Clayton Barros soube aproveitar bem a infância. Adorava ver filmes, especiais na TV e desenhos animados. “Simbad, o Marujo”, “Fúrias de Titãs”. “Caverna do Dragão”, fizeram parte de seu universo. Já adulto conseguiu continuar com temas lúdicos participando de peças infantis, seja como ator ou fazendo a trilha sonora. Neste dia 10 de outubro, o violonista da Cordel do Fogo Encantado, lança o novo single “Menino de Asas”, em parceria com Marco Polo (Ave Sangria), que sai pelo Selo Estelita, aproveitando a data do Dia das Crianças.
O “Menino de Asas” é um livro de Homero Homem e faz parte da Coleção Vagalume, que o artista leu na infância e trata sobre preconceito e não aceitação, por ele ter asas é considerado uma aberração, um ser perigoso. Aqui ele pega apenas emprestado o título e fala sobre uma criança que se isola ao ver a destruição do mundo.
“É uma canção que fala da destreza de um menino alado, que toca violão e usa gibão, um anjo-negro-trovador-erê, que sai se deslocando pelo mundo e o radar não consegue detectá-lo. Ele vê a humanidade caminhando pro mal, para a destruição, as guerras, a fome e a pobreza e fica muito chateado, por isso ele se isola no Everest e salta, mas como ele voa, a única coisa abrupta que ele faz ao pousar é assanhar os cabelos das pessoas. Ele é do bem, mas muito crítico com a humanidade e sua ganância”, explica Clayton.
A música é também uma homenagem ao guitarrista Paulo Rafael, que fez parte da banda pernambucana Ave Sangria e é um dos expoentes da música psicodélica brasileira. Ele faleceu em 2021, aos 66 anos. Nessa homenagem, Clayton teve ainda a sorte de contar com o vocalista da Ave Sangria, Marco Polo.
“Ave Sangria e ‘Menino de Asas’ ao meu ver, formam uma grande dupla pra organizar os céus. Quando nós viemos morar em Recife com o Cordel, ouvíamos muito uma fita K7 do primeiro disco do Ave Sangria. Sempre me influenciaram, conheci Ivinho nas ruas de Recife, Paulo Rafael se tornou um grande amigo e ele está desenhado na capa, no canto superior direito. Também conheço Seu Almir e Marco Polo. Depois que gravei as vozes tive a ideia de convidar Marco pra cantar comigo. Pra nós deu muito certo e até nossas vozes se confundem um pouco na gravação. É a oportunidade de reverenciar os mestres e comemorar nossas parcerias e amizade, um encontro de gerações”, comenta Clayton.
E por falar em mestres, foi em alguns deles que Clayton se inspirou para essa canção. Cita Geraldo Azevedo, Alceu Valença e Zé Ramalho como principais nomes, mas também fala em Rosinha de Valença, João Bosco, Jorge Ben e Adriana Calcanhoto. Não por acaso, todos grandes violeiros, como o próprio Clayton. O artista ainda não decidiu qual será o futuro de “Menino de Asas”, ela pode estar tanto dentro da trilha sonora de uma peça, quanto estar num disco.
Ouça agora: “Menino de Asas”, que tem produção e mixagem por Rodrigo Miranda Coelho, masterizada por João Felipe Cavalcanti, que também toca baixo e moog, tem arranjos de Emanoel Barros e banda formada por: Tiago Oliveira (percussão), Silverson de Sousa (violino), Gabriel Marques (violoncelo), Cícero Júnior (viola), Samuel de Amorim (viola), Lucas William (trompa), Wagner Braga (oboé), Feiticeiro Julião (cítara) e Eneyda Rodrigues (flautas).
Mais sobre Clayton Barros
Clayton Barros é um artista brasileiro, nascido em Arcoverde – Sertão de Pernambuco. Clayton cresceu cercado na cultura popular do Nordeste brasileiro, o que se reflete na sua música. Sua carreira musical teve início na década de 1990, quando começou a se apresentar em bares com o famoso e clássico: voz e violão em toda sua região. Foi nessa época que ele conheceu os outros integrantes do Cordel do Fogo Encantado, banda com a qual viria a se tornar um dos nomes mais conhecidos da cena musical brasileira. Cofundador do grupo Cordel do Fogo Encantado, ele é responsável pelas composições (em parceria com Lirinha), melodias e harmonias.