Cláudia Abreu apresenta “Virginia” em nova temporada no Teatro Prio, no Jockey

Cláudia Abreu
Cláudia Abreu - Foto: Divulgação

Assistido por mais de 25 mil pessoas, o espetáculo Virginia é o resultado dos vários atravessamentos que Virginia Woolf (1882-1941) provocou em Cláudia Abreu ao longo de sua trajetória. A vida e a obra da autora inglesa são os motores de criação deste espetáculo, fruto de um longo processo de pesquisa e experimentação que durou mais de cinco anos. Primeiro monólogo da carreira da atriz, o solo marca ainda a sua estreia na dramaturgia e o retorno da parceria com Amir Haddad, que a dirigiu em “Noite de Reis” (1997). O espetáculo ficará em cartaz no Teatro Prio de 20 outubro a 26 de novembro.

A relação entre Cláudia Abreu e Virginia Woolf começa em “Orlando”, montagem assinada por Bia Lessa, em 1989. Aos 18 anos, ela travou contato inicial com a escritora de clássicos como “Mrs Dalloway”, “Ao Farol” e “As Ondas”’. No entanto, somente em 2016, com a indicação de uma professora de literatura que a atriz reencontrou, mergulhou de cabeça no universo da autora. Após ler e reler alguns livros, incluindo as memórias, biografias e diários, a vontade de escrever sobre Virginia falou mais alto.

“Eu me apaixonei por ela novamente. Fiquei fascinada ao perceber como uma pessoa conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?”, questiona a atriz, que enxerga Virginia como um marco de maturidade em sua trajetória: “o texto também vem deste desejo de fazer algo que me toca, de falar do ser humano, sobre o que fazemos com as dores da existência, sobre as incertezas na criação artística, e também falar da condição da mulher ontem e hoje. Não poderia fazer uma personagem tão profunda sem a vivência pessoal e teatral que tenho hoje”, conta.

A dramaturgia de Virginia foi concebida como inventário íntimo da vida da autora. Em seus últimos momentos, ela rememora acontecimentos marcantes em sua vida, a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os queridos amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, além de revelar afetos, dores e seu processo criativo. A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de representar as vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.

“Fazer o monólogo foi uma opção natural neste processo, pois todas as vozes estão dentro dela. Eu nunca quis estar sozinha, sempre gostei do jogo cênico com outros colegas, mas a personagem me impeliu para isso”, analisa Cláudia, cujo processo de criação se desenvolveu a partir de uma série de improvisações que fez ao longo dos últimos anos, em especial durante o período pandêmico, já acompanhada por Amir Haddad.

A chegada de Amir Haddad ao projeto vem ao encontro do desejo de Cláudia em encenar o seu próprio texto. “Ele tem como premissa a liberdade, permite que o ator seja o autor de sua escrita cênica, isso foi fundamental em todo o processo. O ator é um ser da oralidade, a maior parte do texto foi escrita a partir do que eu improvisava de maneira espontânea e depois organizava como dramaturgia”, relata a atriz. Malu Valle, que assina a codireção da montagem, chegou no processo quando Amir se recuperava de covid e contribuiu em toda a etapa final de Virginia.

Virginia estreou em julho de 2022 em São Paulo no teatro do SESC 24 de Maio e já teve temporadas no Rio de Janeiro, além de ter se apresentado em cidades como Belo Horizonte (MG), Porto alegre (RS), Santa Maria (RS), Santa Cruz do Sul (RS), Campinas (SP), São José dos Campos (SP), São José do Rio Preto (SP), Fortaleza (CE), Mossoró (RN) e Natal (RN), entre outras. A montagem já foi vista por mais de 25.000 pessoas.

SINOPSE:

Claudia Abreu estreia seu primeiro monólogo, que foi idealizado e escrito por ela a partir da vida e da obra de Virginia Woolf (1882-1941). Em cena, a atriz interpreta a genial escritora inglesa, cuja trajetória foi marcada por tragédias pessoais e uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.

SERVIÇO:

TEATRO PRIO

  • Av. Bartolomeu Mitre, 1110B – Leblon (no Jockey Club)
  • 20 de outubro a 26 de novembro de 2023
  • Sextas e sábados 20h, domingos 19h
  • Ingressos: Sympla
  • R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia)
  • Estacionamento rotativo no local

FICHA TÉCNICA:

  • CLÁUDIA ABREU: Idealização Dramaturgia Atuação
  • AMIR HADDAD: Direção
  • MALU VALLE: Codireção
  • MARCIA RUBIN: Direção de Movimento
  • MARCELO OLINTO: Figurinos
  • BETO BRUEL: Iluminação
  • DANY ROLAND: Trilha Sonora com colaboração de José Henrique Fonseca
  • BRUNA MORETI: Operação de som
  • IGOR SANE: Assistente de iluminação / operação de Luz
  • CAROLINA PINHEIRO: Design gráfico
  • FOTOS: Rogerio Faissal, Pablo Henriques e José Henrique Fonseca
  • DADÁ MAIA: Direção de Produção