O cantor e compositor Martinho da Vila abre, na segunda-feira (27/11), às 17h, o projeto Café com Ideias, uma série de encontros promovida pelo Sesc RJ com personalidades de diversas áreas que compartilharão com o público suas ideias e impressões sobre temas contemporâneos.
As edições acontecerão toda a última segunda-feira do mês, sempre às 17h, no Teatro de Arena do Sesc Copacabana, tendo como condutor o professor Gabriel Chalita, assessor de Educação do Sesc RJ. Os encontros, em tom descontraído, serão regados a café e contarão também com a participação do público, com perguntas.
Este primeiro encontro será exclusivo para participantes de projetos sociais e colaboradores do Sesc RJ, mas qualquer interessado poderá acompanhar a transmissão pelo canal da instituição no Youtube (@portalsescrio). Os demais serão abertos ao público.
Nascido em Duas Barras, Martinho foi para a capital com apenas 4 anos
Martinho José Ferreira tem 85 anos e nasceu em Duas Barras, município da Região Serrana do Rio de Janeiro. Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, foi para a capital com apenas quatro anos. O artista surgiu para o grande público no III Festival da Record, em 1967, quando apresentou o partido alto “Menina Moça” e, no ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançou o clássico “Casa de Bamba”, seu primeiro sucesso, seguido de “O Pequeno Burguês”.
Identificação com escola de samba virou “nome”
Ingressou em 1965 na escola de samba Unidos de Vila Isabel, a partir de quando começou a ser chamado de “Martinho da Vila”. Criou vários temas para desfiles e garantiu para a Vila, em 1988, seu consagrado título de Campeã do Centenário da Abolição da Escravatura, entre outros.
Composições gravadas por artistas da MPB
Nacionalmente conhecido como sambista, Martinho da Vila é um legítimo representante da MPB com várias composições gravadas por intérpretes de diversas vertentes musicais. Também é autor de 15 livros, dentre os quais, “Os Lusófonos” (reeditado em Portugal e lançado no Salão do Livro de Paris 2015), “Joana e Joanes – Um Romance Fluminense” e “Ópera Negra”, traduzidos para o francês.
Ativismo cultural rendeu distinções
Ativista cultural, foi membro do Conselho Estadual de Cultura e da Comissão de Apoio à Cultura, do MInC. Foi responsável pelo projeto O Canto Livre de Angola que, em 1982, trouxe os primeiros artistas africanos ao Brasil. Liderou também o Grupo Kizomba, promotor dos pioneiros encontros internacionais de arte negra. Recebeu o título honorário de Embaixador Cultural de Angola e Embaixador da Boa Vontade da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), por ser um incentivador das relações linguísticas do português e divulgador da lusofonia. É membro do Pen Clube e da Divine Académie Françoise des Arts, Letres e Culture, condecorado com a medalha de honra.
No Brasil, foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura e recebeu as comendas mineiras Tiradentes e JK. É Comendador da República da Ordem do Barão do Rio Branco, em grau de Oficial.
Engajamento social através da arte
Martinho também é responsável pelo Instituto Cultural Martinho da Vila (ICMV), uma entidade sem fins lucrativos localizada na Fazenda Cedro Grande, em Duas Barras. Fundada em 20 de novembro de 2003, ela tem como missão valorizar e fortalecer a rica cultura popular da região, promovendo a inclusão social através da arte e cultura. Oferece aulas de teatro, alfabetização para adultos, violão, cavaquinho, percussão e artesanato.
SERVIÇO
Café com Ideias
Gabriel Chalita recebe Martinho da Vila no Sesc Copacabana
Dia 27/11/2023 – 17h
Transmissão: Youtube do Sesc RJ (@portalsescrio)