Depois de uma temporada de sucesso no Teatro Ruth de Souza, onde o coletivo recebeu a presença de vários artistas do cenário nacional e internacional como : Ariane Mnouchkine encenadora francesa da renomada Cia Théâtre du Soleil, Marco Nanini, Renata Sorrah, Reinado Júnior, Caio Padro entre outros artistas, o espetáculo “Dos nossos para os nossos”, um manifesto antirracista, entra em cartaz com apresentações gratuitas no Museu da Maré.
O trabalho nasceu a partir da esquete teatral “Dos nossos para os nossos” criada em 2018 pelos artistas e idealizadores do projeto Êlme e Patrick Congo.
“Criamos uma esquete para apresentar junto com uma oficina de teatro nas escolas. Apresentamos fragmentos dessa cena e o retorno foi muito positivo. Então, decidimos nos inscrever em um festival e ganhamos a terceira melhor cena. Além disso, eu e o Êlme fomos indicados a melhores atores”, conta Patrick.
A oficina nas escolas foi fundamental para a construção do espetáculo.“Estávamos ensinando e aprendendo juntos. Foram dois anos até conseguirmos chegar aqui. Um caminho de muito aprendizado, trocas e evolução”, diz Êlme.
A peça conta com um elenco de cinco atores: Êlme, Leandro Guedes, Leona Kalí, Patrick Congo e Rafael Rougues. Em cena, histórias, fatos do cotidiano impregnados de racismo são denunciados. A peça também exalta toda a cultura preta fazendo referencia a várias grandes personalidades pretas da história. “. Queremos que as pessoas saiam enaltecidas e empretecidas”, ressalta Tiago Ribeiro, diretor do espetáculo.
Mais do que tudo, “Dos nossos para os nossos” quer levar cada espectador a refletir sobre nosso passado desabrasileirado, empretecer o presente e garantir que o futuro seja empretecido. Entender o Brasil é querer encarar a problemática de raça de frente. Inter-relacionar questões, informações, estatísticas, dados de gênero, etnia e de classe social.
“O Brasil é preto. E essa geração entendeu que não são ‘moreninhas’, ‘mulatinhos’ ou qualquer outro termo usado para ‘amenizar’ o simples fato de serem pessoas pretas. Intencionalmente ou não, as pessoas tentam o tempo todo usar sinônimo para a negritude. Por isso empretecer é preciso. Teu país é preto. Preto Brasil.”, ressalta Tiago Ribeiro.
Todo grupo faz um convite
“Você também faz parte desse processo lindo e momento histórico do teatro contemporâneo, político, preto favelado que estamos vivendo!!! Vem ocupar o Museu da Maré com a gente!”.
SINOPSE:
Dois reis. Duas trajetórias. Uma narrativa. Aqui, um Brasil desabrasileirado é denunciado. A partir de um jogo cênico atravessado por imagens, projeções e sons, o espetáculo manifesto, conta a história desses corpos ancestrais, que questionam sua civilização atual e suas mazelas.
*INGRESSOS GRATUITOS *
Serviço
15 a 30 de julho (sábados e domingos) às 19h.
Av. Guilherme Maxwell, 26 – Maré I (passarela 07 da Av. Brasil)
ENTRADA GRATUITA (contribuição consciente ao final)
FICHA TÉCNICA:
- Dramaturgia: Coletivo AfroMaré
- Elenco: Êlme, Leandro Guedes, Leona Kalí, Lucas da Silva, Patrick Congo e Rafael Rougues.
- Standin: Nizaj
- Direção: Tiago Ribeiro
- Assistente de Direção: Leandro Guedes
- Direção Musical: Renata Tavares
- Assistente de Direção Musical: Yuri Domingues
- Preparação Corporal e Direção de movimento: Gabriela Luiz
- Figurinos: Tiago Ribeiro
- Assistente de Figurino: Jade Cardozo
- Desenho de Luz: Lucas da Silva
- Cenografia: Flávio Vidaurre e Rafael Rougues
- Projeto Gráfico: Flávio Vidaurre
- Fotografia e Social Media: Thiago dos Santos
- Edição de vídeos e Social Media: Marco Brendo
- Produção Audiovisual: Coletivo AfroMaré
- Câmera e Montagem: Leandro Guedes e Tiago Ribeiro
- Projeção e Vídeo Mapping: Leandro Guedes
- Direção de Produção: Vanessa Greff
- Assistente de Produção: Bianca Barbosa
- Assessoria de Imprensa: Dia Comunicação – Ana Linhares e Isabel Ludgero
- Idealização: Êlme e Patrick Congo