nova temporada na Oficina Cultural Oswald de Andrade, até  28 de janeiro de 2023 e, em seguida, faz apresentações no Cacilda Becker e no Alfredo Mesquita. O espetáculo e a oficina fazem parte do Projeto Humilhação Circulação, contemplado pela 15a. Edição do Prêmio Zé Renato – Secretaria Municipal de Cultura.

Tendo como ponto de partida o ensaio “Humilhação”, do norte-americano Wayne Koestenbaum, publicado na revista Serrote (nº12), o espetáculo foi criado na segunda edição do projeto PDF, de escrita e encenação de dramaturgias em pequenos formatos, e estreou em 2021 na antiga sede do Teatro Cemitério de Automóveis.

A peça passeia por fatos humilhantes, alguns deles extraídos do cotidiano das dramaturgas e dramaturgos convidados. Na cena “Você viu meu pai por aí?”, de Lucas Mayor, a imagem de um pai sentado tranquilamente em um café, lendo, enquanto sua filha chora sozinha em uma pracinha do bairro, viraliza na internet. Enquanto isso, o casal – pai e mãe – tenta elaborar, junto com a plateia, a dimensão da tragédia desse episódio. O cancelamento e o tribunal da internet são reconstruídos a partir da conversa privada entre os dois adultos.

No texto “A candidata”, Carla Kinzo trabalha a construção de dois relatos a partir de uma entrevista de emprego. Inspirada em uma história real, em que uma aspirante é “esquecida” em uma sala de recrutamento, a dramaturgia investiga duas perspectivas femininas em uma situação desigual de poder. A relação de opressão e humilhação, a invisibilidade e a completa falta de empatia que costuma brotar de algumas relações de trabalho são alguns temas discutidos em cena.

Já em “Sementes e Selos”, Cláudia Barral lança mão da comédia e do melodrama para falar das veleidades que pairam sobre a literatura contemporânea. Na trama, um casal colapsa quando o novo livro de um autor é recusado pelo editor, seu companheiro. A situação se agrava quando descobrimos que em seu lugar foi publicado um livro de autoajuda e que a autora é a atual amante do editor. A trama simples revela o lugar patético do escritor preso à necessidade de reconhecimento.

Por fim, em “Humilhação”, Marcos Gomes e Andrea Tedesco contam os últimos anos de um teatro a partir da relação com o prédio que o abrigava há dez anos. Inspirada em fatos reais, a narrativa dá conta de um processo de deterioração desta relação a partir da ascensão de uma extrema direita, ao se debruçar sobre as pequenas disputas de poder que se dão entre os moradores, representados pela figura do novo síndico, e os artistas e frequentadores do icônico e boêmio teatro paulistano.

Para contar todas essas histórias, a peça conta com a participação de Andrea Tedesco, Daniela Schitini, Ernani Sanchez, Marcos Gomes, Maura Hayas, Pablo Perosa, Vanessa Bruno e Walmir Pavam.

Ficha Técnica

  • Dramaturgia: Carla Kinzo, Cláudia Barral, Lucas Mayor e Marcos Gomes
  • Direção: Lucas Mayor e Marcos Gomes
  • Elenco: Andrea Tedesco, Daniela Schitini, Ernani Sanchez, Marcos Gomes, Maura Hayas, Pablo Perosa, Vanessa Bruno e Walmir Pavam
  • Iluminação: Gabriel Oliveira
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio

SERVIÇO – ESPETÁCULO

HUMILHAÇÃO, com direção de Lucas Mayor e Marcos Gomes 

  • Temporada: até 28 de janeiro
  • Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363, Bom Retiro
  • Quartas, quintas, sextas, às 20h e sábados, às 18h

* No feriado, dia 25 de janeiro, a sessão acontece às 18h. 

* No dia 26 de janeiro, haverá bate-papo com a plateia após o espetáculo.

Temporada: 28 de janeiro a 5 de fevereiro

Teatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295, Lapa. 

Sextas e sábados, às 21h e domingos às 19h. 

Temporada: 10 a 12 de fevereiro

Teatro Alfredo Mesquita – Av. Santos Dumont, 1770, Santana.

Sexta e sábado às 21h e domingo às 19h

Ingressos: Grátis, distribuídos 60 minutos antes de cada sessão

Classificação: 14 anos

Duração: 60 minutos

SERVIÇO – OFICINA 

Oficina Formas Breves

Ministrantes: Marcos Gomes e Lucas Mayor

Participantes: 20

Faixa etária: acima de 16

Público-alvo: artistas, estudantes e interessados em escrever em geral.

Seleção: ordem de inscrição

Quando: 02/02/2023 a 02/03/2023, quintas-feiras das 19h30 às 21h30

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