As icônicas estações de trem das cidades do Vale do Paraíba, em especial Barra do Piraí, são o tema do documentário “Entroncamentos – vida e memória nas estações ferroviárias do Vale do Paraíba”, que teve estreia mundial no Festival Internacional de Buenos Aires, em setembro, agora segue para mais dois festivais: o 46º Encontro da Associação Nacional de Pesquisa em Pós-Graduação em Ciências Sociais, a ANPOCS, que acontece entre 12 e 19 de outubro, na UNICAMP; e o Sydney Australian Film Festival (SAFF), que acontecerá nos dias 20 e 21 de outubro, na Austrália.
Primeiro longa produzido pela Quiprocó Filmes (@quiprocofilmes) e dirigido por Fernando Sousa e Gabriel Barbosa, “Entroncamentos” traz uma narrativa construída a partir de depoimentos de pessoas que conviveram e/ou trabalharam nas estações, historiadores, e um vasto material de arquivo de cine-jornais, fotografias, mapas e litogravuras, que contam a história da ascensão e declínio do transporte ferroviário no maior entroncamento da América Latina, no Vale do Paraíba fluminense.
Em meio a esses registros heterogêneos e às ruínas das estações ferroviárias, a narrativa é costurada pela experiência dos personagens, suas reminiscências de relações de amizade, afetos, paixões e tensões forjadas nos trilhos do trem. A trilha sonora do filme conta com composições originais do argentino Jonatan Szer, Abel Ferreira e Clementina de Jesus, cujas canções imprimem ao documentário o ritmo característico da musicalidade afro-brasileira, com destaque ao jongo, sonoridade marcante e definidora da formação da região do Vale do Paraíba.
Gabriel Barbosa, um dos diretores, é nascido e criado em Barra do Piraí. Muitos dos seus familiares trabalharam ou tiveram alguma relação com a ferrovia, assim, ele cresceu ouvindo histórias e causos sobre as estações.
“Para além dessa relação pessoal, outra importante inquietação diz respeito ao fato de Barra do Piraí ter sido o maior entroncamento ferroviário da América Latina, algo que todo morador da cidade insiste em dizer para quem não é dali. Essa afirmação revela a centralidade política e econômica ocupada pela cidade nos tempos áureos do transporte ferroviário”, afirma o diretor, destacando a importância histórica de Barra do Piraí.
A Estrada de Ferro D. Pedro II, uma das primeiras linhas férreas do Brasil, tinha como objetivo inicial escoar a produção de café do Vale do Paraíba e, posteriormente, contribuir para estruturar a industrialização da região no século XX. Assim, diversas cidades nasceram ao longo do seu traçado, consolidando um estilo de vida intimamente ligado ao trem e às estações.
“Muitos trabalhadores dessas estações – hoje sucateadas e fora de funcionamento – ainda moram no seu entorno, o que nos permite vislumbrar uma forte relação ainda não rompida com esses lugares, que são centrais para a formação social da região do Vale do Paraíba e do Estado do Rio de Janeiro”, completa Fernando.
Com a finalização do filme, a Quiprocó Filmes aprovou um projeto de Circulação Estadual de Programação na Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Lei do ICMS), o que habilita a captação de recursos para viabilizar um circuito de exibições com o filme no interior do Estado do Rio de Janeiro. Os diretores planejam a realização de uma estreia do filme em Barra do Piraí, em março de 2023, quando será comemorado o aniversário de 133 anos da cidade.
“Entroncamentos: vida e memória nas estações ferroviárias do Vale do Paraíba” é apresentado pelo Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc. O primeiro longa-metragem da dupla de cineastas contou ainda com recursos de um financiamento coletivo com o apoio de 128 pessoas e 5 empresas, o apoio da Casa Fluminense, da Fundação Heinrich Böll e do Centro Universitário Geraldo Di Biase.
Para acompanhar as novidades e a trajetória do filme, siga a Quiprocó Filmes nas redes sociais (@quiprocofilmes).
Sinopse: A partir de entrevistas e vasto material de arquivo composto por cine-jornais, fotografias, mapas e litogravuras, o documentário aborda a ascensão e declínio do transporte ferroviário no maior entroncamento da América Latina, no Vale do Paraíba fluminense. Em meio a esses registros heterogêneos e às ruínas das estações ferroviárias, a narrativa é costurada pela experiência dos personagens, suas reminiscências de relações de amizade, afetos, paixões e tensões forjadas nos trilhos do trem.
Ficha Técnica:
- Direção: Fernando Sousa & Gabriel Barbosa.
- Argumento e roteiro: Fernando Sousa & Gabriel Barbosa.
- Produção (primeira fase): Joana Almeida & Gabriel Barbosa
- Produção (segunda fase): Gabriel Barbosa
- Ass. Produção: Helder Cardozo
- Pesquisa: Alessandra Schimite, Fernando Sousa & Gabriel Barbosa
- Pesquisa Musical: Ricardo Moreira
- Pesquisa de personagens: Helder Cardozo
- Assistente de Pesquisa: Ana Luíza Rosseto
- Direção de fotografia: Luis Felipe Romano
- Câmeras: André Pacheco, Gabriel Barbosa, Juliana Lameira, Luis Felipe Romano
- Drone: Juliana Lameira e Pablo Carvalho
- Som direto: Vilson Almeida
- Microfonista: Inara Gonçalves
- Montagem: Ricardo Moreira
- Motion Grapher: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca
- Designer: Luiza Chamma
- Música: Abel Ferreira, Clementina de Jesus, Ilê Omolu e Oxum, Jonatan Szer
- Coordenação de pós-produção: Tao Dantas Burity
- Assistente de Pós-Produção: Luana Fraga
- Edição de Som e Mixagem: Alexandre Jardim
- Acessibilidade: Conecta Acessibilidade
- Finalização: Link Digital
- Atendimento: Denise Miller
- Coordenação: João Paulo Reis e Roberto Tyszler
- Colorista: Bernardo Brik
- Restauro Digital: João Paulo Reis
- Motorista: Vinícius Viana
- Realização: Quiprocó Filmes
Elenco:
- Annibal Magalhães
- Cid de Castro
- Fábio Karam
- Izis Maria Rocha de Freitas
- Jandyra Macedo
- José Francês
- Juarez Porto
- Lourenço Baylão
- Magno Borges
- Setembrino da Silva Rosa
- Ricardo Salles
- Waldyr Braga