Trazer “O Tartufo” aos palcos cariocas é uma maneira de refletir sobre temas como o fundamentalismo religioso, o afeto nas relações familiares e a ascensão violenta ao poder, de uma maneira que só a arte consegue fazer. Através da comédia, abre-se uma brecha poderosa para que tais temas fundamentalmente humanos e de enorme relevância social sejam discutidos, podendo reverberar na vida do espectador mesmo quando as cortinas se fecham.
O espetáculo “O Tartufo” critica, especialmente, o fundamentalismo religioso, denunciando a existência de Tartufos, em meio aos devotos, que ainda hoje simulam falsa devoção a fim de enganar e conquistar. Utilizam, assim, armas do bem para praticar o mal e o ganho pessoal. A peça “O Tartufo”, dirigida por Bruce Gomlevsky, estreia no dia 17 de novembro, às 19 horas, no Centro Cultural da Justiça Federal, e fica em cartaz, de sexta-feira a domingo, até o dia 10 de dezembro.
“O Tartufo” é uma obra-prima da comédia francesa, escrita por Molière, que continua a encantar e provocar risos em plateias de todo o mundo através de temas como hipocrisia, confiança e moralidade. Esta peça traz à vida um personagem memorável, Tartufo, um hipócrita convincente que usa sua falsa devoção para conquistar uma família ingênua e controlar suas vidas.
Esta montagem traz a história para os dias atuais, tanto nos elementos cênicos quanto principalmente na concretude das palavras, a fim de aproximar esse formato não usual de texto ao espectador. A peça apresenta uma realidade bem conhecida no Brasil, onde religião e poder constantemente se misturam. Apesar de ser uma comédia, existe uma tragicidade enorme no texto em que, aos poucos, uma família definha por conta da fé cega de um homem a um falso devoto que deseja somente o poder.
O elenco é formado por integrantes do “Coletivo Descalços”: Agnes Brichta, Julia Marton, Léa Nogueira, Livia Ferrari Interlenghi, Lizia Bueno, Lucas Cetraro, Lucca Martorello, Mari Castanheira, Oton Duarte, Paulo Tarsia, Raquel Monteiro e Gaspar. A versão do texto é uma tradução de Guilherme Figueiredo, que respeita os versos rimados da versão francesa e os traz para a língua portuguesa.
“Eu já tinha montado essa peça, em 2018, completamente sem palavras, com a minha companhia Teatro Esplendor. Já esta montagem deste elenco super talentoso é extremamente contemporânea, tem inclusive elementos do funk carioca e interlocuções com o audiovisual. Tudo isso unido ao texto clássico de Molière, um dos maiores comediógrafos da dramaturgia mundial”, diz Bruce, o diretor do espetáculo.
Esta maneira inovadora de apresentar um texto tradicional resulta numa peça do século XVII com o frescor da atualidade e pitadas de criatividade e irreverência características do povo brasileiro.
SINOPSE:
Ele narra a história de um falso devoto (Tartufo) que, com sua incrível artimanha em forjar tal devoção, consegue convencer um homem (Orgonte) de sua fé. Tartufo passa a viver na casa de Orgonte e a controlar e mudar a dinâmica de toda a família que, por sua vez, se dedica a desmascará-lo.
FICHA TÉCNICA:
- Dramarturgo: Molière
- Tradução: Guilherme Figueiredo
- Direção: Bruce Gomlevsky
- Elenco: Agnes Brichta, Julia Marton, Léa Nogueira, Livia Ferrari Interlenghi, Lizia Bueno, Lucas Cetraro, Lucca Martorello, Mari Castanheira, Oton Duarte, Paulo Tarsia, Raquel Monteiro e Gaspar
- Cenografia e Trilha sonora: Bruce Gomlevksy
- Figurino: Coletivo Descalços
- Iluminação: Rodrigo Emanuel
- Operação de Luz: Rodrigo Emanuel
- Fotos de divulgação: Pablo Henriques
- Social Media: Agnes Brichta
- Assessoria de Imprensa: Leila Meirelles
- Produção: Léa Nogueira, Livia Ferrari Interlenghi, Lucas Cetraro, Paulo Tarsia e Agnes Brichta
SERVIÇO:
- Peça: O Tartufo
- Estreia: 17/11
- Temporada :De 17/11 a 10/12 -Sextas, Sábados e Domingos às 19 horas
- Teatro: No Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF). Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
- Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$25,00 (meia) ́
- Venda online: http://www.sympla.com.br/event__2219157
- Duração: 100 min
- Gênero: Tragicomédia
- Classificação indicativa: 14 anos