Renascença Clube celebra sua Negritude e História no Mês da Consciência Negra

por Redação
Exposição Beleza Negra

Em 1951, o Renascença foi criado por um grupo de homens negros de classe média porque eles não conseguiam acesso a outros clubes sociais da região por causa da cor. Então, o Renascença nasce como um berço de resistência focado na cultura negra, mas frequentado por todos, sem preconceito.

Nesses 72 anos, uma das principais contribuições do clube foi a valorização do samba. O Renascença abriu espaço para grandes nomes, como: Cartola, Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus, Zé Kéti que se apresentavam em suas festas e compartilhavam suas obras com o público. Além disso, o Renascença Clube foi pioneiro ao oferecer espaços para rodas de samba, onde os músicos e amantes do gênero podiam se reunir informalmente para tocar e cantar. Essas rodas se tornaram uma importante forma de sociabilidade e preservação do samba de raiz, além de darem oportunidade para novos talentos se desenvolverem e mostrarem seu trabalho. Além disso, eram promovidos Festivais de Samba que estimulavam a produção artística local e davam visibilidade a novos talentos, como: Grupo Raça, Marquinhos Satã, Só Preto Sem Preconceito. Esses eventos contribuíram para a diversidade e ampliação do repertório musical e cultural.

Hoje, recebemos diversos cantores, compositores, músicos nos eventos de samba: Samba do Trabalhador, Resenha Musical Amigos do Rena, Rena de Portas Abertas, Samba do Renato Milagres, entre outros. Por tudo isso, criamos no último 30 de outubro a “Academia do Samba do Rena” para perpetuar a história desses grandes sambistas que passaram e passam pelo Clube. A partir de pesquisas sobre a vida e obra dessas personalidades, criaremos acervos, realizaremos exposições e documentários e, ainda, Tributos para apresentar a obra musical desses ícones da nossa música para as novas gerações. A primeira Galeria é composta por: D. Ivone Lara, Jovelina Perola Negra, Elza Soares, Reinaldo, Almir Guineto e Luiz Carlos da Vila. Assim, preparamos uma programação especial para o mês da Consciência Negra com muito samba em forma de “tributo”.

No dia 17/11, às 18h, Tributo a Elza Soares que, na virada do século, foi considerada, pela BBC de Londres, a “cantora do milênio”, Cláudia Calixta interpreta Elza revelando voz semelhante à dela. Claudia é acompanhada pela Banda Rio Groove. Nos intervalos DJs Gege e Carlos, com muita black music e charme.

No dia 18/11, a partir das 17h, Resenha dos Amigos do Rena. Washington Ferreira completa 70 anos de idade. Desses, 25 dedicados à música. Também pudera, ele foi criado numa família de músicos. No início tocava violão. Depois se apaixonou pelo cavaquinho. Hoje, se dedica ao banjo inspirado pelo saudoso Almir Guineto. Washington tem feito muito sucesso com a Resenha dos Amigos que já ganhou outros espaços fora do Renascença. Com o slogan: “Traga o seu instrumento para participar da roda de samba”, a resenha, que existe há 3 anos, começou com apenas 5 integrantes. Hoje, são cerca de 25 músicos, alguns compositores. “Nessa minha trajetória no samba só criei amigos. Em relação à Resenha do Rena só tenho a dizer: gratidão!”, declara Washington.

No dia 19/11, a partir das 15h, Tributo a Reinaldo, o Príncipe do Pagode, com Balacobaco e Canto de Rei formada por integrantes da banda do Reinaldo que se uniram para relembrar os seus grandes sucessos e levar o pagode apaixonado para o grande público.

No dia 20/11, Samba do Trabalhador com Moacyr Luz declarando seu amor pela negritude. Os portões abrem às 13h. Feijoada em homenagem póstuma a Jorge Ferraz, Vice-Presidente do Renascença.

Durante todo o mês, a exposição “Beleza Negra: Imagens Que Contam Histórias” pode ser visitada no Clube. Ela nasceu de um projeto de Extensão feito por mulheres negras do curso de Administração do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ Maracanã). A ideia foi da aluna, Dhayana Costa, que entendeu a importância da representatividade e, por isso, quis mostrar à filha que os padrões de beleza estabelecidos pela sociedade não são únicos. Ao todo 34 fotos que afirmam a beleza e a importância das modelos, escolhidas através de inscrições. Cada modelo também conta a sua história. “Beleza Negra” estreou no Instituto Pretos Novos, depois foi montada na Galeria Cubo de Vidro (CEFET-RJ) e, agora, no Renascença, o que foi possível graças ao acordo técnico de cooperação entre o CEFET e o Clube. As fotos são de autoria de duas voluntárias: Jessica Machado e Thelma Vidales. A curadoria é do jornalista Alexandre Nadai.

Serviço

  • Local: Renascença Clube (Rua Barão de São Francisco, 54 – Andaraí)
  • Dia: 17/11 – Tributo a Elza Soares
  • Ingresso: R$ 25,00
  • Dia: 18/11 – Resenha dos Amigos do Rena

ENTRADA FRANCA

  • Dia: 19/11 – Tributo a Reinaldo
  • Ingresso: R$ 30,00
  • Dia: 20/11 – Samba do Trabalhador
  • Ingresso: R$ 40,00
  • Censura Livre (menores só acompanhados dos responsáveis)

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