Diego Nascimento

“Devemos substituir a simpatia pela empatia”, afirma Diego Nascimento, autor de drama com temática LGBTQIAP+

Em “Eu, Ela e Ele”, escritor aborda descobrimento da bissexualidade e busca pela saúde mental através de capítulos que surgem de versos musicais

por Redação

Mais do que uma história de amor, “Eu, Ela e Ele”, drama do escritor catarinense Diego Nascimento, fala sobre descobrimento e saúde mental dentro da comunidade LGBTQIAP+. A trama gira entorno do casal Vítor e Emma, que precisa aprender a lidar consigo mesmo após uma terceira pessoa, Adam, que se torna parte do relacionamento. Publicado pela editora Novo Século, o livro será lançado nesta-sexta (20).

– Eu chegaria a dizer que não é uma história de amor, ou de um triangulo amoroso, mas sim uma história de descobertas. O descobrimento e aceitação da bissexualidade de Vítor, ou ainda a aceitação de Adam em ser gay e ter que se esconder por meio das consequências da sociedade – principalmente do ambiente em que trabalha, o mundo corporativo – são fases que muitas pessoas passam e irão se identificar. O mundo precisa de muito mais amor, e mais do que simpatizantes da diversidade, precisamos de pessoas com empatia – afirma o autor.

Eu, Ela e EleSinopse: Vítor e Emma possuem uma relação duradoura de anos, e estão noivos no momento – nos preparativos para o casamento, e o casal é considerado perfeito por todos ao seu redor. Mas, a perfeição começa a ser questionado quando surge Adam, e os três embarcam em uma “montanha-russa” de sentimentos, dúvidas e questionamentos, como: até onde o amor sobrevive ao poliamor?

Entre os diversos elementos presentes na obra, o escritor conta que um dos seus favoritos é a bissexualidade do protagonista, que acontece de forma natural e curiosa.

– É algo que eu gostei muito de explorar, porque foi muito divertido e ao mesmo intenso ver como o personagem estava se descobrimento, e os motivos por isso acontecer tão tarde em sua vida. A bissexualidade não é tão bem abordada ao meu ver, e muitas vezes sofre preconceito até mesmo dentro da comunidade, mas acredito que isso esteja mudando com os anos. Temos até memes como ‘O “B” da sigla não é de biscoito’ – explica.

Mestre em Ciências da Saúde, farmacêutico e tecnólogo em Gestão Pública, Diego escolheu dar uma atenção especial ao tema saúde mental, trazendo para sua ficção situações e instituição da realidade brasileira, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que são abordados na história.

– Diversos livros e pesquisas científicas evidenciam o sofrimento que pessoas LGBTQIAP+ sofreram, sofrem e irão sofrer apenas por ser quem elas são. É revoltante pensar que no atual século os transtornos mentais como ansiedade e depressão possuem uma incidência alta dentro dessa comunidade. Por quê? Quais as razões? Onde estamos errando na educação? É muito triste o preconceito, a violência e a não aceitação da diversidade. Pessoas são pessoas, independente de opção sexual – acrescenta.

Outra questão presente na trama é a dependência química, que é colocada de forma sutil, em paralelo com as situações vividas pelos personagens Vítor e Adam.

– Por não conseguir se assumir, Adam vive bebendo muito, mas não chega a ser alcóolatra, mas faz ele se sentir vazio, e pensar que vive uma vida solitária de muitas festas, sem saber quem ele realmente é. Já Vítor está em uma “montanha-russa” de emoções, e acaba oscilando em picos de euforia e depressão, que geram noites de insônia. Ele faz uso indiscriminado de medicamentos para dormir, uma dependência química muito frequente em todo o mundo – detalha.

Uma das peculiaridades do livro é que cada capítulo faz referência a uma música diferente – como “Head Above Water”, de Avril Lavigne, “Don’t Blame”, de Taylor Swift, “Hot N’ Cold”, de Katy Perry e “Show Yourself”, cantada pela rainha Elsa em Frozen, clássico da Disney.

– Eu sou apaixonado por música! E na verdade crio meus próprios clipes (em minha imaginação) ao ouvir determinada música em diferentes momentos: de tristeza, alegria, drama. Parece meio bobo, mas foi assim que cheguei na ideia de utilizar as músicas em cada título de capítulo. O leitor consegue entender perfeitamente o sentimento de cada personagens pelas letras das canções escolhidas em cada um. É muito divertido encontrar músicas que possam fazer os leitores rir, chorar, e se emocionar ao se deparar com alguma música que em algum momento fez parte da sua vida – menciona.

Apesar de criar uma história centrada na comunidade LGBTQIAP+, Nascimento possui um relacionamento de 11 anos com Gabriela, sua esposa. Para ele, não é preciso fazer parte da sigla para querer uma diversidade construída na paz.

– A mensagem que eu quero passar é que você não precisa se cobrar tanto, se rotular. O importante é viver, se conhecer, é amar e estar cercado de quem te ama. Quando tudo parecer perdido, não desista, dê um tempo. Quando estiver pressionado, procure ajuda, assim como o Vítor. E principalmente, mantenha a fé em si. Para sair do sufocamento, é necessário limpar a garganta e cantar alto com todas as forças. Esse é o sentido da vida. Viva intensamente. O futuro começa agora – finaliza.

“Eu, Ela e Ele” pode ser adquirido na Amazon ou no site da editora Novo Século, através do link.

Mais informações sobre Diego Nascimento em https://www.instagram.com/autordiegonascimento/

Ficha Técnica

Título: Eu, Ela e Ele

Autor: Diego Nascimento

Páginas: 384

Formato: 16×23 CM

Data de Lançamento: 20/01/2023

Você pode gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceito Leia mais

Share via