Com dezenas de fazendas centenárias do primeiro ciclo do café no Brasil, no século XIX, a região turística do Vale do Café no sul do Estado do Rio de Janeiro tem sua história intimamente entrelaçada ao café. Mas um outro produto que também já era produzido naquele tempo vem ganhando espaço no mercado e na consolidação da identidade nacional brasileira: a cachaça. Há algumas versões históricas para explicar o surgimento do destilado, mas não há dúvida nenhuma de que foi um produto importante para a economia do país desde os tempos da colonização e de que se tornou a bebida nacional.
A sexta edição da Feira da Cachaça de Vassouras, que acontece junto com o III Encontro Nacional de Colecionadores de Cachaça e apreciadores, este ano será nos dias 17, 18 e 19 de novembro no Centro de Convenções General Sombra, um espaço de 1.000 metros quadrados, um dos maiores equipamentos para eventos do Vale do Café, com capacidade para até 4.000 pessoas com a participação de dezenas de produtores de todo o Brasil.
Assim, como nas edições anteriores, a Feira vai contar com programação didática e artística bem diversificadas com a participação de marcas, profissionais e grandes especialistas do universo da cachaça. Entre os expositores, se destaca a Pindorama, que vem se consolidando como uma das grandes produtoras de cachaça artesanal premium do Brasil. Durante o evento será lançada sua nova marca, entitulada COBRA CORAL (R$ 69 – garrafa 600ml) , que une a qualidade do alambique da Fazenda das Palmas, sede da empresa, com lotes de cachaça curados e adquiridos de outros alambiques do Brasil.
A proposta da Cobra Coral é justamente de aplicar um modelo de produção de “blend”, bastante conhecido fora do Brasil, principalmente usado na produção de whiskys escocês e japonês, onde os mestres destiladores buscam a dedo e combinam diferentes lotes, daquilo que há de melhor na indústria, para criar híbridos sensacionais e premiados mundialmente”, explica Rafael Daló, sócio e diretor criativo da marca.
A cachaça recebe o nome de Cobra Coral em homenagem à entidade indígena pré-colombiana que foi assimilada pelas religiões de matriz africana ao longo da formação do nosso país, e que representa justamente a fusão de culturas para a criação de signos ainda mais fortes. No rótulo da nova marca, criado mais uma vez pela dupla imbatível de designers argentinos Oveja e Remi, vemos uma mulher segurando uma taça e uma cobra e outros desenhos, com alusão ao empoderamento feminino e a capacidade da natureza de curar todos os males. A garrafa de 600ml é verde e dá um toque retrô ao produto, que remete às cachaças mais tradicionais que datam de 1950.
Pindorama
Foi em 2012, que o casal Luiza Konder e Antônio Carlos de Almeida Braga adquiriram a propriedade da Fazenda das Palmas, no Vale do Café e descobriram ali nas suas instalações o que vinha a ser o terceiro alambique comercial do estado e decidiram por restaurar o local. Construído originalmente em 1855, o alambique havia sido desativado e abandonado, porém ainda mantinha a caldeira inglesa, importada via Alemanha no começo do século XX. A estrutura foi totalmente reformada, a cana-de-açúcar começou a ser plantada e a cachaça, destilada. Com a ajuda das duas filhas, Joana e Maria Almeida Braga, e do genro, Rafael Daló, nasceu a Pindorama cujo nome coincidentemente significa em Tupi-guarani, região das palmeiras ou terra livre do mal. A marca fez sua estreia inicial, em 2017, no mercado português, devido às facilidades iniciais oferecidas pelo país. Logo após seu lançamento, a Pindorama conquistou a medalha de prata no International Spirits Challenge, em Londres, em 2019. Em 2021, após um resultado consistente de vendas na Europa, a marca iniciou sua comercialização no Brasil, chegando a pontos de venda no Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2022, mais um título, o segundo lugar do V Ranking da Cúpula da Cachaça. E, no último mês, o bicampeonato com a medalha de prata no International Spirits Challenge 2023 com a Pindorama Ouro.
O evento
Haverá atrações musicais, palestras e oficinas voltadas para um público amplo, que está descobrindo a cachaça e também uma programação mais técnica voltada para produtores e especialistas. O Vale do Café é um celeiro de grandes cachaças e produtores e descobriu na bebida um importante elemento da economia criativa, que agrega valor ao produto turístico, que tem a capacidade de integrar a região no mapa estratégico do Ministério do Turismo e colaborar com o desenvolvimento rural e econômico, gerando emprego e renda para o Estado do Rio de Janeiro e o Brasil.
A cachaça tem caído cada vez mais no gosto de um público mais exigente e com paladar apurado. E como bebida nacional brasileira não poderia ser mais democrática. Tem cachaça para todos os bolsos e todos os gostos. Para além da branquinha tradicional, existem hoje cachaças de diferentes madeiras como carvalho, bálsamo, amendoim, amburana, freijó, jequitibá-rosa, jequitibá-branco, louro canela e tantas outras mais. Além da combinação entre elas, chamadas de Blends.
6ª edição da Feira da Cachaça
- Data: 17, 18 e 19 de novembro
- Local: Centro de Convenções General Sombra
- Av. Otávio Gomes, 500 – Centro. Vassouras
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