Consumo em restaurantes recua 2,7% em janeiro, mostra índice Fipe e Alelo

Cenário é mais positivo para os supermercados, com alta de 6,6% na quantidade de vendas

por Redação

O consumo em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registrou queda de 2,7% em janeiro, em comparação com o mesmo mês de 2021, é o que apontam os índices divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas. Os dados, que avaliam o desempenho dentro do cenário da pandemia e consideram a inflação no período (ou seja, são calculados em termos reais) mostram que, em contraponto, os supermercados continuam apresentando números positivos com aumento de 2,7% no faturamento no mês de janeiro.

Os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) revelam ainda baixa de 0,7% na quantidade de vendas e de 2,5% no número de estabelecimentos que efetivaram pelo menos uma transação no mês de janeiro.

“Possivelmente, esses números são reflexo do agravamento da pandemia em todo o país, com efeito da nova variante, crescimento da inflação, queda na renda e mudanças no comportamento de consumo, repercutindo diretamente na queda dos indicadores relacionados a bares e restaurantes”, destaca Cesario Nakamura, presidente da Alelo.

Em relação aos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), os dados de janeiro, em comparação com o mesmo período de 2021, mostram avanço de 5,5% no número de estabelecimentos que efetivaram pelo menos uma transação e 6,6% na quantidade de vendas.

Panorama pré-pandemia dos indicadores

Quando observamos as variações calculadas comparando 2022 com 2019, período pré-pandemia, o ICR mostra queda em dois indicadores em janeiro: -25% no faturamento e -40,3% na quantidade de vendas. Já o número de estabelecimentos que realizou transações aumentou 1,7%.

Ao analisar o comportamento de consumo em supermercados, de acordo com o ICS, observamos um aumento de 9,8% no faturamento e 14,1% no número de estabelecimentos que registrou ao menos uma transação, enquanto houve queda de 1,3% na quantidade de vendas.

Segundo os pesquisadores da Fipe, os últimos resultados evidenciam um avanço forte e generalizado para o segmento de supermercados. Isso porque nesse mês até a quantidade de vendas, que permanecia muito abaixo dos níveis pré-pandemia, apresentou resultados melhores. Ao longo de todo 2021, esse indicador oscilava em torno de -10% em relação a 2019; já no último mês, ele ficou a apenas 1,3% do patamar de janeiro de 2019.

Vale destacar que os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) apontam a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up). Ambos são calculados com base nas operações realizadas a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição, em todo território nacional.

Dados regionais

Em termos regionais, adotando como parâmetro a variação do valor gasto em restaurantes entre janeiro de 2019 (período pré-pandemia) e janeiro de 2022, é possível notar um maior impacto na região Nordeste (-28,9%). Entre as demais, a queda foi de: Centro-Oeste (-26%), Sul (-24,9%), Sudeste (-24,8%) e Norte (-19%).
 

Individualmente, as unidades federativas mais impactadas em janeiro foram: Rio de Janeiro (-37,4%), Ceará (-34,6%), Rio Grande do Sul (-32,5%), Piauí (-32,2%), Rio Grande do Norte (-32,1%), Bahia (-30,8%) e Pernambuco (-29,3%). Já entre as unidades com aumento e/ou quedas menos expressivas, destacaram-se: Acre (+32%), Rondônia (+13,2%), Pará (-3,4%), Roraima (-4,7%), Maranhão (-6,1%) e Alagoas* (-6,6%). Finalmente, vale citar as variações em: Distrito Federal (-26,9%), Paraná (-22,5%), São Paulo (-21,8%), Minas Gerais (-20,7%) e Santa Catarina (-19,9%).
 

Metodologia dos índices
 

Todos os índices foram elaborados e depurados com base em critérios estatísticos para garantir a consistência e a interpretação dos resultados ao longo do tempo:

  • Amostra: todos os índices são calculados a partir de dados diários de transações realizadas em estabelecimentos comerciais distribuídos por todo o território nacional, entre 1 de janeiro de 2018 e 31 de janeiro de 2022.
  • Valores atípicos: para evitar oscilações nos índices decorrentes de eventuais entradas ou saídas de empregadores de grande porte na base de dados, observações associadas a empresas que se enquadram nesses critérios foram desconsideradas nos cálculos.
  • Sazonalidade: foram adotados os seguintes procedimentos para mitigar a influência de fatores sazonais: (i) cálculo de média móvel de 7 dias (dados do dia observado e dos 6 dias anteriores a ele), eliminando assim os efeitos dos dias úteis e finais de semana sobre as séries; (ii) identificação e filtragem de fatores sazonais relacionados ao comportamento das séries em dias específicos dentro de cada mês (1º dia, 5º dia, 10º dia…), por conta do calendário de recarga e distribuição temporal do uso dos benefícios nos estabelecimentos no período.
  • Inflação: os dados relativos ao consumo em valor foram deflacionados com base na variação mensal do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
  • Influência de outros fatores: os impactos apresentados não excluem a influência de fatores, eventos e políticas coincidentes com a pandemia sobre o comportamento e hábitos de consumo da população ao longo do período de análise. Todavia, levando-se em conta o caráter inesperado das medidas restritivas instituídas a partir de março, na maior parte das grandes cidades, bem como o padrão comportamental dos índices nos anos precedentes, é possível relacionar as variações atípicas observadas no comportamento das séries à pandemia da Covid-19.
  • Frequência: todos os índices são apresentados com frequência diária para todo o período disponível da amostra, tendo por referência inicial (base 100) a média diária em janeiro de 2018. Os impactos calculados estão disponíveis para todos os dias, quinzenas e meses de 2020.
  • Recorte geográfico: os impactos — apresentados como percentuais de variação dos índices em relação à média observada em 2019 — consideram os seguintes recortes: (i) média nacional (Brasil); (ii) Médias das 5 regiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste); (iii) Média dos 26 estados e Distrito Federal (27 unidades federativas).

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