Estúdio Rebu mostra a força do design brasileiro e cria nova identidade visual ao Theatrical Outfit, em Atlanta 

por Waleria de Carvalho
Theatro outfit

O projeto faz parte da Internacionalização do estúdio brasileiro de branding, que também opera no exterior desde 2021. Ao redesenhar toda a identidade do “TO”, Rebu proporcionou um novo significado à marca, posicionando-a como uma das Instituições Culturais mais inovadoras do mundo

O estúdio brasileiro de branding Rebu comprova mais uma vez a força e o poder do design brasileiro no mundo. Convidado a repensar e valorizar a essência da marca Theatrical Outfit (TO), em Atlanta (Geórgia – EUA), através de um projeto para o redesenho de sua identidade visual, o Rebu conseguiu ajudar a inserir o “TO” em um novo patamar, com uma imagem única que o eleva às Instituições Culturais mais inovadoras do mundo. 

Localizado no centro de Atlanta, em um prédio que abrigava originalmente o  Restaurante Herren’s, famoso como o primeiro restaurante de propriedade de brancos a desagregar voluntariamente em 1962, o TO investe em práticas de construção ambientalmente responsáveis e é o primeiro teatro do país a receber a certificação LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental). 

Segundo teatro sem fins lucrativos mais antigo de Atlanta, o Theatrical Outfit que foi fundado em 1977 e descreve a sua missão como “produzir teatro de classe mundial que inicie as conversas que importam”. Guiado por um profundo amor por Atlanta e um compromisso com os artistas incríveis que chamam a cidade de lar,  ao longo da sua ilustre história o TO evoluiu para um teatro de narrativa excepcional, com uma voz única que promove a discussão, a reflexão e o discurso público.

 O projeto da nova identidade visual foi um convite para o estúdio de branding revisitar a essência do TO, que ganhou um novo significado, propósito e alma. Trata-se de mais um case internacional do Rebu, que conta com atuação nos Estados Unidos desde 2021.

O novo logotipo da marca repaginada mostra o movimento, a força da cor vermelha e o poder da tipografia contemporânea, expressando principalmente toda a atitude política do Teatro de forma única, além do papel de gerar diálogo com a sociedade. 

 “Sinto que quanto mais brasileiros a gente é na maneira como criamos, mais somos valorizados aqui fora. Ou seja, quanto mais ousadia e autenticidade, melhor para nós”, declara Fernando Andreazi, co-fundador do Rebu e ponto de contato-chave de projetos do estúdio no exterior.

 O Teatro Outfit descobriu o Rebu por meio de outros projetos realizados internacionalmente, entre eles o de uma biotech da Califórnia, em que o estúdio de branding desenvolveu toda a identidade e conceito criativo da marca. Fernando conta que um dos principais desafios do projeto com o TO foi entender a relevância do teatro para a comunidade local, e tentar entender elementos que eram extremamente específicos para falar de Atlanta sem ser caricato.

“Conversamos com os diretores artísticos,  apoiadores e com o público, e, após essa imersão, criamos o conceito de “Spark Conversations”, e toda a identidade visual foi inspirada nessa ideia que tem como conceito central gerar discussões importantes a respeito de problemáticas sociais, promover engajamento e conexão com o público local e incentivar a apoio à classe artística de Atlanta. 

 A marca “T.O” além de de produzir uma temporada de cinco shows com produções excepcionais em seu palco principal, administra um programa robusto de envolvimento comunitário que inclui fóruns para diálogo em torno do conteúdo das peças e programas de serviço e educação que aprofundam o impacto de seu trabalho em Atlanta, além do que é esperado com suas peças, roteiros, atores, diversidade, inclusão e paixão – vieses de atuação que vão de encontro aos propósitos do Rebu como marca também.

 Fundado em 2019 pelos diretores criativos Fernando Andreazi e Pedro Mattos, o Rebu é um estúdio brasileiro de branding com forte atuação nacional e agora também nos Estados Unidos. Dentre os seus clientes estão marcas como Dengo, Bacio di Latte, Banco Inter e Nude. O estúdio auxilia em todo o processo de posicionamento de marcas, branding, criação de marcas no mercado, campanhas de marketing, criatividade e inovação, e, já realizou trabalhos para mais de 100 clientes, o que rendeu, neste ano, medalha de prata na categoria Estúdio do Ano no Brasil Design Award.

Com a presença internacional e operação em Nova York, coleciona cases como: laboratório Persephone, na Califórnia,  Colored Girls Bike Too (CGBT), organização de ciclismo fundada em 2017 em  Buffalo (NY), além de: Amata, cafeteria alemã localizada em Frankfurt,  Samyas Kitchen, empresa de aulas de culinárias libanesa e do Oriente Médio em Londres, Valo Hyperfoil, uma nova categoria de transporte marítimo e Act Four, software de soluções para e-learning focado em café.  

 Mais informações sobre o Theatrical Outfit  e o Rebu estão disponíveis em Link , theatricaloutfit e rebu܂work .

Um presente de Natal para Caxias: Orquestra Petrobras Sinfônica celebra o rock e o pop nacional em concerto gratuito, ao ar livre, no Teatro Municipal Raul Cortez, sob a regência do maestro Felipe Prazeres

Com a participação especial de Toni Garrido, sucessos de bandas como Cidade Negra, Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Titãs e Legião Urbana serão apresentados em versões sinfônicas

Orquestra Caxias

Orquestra Caxias – Foto de Daniel Ebendiger

Já imaginou ouvir clássicos do rock e do pop nacional como “Lanterna dos afogados”, “Bete balanço”, “Sonífera ilha” e “Será?” em versão sinfônica? A Orquestra Petrobras Sinfônica apresenta esses e outros grandes sucessos que marcaram época no dia 21 de dezembro (quinta-feira), às 19h, ao ar livre, no Teatro Raul Cortez, em Duque de Caxias.

Sob a regência do maestro Felipe Prazeres, o concerto “Na Trilha do Rock” traz versões sinfônicas de canções de bandas e artistas que fizeram história no rock e pop nacional como Lulu Santos, Engenheiros do Hawaii, Biquíni Cavadão, Kid Abelha, Legião Urbana, Capital Inicial, Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Roupa Nova e Titãs. O convidado especial do showconcerto é o cantor Toni Garrido, que vai acompanhar a orquestra cantando músicas do Cidade Negra, Gilberto Gil, Carlos Lyra e Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Um presente de Natal para Caxias.

Para o maestro Felipe Prazeres essa é uma ótima oportunidade para apresentar à plateia a diversidade de timbres e estilos que já se tornou característica da Orquestra Petrobras Sinfônica. “O grande público não está acostumado a ouvir uma orquestra tocando pop e rock. Neste concerto, vamos mostrar que é possível unir a música clássica ao pop e ao rock e emocionar o público”, conta o maestro.

Orquestra Petrobras Sinfônica

Data: 21 de dezembro (quinta-feira), às 19h
Local: Teatro Municipal Raul Cortez – Praça do Pacificador – Centro – Duque de Caxias
Duração: 90 min. Classificação etária: livre. Entrada Franca

Orquestra Petrobras Sinfônica

Felipe Prazeres, regente

Toni Garrido, cantor convidado

 

FRANCESCO MIGLIACCI E MAURO LUSINI

Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones

arranjo de Ricardo Cândido

Música tocada pela banda ENGENHEIROS DO HAWAII


ALVARO, SHEIK, BRUNO GOUVEIA E MIGUEL FLORES DA CUNHA

Tédio

arranjo de Itamar Assiere

Música tocada pela banda BIQUINI CAVADÃO

 

LEONI E PAULA TOLLER

Como eu quero

arranjo de Caio Cezar Sitônio

Música tocada pela banda KID ABELHA


DINHO OURO PRETO

DADO VILLA-LOBOS

MARCELO BONFÁ

RENATO RUSSO

Ainda é cedo

arranjo de Caio Cezar Sitônio

Música tocada pela banda LEGIÃO URBANA


CAZUZA E FREJAT

Bete balanço

arranjo de Gilson Santos

Música tocada pela banda BARÃO VERMELHO


ANDRE PRETORIUS, FÊ LEMOS, FLAVIO LEMOS E RENATO RUSSO

Música urbana

arranjo de Ricardo Cândido

Música tocada pela banda CAPITAL INICIAL


LULU SANTOS

Tempos modernos


arranjo de Caio Cezar Sitônio

BRANCO MELLO

CARLOS BARMAK

CIRO PESSOA

MARCELO FROMER

TONY BELLOTTO

Sonífera ilha

arranjo de Itamar Assiere

Música tocada pela banda TITÃS


HERBERT VIANNA

Lanterna dos afogados

arranjo de Itamar Assiere

Música tocada pela banda OS PARALAMAS DO SUCESSO


DADO VILLA-LOBOS

MARCELO BONFÁ

RENATO RUSSO

Será?

arranjo de Alexandre Caldi

Música tocada pela banda LEGIÃO URBANA


MICHAEL SULLIVAN

MIGUEL PLOPSCHI

PAULO MASSADAS

Whisky a go go

arranjo de Ricardo Cândido

Música tocada pela banda ROUPA NOVA


CIDADE NEGRA

A Estrada

Girassol

arranjo de Gilson Santos


GILBERTO GIL

Palco

arranjo de Gilson Santos


CARLOS LYRA

Primavera

arranjo de Jessé Sadoc


TOM JOBIM E VINICIUS DE MORAES

Eu sei que vou te amar

arranjo de Jessé Sadoc


TOM JOBIM

Corcovado

arranjo de Jessé Sadoc


Sobre a Orquestra Petrobras Sinfônica

Aos 48 anos, a Orquestra Petrobras Sinfônica se consolida como uma das mais conceituadas do país e ocupa um lugar de prestígio entre os maiores organismos sinfônicos do continente. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita fluentemente por distintos estilos e linguagens. Tem como diretor artístico e maestro titular Isaac Karabtchevsky, o mais respeitado regente brasileiro e um nome consagrado no panorama internacional.

 Site: https://petrobrasinfonica | Facebook: @PetrobrasSinfonica | Instagram e YouTube: @petrobras_sinfonica

Núcleo Experimental celebra a vida e a obra de Hebert Daniel no musical Codinome Daniel, que estreia dia 12 de janeiro de 2024 

Com dramaturgia e direção de Zé Henrique de Paula e música de Fernanda Maia, espetáculo conta a história do jornalista que lutou pela causa LGBTQIAPN+ em plena ditadura militar brasileira

Codinome Daniel – Foto de Ale Catan

Conhecido por dar voz a grupos minoritários e por sua pesquisa sobre o modo brasileiro de se fazer Teatro Musical, o Núcleo Experimental homenageia em seu novo trabalho o jornalista Hebert Daniel (1946-1992), ativista e ativista LGBTQIAPN+ e na luta pelo direito das pessoas com HIV/Aids. Codinome Daniel estreia no dia 12 de janeiro de 2024 na sede do grupo na Barra Funda, onde segue em cartaz até 4 de março, com apresentações às segundas, às sextas e aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 19h.

O trabalho tem direção, dramaturgia e letras de Zé Henrique de Paula e música original e direção musical de Fernanda Maia. Já o elenco traz Davi Tápias, Luciana Ramanzini, Fabiano Augusto, André Loddi, Lola Fanucchi, Cleomácio Inácio, Renato Caetano e Paulo Viel.

“Pretendemos levar ao público a vida e a obra, ainda muito desconhecida, do jornalista e escritor Herbert Daniel, um revolucionário gay que desafiou tanto a ditadura de direita quanto os setores da esquerda que reproduziam a homofobia e a heteronormatividade”, comenta Zé Henrique de Paula.

Um dos elementos de frente da luta armada, Hebert se exilou em Portugal e na França, onde contraiu HIV, foi o último dos anistiados e, uma vez de volta ao Brasil, tornou-se um ativista fundamental na luta pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids. Sua importância se deve ainda ao fato de ter sido o fundador do grupo de apoio Pela VIDDA e um dos fundadores do Partido Verde.

Atuou pelos direitos da população LGBTQIAPN+, das mulheres, dos negros, além de ativista ambiental. Herbert morreu em 1992 devido a complicações causadas pela AIDS.

“Acreditamos que o teatro – uma das primeiras paixões de Herbert Daniel em sua juventude (ele foi também dramaturgo) – pode ser uma ferramenta poderosa no sentido de reacender uma luz sobre essa figura menosprezada da história do movimento LGBTQIAPN+ no Brasil recente. Afinal, sendo a memória uma construção social, a peça ajuda a colaborar para que minorias possam entrar em contato com o inventário da luta pela democracia, diversidade e justiça social”, acrescenta o diretor.

Codinome Daniel é a terceira parte do que o grupo chama de Uma Trilogia Para a Vida, junto com os espetáculos Lembro todo dia de você e Brenda Lee e o palácio das princesas. Como fio condutor das três peças está um conjunto de discussões e pontos de vista a respeito da questão do HIV/Aids no Brasil, da década de 80 aos dias de hoje.

Um pouquinho mais sobre 

A figura de Herbert Eustáquio de Carvalho, nome de batismo do homenageado, é uma das mais esquecidas da nossa história recente, especialmente quando se leva em conta sua importância na luta pelo movimento gay e pelo ativismo em prol da democracia durante a ditadura no Brasil. Herbert foi um elemento importante na luta armada contra a ditadura de 1964 e no processo de redemocratização do Brasil. 

Estudante de medicina na UFMG, engajou-se em grupos guerrilheiros ainda no final da década de 1960. Esteve na linha de frente de assaltos a bancos e dos sequestros de diplomatas estrangeiros que garantiram a soltura de mais de uma centena de presos políticos que corriam risco de morte. 

Na militância clandestina, ele descobriu e assumiu sua homossexualidade. De um lado, encontrava-se acossado pela violência de uma ditadura moralizante e LGBTfóbica; do outro, não era aceito por parte dos seus companheiros de guerrilha. Para muitos setores das esquerdas naquele momento, a homossexualidade era vista como um desvio pequeno-burguês, uma degeneração, uma fraqueza moral, um desbunde de minorias improdutivas, em suma, um “pequeno drama da humanidade” que dividiria a “luta maior”.

Herbert teve, então, que “esquecer sua homossexualidade” para “fazer a revolução”. Tanto se dedicou que seu rosto chegou a estampar os cartazes dos “subversivos” mais procurados pelo regime autoritário. No entanto, mesmo com o cerco crescente e o extermínio físico da luta armada, ele conseguiu escapar da prisão e das torturas, exilando-se em 1974 em Portugal e, depois, na França. No exterior, contraiu HIV e tornou-se, ao retornar ao Brasil como o último dos anistiados, um ativista fundamental pelos direitos das pessoas vivendo com HIV e AIDS. 

Morto em 1992, Herbert foi um revolucionário gay que desafiou tanto a ditadura de direita quanto setores de esquerda que reproduziam a heteronormatividade. 

Foi o responsável também pela criação da Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da AIDS, que estruturou o discurso em relação à epidemia, além de cunhar o conceito de “morte civil” – referindo-se à condição de pária em que a pessoa com HIV é colocada, uma espécie de morte social antes da morte física – mostrando que não se trata apenas de uma questão de saúde, mas também sexual, social, econômica e de direitos humanos.

“Ele trouxe ideias revolucionárias para enfrentar a doença e o preconceito social, e elas ainda são válidas até hoje, como a ideia de solidariedade no combate à epidemia”, afirma o historiador e brasilianista norte-americano James Green, que lançou uma biografia de Daniel em 2018 (Revolucionário e Gay: a extraordinária vida de Herbert Daniel). “Ele era muito corajoso, foi uma das primeiras pessoas conhecidas a assumir ser gay e soropositivo.”

A biografia escrita por Green é a grande fonte de inspiração para a dramaturgia de Codinome Daniel.

Ficha Técnica

  • Dramaturgia e Letras: Zé Henrique de Paula
  • Música original: Fernanda Maia
  • Direção: Zé Henrique de Paula
  • Direção musical: Fernanda Maia
  • Elenco: Davi Tápias, Luciana Ramanzini, Fabiano Augusto, André Loddi, Lola Fanucchi, Cleomácio Inácio, Renato Caetano e Paulo Viel.
  • Assistência de direção musical: Guilherme Gila
  • Assistência de direção: Rodrigo Caetano
  • Cenografia: César Costa
  • Figurinos: Úga Agú e Zé Henrique de Paula
  • Iluminação: Fran Barros
  • Desenho de som: João Baracho
  • Preparação de elenco: Inês Aranha
  • Visagismo: Dhiego D’urso
  • Cenotécnica: Jhonatta Moura
  • Produção: Laura Sciulli
  • Assistência de produção: Cauã Stevaux
  • Fotos: Ale Catan
  • Design gráfico: Laerte Késsimos
  • Textos para programa: Isa Leite
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio
  • Redes sociais: 1812 Comunica
  • Estagiários: Mafê Alcântara (direção), Victor Lima (produção), Verena Lopez (som), Luis Henrique (luz), Pedro Bezerra (cenografia) e Jupiter Kohn (figurino)

Serviço

Codinome Daniel, do Núcleo Experimental

  • Temporada: 12 de janeiro a 4 de março de 2024
  • Sextas, sábados e segundas, às 21h, e domingos, às 19h
  • Teatro do Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637, Barra Funda
  • Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)
  • Venda pelo site Sympla
  • Classificação: 12 anos
  • Duração: 120 minutos
  • Mais informações em @nucleoexp
  • Grupo Oficcina Multimédia (GOM) retorna ao palco do CCBB BH com temporada de celebração dos 80 anos de “Vestido de Noiva

Volta ao CCBB BH acontece exatamente no dia 28 de dezembro, data em que, há 80 anos, Nelson Rodrigues realizou a primeira montagem do espetáculo

Vestido de Noiva – Foto de Netun Lima

Em 28 de dezembro de 1943, o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues revolucionava a forma de fazer dramaturgia no Brasil ao estrear, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o espetáculo “Vestido de Noiva”, sob a direção do polonês Zbigniew Ziembinski, com o grupo amador “Os Comediantes”.

Exatamente no dia em que a peça completará 80 anos, a diretora de teatro Ione de Medeiros, juntamente com o Grupo Oficcina Multimédia, retornam ao CCBB BH para uma temporada comemorativa do espetáculo, após estrear na capital mineira em maio de 2023 e circular pelos CCBBs de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, sempre com a casa cheia e ingressos esgotados em todas as sessões.

Desta vez, as apresentações acontecem de 28 a 30 de dezembro de 2023 e continuam após o período de festas, de 5 de janeiro a 5 de fevereiro de 2024, sempre às 20h, de sexta a segunda-feira, no Teatro I.

“Queremos valorizar esta obra tão revolucionária e a mente brilhante do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues que deu início a um processo de modernização do teatro brasileiro”, conta Ione de Medeiros, explicando porque esta é uma temporada de celebração. “Também voltamos para nossa casa alegres por termos apresentado a montagem em quatro metrópoles brasileiras com críticas positivas ao trabalho,” diz. A montagem do Grupo Oficcina Multimédia celebra, também, os 45 anos de atuação cultural ininterrupta do Grupo, que tem como marca a ênfase à experimentação e ao risco.

Da estreia em Belo Horizonte em maio de 2023 até agora, o GOM apresentou Vestido de Noiva 81 vezes para um público de 10 mil espectadores, nos CCBBs Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

No palco, seis atores — Camila Felix, Henrique Torres Mourão, Jonnatha Horta Fortes, Júnio de Carvalho, Priscila Natany e Victor Velloso — se revezam nas cenas entre personagens masculinos e femininos, sem distinção de gênero, numa performance que dá continuidade à proposta de duplos e trios como no espetáculo anterior da companhia, “Boca de Ouro” (2018/2019), que marcou a estreia do grupo no universo de Nelson Rodrigues.

Escrita em 1943, a peça “Vestido de Noiva” que completa 80 anos em dezembro, deu início a um processo de modernização do teatro brasileiro. “A peça lida com o inconsciente e com a falta de uma ordem cronológica, o que nos desafiou a construir uma dinâmica de montagem que pudesse levar o público à compreensão destas camadas de acontecimentos e diálogos que se relacionam”, diz a diretora Ione de Medeiros.

Em “Vestido de Noiva”, Nelson Rodrigues mescla realidade, memória e alucinação para contar a triste história de Alaíde. Após ser atropelada por um carro em alta velocidade, ela é hospitalizada em estado de choque. Na mesa de cirurgia, oscilando entre a vida e a morte, a mente de Alaíde tenta reconstruir sua própria história e, aos poucos, seus sonhos inconscientes e desejos mais inconfessáveis vêm à tona. Quem vai ajudá-la nesse processo é a enigmática Madame Clessi. Juntando as peças desse quebra-cabeça, ela conduz Alaíde na busca pela reconfiguração de sua própria identidade.

A montagem preserva a dramaturgia original da obra de Nelson Rodrigues e incorpora soluções cênicas que são marcas da identidade do GOM. No espetáculo, um narrador em vídeo conduz a história e permite ao público ir conectando peças como num quebra-cabeça.

“O material cênico tem rodinhas e alturas variadas, o que possibilita aos atores se posicionarem em níveis diferentes, conferindo à cena uma atmosfera de flutuação e, ao cenário, uma mobilidade fluida”, explica Ione.

O espetáculo começou a ser concebido antes da pandemia e o processo continuou de forma remota durante o período de isolamento. “Descobrimos infinitas possibilidades de criar cenas em vídeo usando somente os recursos que tínhamos em casa. Diante de um fundo verde, os atores gravavam as cenas usando as câmeras de seus próprios celulares. Posteriormente, editamos essas cenas e incluímos os atores em cenários diferentes”, diz Ione. Alguns trechos gravados neste período foram mantidos na montagem.

Ficha Técnica 

Direção, Concepção Cenográfica e Figurino: Ione de Medeiros
Assistência de Direção, Figurino e Preparação Corporal: Jonnatha Horta Fortes
Elenco: Camila Felix, Henrique Torres Mourão, Jonnatha Horta Fortes, Júnio de Carvalho, Priscila Natany e Victor Velloso
Elenco em vídeo: Alana Aquino, Heloisa Mandareli, Henrique Torres Mourão, Hyu Oliveira, Jonnatha Horta Fortes e Thiago Meira
Texto: Nelson Rodrigues (1943)
Criação de luz: Bruno Cerezoli
Concepção de Trilha Sonora: Francisco Cesar e Ione de Medeiros
Mixagem e finalização de áudio: Henrique Staino | Sem Rumo Projetos Audiovisuais
Operação de Trilha Sonora: Eduardo Shiiti
Vídeo – Concepção e edição: Henrique Torres Mourão e Ione de Medeiros
Finalização de vídeo: Daniel Silva
Operação de vídeo: Sérgio Salomão
Citações no vídeo: Performance “Ophelia”, vídeo de Gabriela Greeb
|”Ondina”, performance de Luanna Jimenes, vídeo de Gabriela Greeb
|Coreografia “Tango Queer” – Tango Fem Buenos Aires (Nancy Ramírez y Yuko Artak)
Projeto Gráfico: Adriana Peliano
Fotografia: Netun Lima
Assistente de fotografia: Yan Lessa Lema
Assessoria de Imprensa: Erika Pessôa e Paula Granja.
Gerenciamento Financeiro e Prestação de Contas: Roberta Oliveira — MR Consultoria
Produção: Grupo Oficcina Multimédia
Apresentação: Banco do Brasil
Apoio: Circuito Liberdade, Secretaria de Cultura e Turismo do Estado de Minas Gerais, Governo de Minas Gerais, Centro Cultural Banco do Brasil e Governo Federal

Serviço 

Vestido de Noiva, texto de Nelson Rodrigues – Temporada de celebração dos 80 anos da montagem
Companhia: Grupo Oficcina Multimédia
Estreia: 28 de dezembro de 2023
Temporada: 28 a 30 de dezembro de 2023 e continuação após o período de festas, de 5 de janeiro a 5 de fevereiro de 2024
Horário: de 28 a 30/12/23 (quinta a sábado), às 20h. De 05/01 a 05/02/24 (sexta a segunda), às 20h.
Local: Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH
Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte – MG
Ingressos: R$30 (inteira) / R$15,00 (meia-entrada)
Vendas: bilheteria do CCBB BH ou pelo site ccbb.com.br/bh
Classificação Indicativa: 14 anos
Informações: ccbb.com.br/bh | (31) 3431-9400 | Instagram e facebook: @ccbbbh @oficcinamultimedia

 

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