Para visibilizar empreendedores LGBTI+ cariocas, a Coordenadoria da Diversidade Sexual lança o Mercado Mundo LGBTI+

Feira gratuita com foco em produções de pessoas LGBTI+, reúne 21 marcas e acontece no final de semana (24 e 25), das 10h às 17h, na Praça Mauá

por Jorge Rodrigues

Chegou a hora dessa gente criativa mostrar seu valor.

E nada mais justo, que essa ocupação aconteça em junho, mês em que é celebrado o Orgulho LGBTI+. A Coordenadoria da Diversidade Sexual e a Casa Civil, órgãos da Prefeitura do Rio, se uniram ao SEBRAE, no intuito de tornar viável a primeira edição do Mercado Mundo LGBTI+. O evento vai se instalar na Praça Mauá por dois dias, sábado e domingo, 24 e 25, das 10h às 17h. Serão 21 barracas com expositores que representam cada letra que forma a sigla sobre orientações sexuais e identidades de gênero. Pessoas que têm sonhos, ambições e criatividade. Por lá, será possível encontrar os mais variados produtos e, com certeza, se encantar por muitos deles.

A ideia é receber cariocas e turistas no Boulevard Olímpico para apresentar e lançar luz ao empreendedorismo praticado pela população LGBTI+. Com entrada gratuita, o público que quiser passar o dia na zona portuária, vai encontrar acessórios, peças de decoração, roupas infantis e adultas, masculinas, femininas, achadinhos de brechó, peças em silk, bijuterias, velas aromáticas, moda da pele preta, artesanato, livros e, claro, comidinhas: brownies, doces e salgados. Será possível até comprar um passeio turístico. A expectativa dos expositores é grande, já que o Mercado Mundo LGBTI+ terá sua primeira edição no mês de junho, em que é celebrado o orgulho dessa população que luta diariamente por respeito e direitos iguais. Para deixar o passeio mais animado, sets de DJs vão servir de trilha perfeita para o programão do fim de semana. 

“A CDS reforça o investimento no empreendedorismo. Um dos nossos focos principais é a política de empregabilidade. Fizemos em janeiro, por conta do Dia da Visibilidade Trans (29/01), o 1º Mercado Mundo Trans”, relembra Carlos Tufvesson, coordenador da Diversidade Sexual do Rio. Para ele, o resultado positivo da estreia serviu de incentivo para que essa edição fosse mais abrangente. “Especialmente para que as empresas selecionadas possam aumentar e fidelizar sua clientela. Muitas que participaram em janeiro, estão de volta”, revela. 

Um dos desejos de Tufvesson, é que o Mercado Mundo LGBTI+ possa entrar no calendário periódico da cidade, sem que aconteça em datas chave para essa população. “Por mim, a cada dois meses teria uma edição. Dar espaço a essas microempresas, é contribuir com seu crescimento e o aumentar as possibilidades de emprego”. 

Para Andrea Brazil, idealizadora do projeto CapaciTrans, e presença necessária para a realização do  1º Mercado Mundo Trans, em janeiro, a iniciativa do poder público ajuda a tirar essas marcas capitaneadas pela população LGBTI+ da invisibilidade. Andrea comemora, inclusive, uma nova conquista: será a embaixadora do edital de projetos de empreendedorismo feito por mulheres LBTs, patrocinado pelo Instituto Lojas Renner. O anúncio será feito na segunda-feira, 26. “Essa é a primeira edição feita por essa empresa”, sublinha ela, que já desempenhou a mesma função por dois anos para o Itaú e o Instituto Mais Diversidade. 

Mas nem tudo segue por um caminho sem percalços. Brazil enfatiza que não ter apoio fixo e ficar na dependência de vencer editais são algumas dificuldades que já quase a fizeram parar no meio do caminho. “Atrair quem acredita em um projeto para população Trans e LGBIQAPN + e recortes diversos, não é fácil”. Andrea segue em frente quando se depara com resultados. “Vidas que mudaram suas realidades, passaram a acreditar em si. Saber que inspiro outras pessoas trans, isso me move”, emociona-se. 

O CapaciTrans surgiu baseado na história de Andrea e dos muitos nãos que ela recebeu em ambientes formais de trabalho. Além de questionamentos constrangedores. “Essa roupa? Essa voz? Você não pode usar isso. Você não pode usar aquilo. Sofri muito cerceamento nestes locais”, relembra. Como caminho alternativo, ela escolheu o empreendedorismo. “Percebi uma chance para mudar a vida de outras pessoas iguais a mim, pessoas trans, travestis, não-binárias, L, G, B, I, Q, A, P + em situação de extrema vulnerabilidade. Uma pessoa gay, afeminada e preta vai sofrer mais discriminação, por isso, o empreendedorismo é a solução”, decreta. Hoje, o CapaciTrans está institucionalizado e deve formar mais de 400 pessoas até 2024. No início do ano, ela contabilizava 300. “Há cada ano, aumentamos em uma centena esse cálculo. E histórias de sucesso têm se desenhado”, sorri. “Nos deparamos com muitos talentos ali. O grande mercado não enxerga ou não lhe convém”. O CapaciTrans busca uma conversa com as empresas, para poder trabalhar a dobradinha diversidade + inclusão realmente de fato, não só até a página dois. 

Vale ressaltar, que desde junho de 2022, a Coordenadoria da Diversidade Sexual, tem promovido o programa Diversidade Qualificada, de qualificação profissional para pessoas LGBTI+, em parceria com o SENAC. Cerca de cinco cursos foram oferecidos nestes 12 meses e o projeto rende elogios.

Sob o comando da CDS-Rio, também está o projeto Garupa, que visa, principalmente, o acolhimento de pessoas LGBTI+ em situação de vulnerabilidade e desconstruir as barreiras de acesso à saúde e outros direitos. Desde 2021, o Garupa já atendeu cerca de 1500 pessoas, sendo mais de 850 transgêneros e 600 cisgêneros.

Serviço:

1º Mercado Mundo LGBTI+

Feira com 20 tendas ocupadas por empreendedores LGBTI+ de diversas áreas como moda, acessórios, decoração, gastronomia e variedades.

Datas: 24 e 25 de junho – sábado e domingo

Horário: 10h às 17h

Local: Praça Mauá

ENTRADA GRATUITA

CLASSIFICAÇÃO LIVRE

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