Festival do Fado volta ao Brasil e traz música e história da fascinante cultura portuguesa ao Rio de Janeiro

por Redação

Festival do Fado confirma apresentações no Rio de Janeiro. Evento acontece nos dias 21 e 22/11 na Cidade Das Artes com apresentações de Cuca Roseta, Cristina Branco e Bernardo Couto.

O Festival também trará cinema, uma conferência e uma exposição abordando o gênero.

Festival Fado Rio de Janeiro regressa nos dias 21 e 22 de novembro, com o tema “O Fado e a Guitarra Portuguesa” à Cidade das Artes.

Completando 13 edições desde o seu início em Madrid, em 2011, o Festival do Fado promove esta arte e, por consequência, a língua e a cultura portuguesa por 17 cidades e 13 países da Europa, Ásia, África e América Latina. Com grandes artistas em apresentações, também realiza workshops, projeção de filmes e exposições representativas do Fado.

Pela sua vocação e para celebrar ao mesmo tempo a história e a atualidade do Fado, o Festival é considerado um encontro imprescindível para que os artistas portugueses cheguem a milhões de pessoas no mundo, com presença nos mais importantes palcos internacionais.

O primeiro dia da edição de 2023 no Rio de Janeiro recebe o concerto único a duas vozes de Cuca Roseta e Cristina Branco, e, no dia 22 de novembro, é a vez de Bernardo Couto se apresentar em um concerto dedicado à guitarra portuguesa.

Instrumento emblemático do Fado, os sons da guitarra portuguesa são inimitáveis. A história da guitarra portuguesa remonta ao início do século XIX. Ela nasceu nos bairros populares de Lisboa, onde os músicos de rua começaram a usá-la para acompanhar os cantores de fado. Ao longo do tempo, a guitarra portuguesa evoluiu, tanto esteticamente como em termos de popularidade, tornando-se o símbolo da música portuguesa, associada à nostalgia e às emoções do fado. Hoje, ela representa um património rico e vibrante da cultura portuguesa.

Cuca Roseta é uma das mais aclamadas e respeitadas vozes do fado. A fadista, que conta com sete discos editados – com assinatura dos mais prestigiados produtores mundiais – tem feito uma carreira de enorme sucesso, com grande reconhecimento dos media e do público. Cuca Roseta já passou pelos mais importantes palcos nacionais e mostrou todo o seu talento e a sua voz em mais de 50 países espalhados pelo mundo.

Pela sua carreira passaram momentos de partilha musical com: Bryan AdamsJúlio Iglesias, Ivan Lins, Djavan, Jorge Drexler, David Bisbal, Niña Pastori, Silvia Pérez Cruz entre outros. O seu disco de estreia foi produzido em 2011 por Gustavo Santaolalla prestigiado produtor e detentor de vários Grammys e Óscares, depois de Gustavo Santaolalla, também Nelson Motta, notável produtor brasileiro, ficou rendido ao talento de Cuca Roseta e produz o seu terceiro disco “Riu”, que viria a revolucionar a sua carreira.

Para este concerto no Festival do Fado Rio de Janeiro, Cuca Roseta preparou um espectáculo especial onde irá percorrer os clássicos do Fado e os melhores sucessos da sua carreira. A fadista quer ainda cruzar o seu canto com a cultura brasileira, tendo preparadas algumas surpresas para o público.

Cristina Branco é uma infatigável embaixadora da cultura portuguesa no Mundo. Ao longo das duas últimas décadas, tem-se afirmado como uma das mais prolíficas cantoras da atualidade, produzindo uma discografia notável.

A música tradicional Portuguesa e o fado são as suas principais raízes estéticas, mas a influência do Jazz, da literatura e dos músicos com quem partilha o palco, imprimem à sua música um cariz universal.

Uma trajetória que nasce na Holanda Cristina Branco in Holland (Live) (1997), para depois ressoar em toda a Europa com datas esgotadas em inúmeras cidades e vários discos editados, de onde se destacam Murmúrios (1998) e Post-Scriptum (2000) que reforçam o sucesso do seu primeiro trabalho, e que levam Cristina a ser galardoada com dois Prix Choc, os prestigiados prémios da revista francesa Le Monde de La Musique.

O seu terceiro álbum (2016) recebe o reconhecimento de Melhor Disco do ano pela Sociedade portuguesa de autores, primeiro capítulo de uma trilogia onde se incluem os joviais Branco (2018) e Eva (2020), que resultam em interpretações inovadoras da expressão musical tradicional do fado.

No Rio de Janeiro Cristina vem ao Festival do Fado apresentar o seu mais recente trabalho “Mãe” num regresso as origens do Fado e também irá repassar os seus principais êxitos.

Na quarta-feira, 22 de novembro, será a vez do Guitarrista Bernardo Couto apresentar um concerto dedicado à guitarra portuguesa.

Bernardo Couto começou a aprender a tocar guitarra portuguesa aos 13 anos com o guitarrista e compositor Carlos Gonçalves. Na Escola de Música do Conservatório Nacional completou o sétimo grau dos cursos de Guitarra Portuguesa e Formação Musical, tendo ainda feito as disciplinas de Análise e técnicas de composição, Acústica, História da Música e Música de Câmara. Estudou ainda com Pedro Caldeira Cabral, Paulo Parreira e Ricardo Rocha.

Só anos mais tarde começou a tocar profissionalmente na casa de fados Mesa de Frades tendo, a partir daí, iniciado um percurso como acompanhador tocando com Raquel Tavares, Camané, Ana Moura, e mais recentemente com Cristina Branco, António Zambujo e Rão Kyao. Integra ainda um duo com o bandoneonista Martin Sued,e o trio SUL com o pianista Luís Figueiredo e o contrabaixista Bernardo Moreira. Vem ao Brasil apresentar um concerto único de guitarra portuguesa.

O Festival do Fado tem como objetivo dar a conhecer melhor este gênero musical, patrimônio da humanidade, e apresenta um conjunto de atividades paralelas gratuitas que se realizam na Cidade das Artes dias 21 e 22 novembro, onde será exibido o filme, Guitarras à Portuguesa, de Ivan Dias e será apresentada uma conferência sobre a guitarra portuguesa a cargo do Guitarrista Bernardo Couto.

Consultar toda a programação em:

https://festivalfadoriodejaneiro.com/

ocumentário: Guitarra à Portuguesa

O filme aborda a passagem do conhecimento na guitarra portuguesa na primeira pessoa em Coimbra e em Lisboa. Os construtores de guitarras, os vários autores e os guitarristas desvendam os diferentes percursos, partilhando o sentimento de criar um universo musical neste instrumento que se tornou inequivocamente português pelo uso que este país fez dele e pela relevância que lhe atribuiu.

O documentário traz Pedro de Castro, José Luis Nobre Costa, Mário Pacheco, Ricardo Dias, António José Moreira, Jorge Gomes, Manuel Coroa, Paulo Soares (Jójó), Luis Guerreiro, Ricardo Parreira, António Chainho, Custódio Castelo, Ângelo Freire, Bernardo Couto, Carlos Gonçalves, Marta Pereira da Costa, Fernando Meireles, Gilberto Grácio, Óscar Cardoso, José Manuel Neto.

Sobre o fado e a guitarra portuguesa

Portugal tem um instrumento musical de sonoridade inconfundível: a guitarra portuguesa, que toca os primeiros acordes do fado e pede silêncio para dar palco à voz.

Instrumento de grande entrada nos salões europeus de meados do século XVIII, foi introduzido em Portugal a partir das colônias de residentes ingleses em Lisboa e no Porto, pontos de referência para muitas das modas culturais absorvidas pelas elites citadinas da época.

Até ao primeiro quarto do século XIX, esta “guitarra inglesa” permaneceu como atributo exclusivo da burguesia e da nobreza dos salões urbanos, sobretudo tocada por senhoras.

A partir do segundo quarto do século XIX, vai surgindo nas fontes históricas a designação “guitarra portuguesa” atestando a utilização do modelo de seis pares de cordas, uma alteração, provavelmente, introduzida em Portugal.

A partir de 1840, surgem notícias da sua associação ao fado, onde assume um plano de absoluta centralidade até os nossos dias. O guitarrista Armando Augusto Freire (1891-1946) foi autor de inúmeros fados e variações, deixando uma escola da qual saíram, entre outros, Jaime Santos, Carvalhinho, Raúl Nery e José Fontes Rocha.

No que se refere aos conjuntos de guitarras, ficaram como referência na história do fado os conjuntos do Professor Martinho d’Assunção, proeminente violista e compositor e o conjunto de guitarras de Raúl Nery, criado a convite da Emissora Nacional e formado pelo próprio Raúl Nery, José Fontes Rocha, Júlio Gomes e Joel Pina.

Ao longo do século XX, Artur Paredes e Carlos Paredes ampliariam notavelmente o repertório, a expressividade e a técnica do instrumento, convertendo-o num fascinante instrumento de concerto, com um vasto repertório solístico.

Um instrumento com um timbre tão distinto que, onde quer que esteja, qualquer português a reconhece aos primeiros acordes.

SERVIÇO

FESTIVAL DO FADO RIO DE JANEIRO

Cidade Das Artes (Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, 5300)

http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/

Data: 21 e 22 de novembro

Classificação: Livre

Acessibilidade

Ar-condicionado

Programação

21/11, às 21h30:

Show: CUCA ROSETA e CRISTINA BRANCO

Local: Grande Sala

Duração: 90 min

Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/86885/d/216281

22/11, às 21h30:

Show: BERNARDO COUTO

Local: Teatro da Câmara

Duração: 70 min

Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/86886/d/216282

Atividades Gratuitas

21 e 22/11: Exposição- Foyer Grande Sala

21/11 – 19h30: Exibição do filme “Guitarras à Portuguesa” de Ivan Dias (90 min) na Sala Eletroacústica

22/11 – 19h30: – Conferência de Bernardo Couto com o tema “A Guitarra Portuguesa” na Sala Eletroacústica

Bilheteria física:

– Terça a Domingo de 13h às 19h. Porém, nos dias de espetáculos, o funcionamento se estenderá até meia hora após o início da apresentação.

*MEIA-ENTRADA: CONFIRA AS REGRAS DA LEI DE MEIA ENTRADA – https://bileto.sympla.com.br/meia-entrada/

É NECESSÁRIO APRESENTAR DOCUMENTO QUE COMPROVE O DIREITO AO DESCONTO NA ENTRADA DO ESPETÁCULO.

Consulte também: https://www.documentodoestudante.com.br/

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