Foto: Josélia Frasão

Texto vencedor do “Prêmio do Humor”, “Mazorca na Bandalha” estreia na Sala Baden Powell

Vencedor do “Prêmio do Humor” em 2021, texto de Bruce de Araujo lança mão do humor intrínseco nas relações humanas para apresentar o encontro de dois casais numa noite de swing

por Redação

Em meio à pior fase da pandemia e o clima tenso que pairou sobre a humanidade, o ator, escritor e roteirista Bruce de Araujo sentia a necessidade urgente de rir e fazer rir. Assim, nasceu o texto “Mazorca na Bandalha”, cuja temporada de estreia acontece dia 06 de outubro, às 20h, onde fica até 16 de outubro na Sala Baden Powell, e segue para o Teatro Ipanema no dia 20 do mesmo mês, onde permanece até o dia 30 de outubro. Dirigido por Vilma Melo e com produção da WDO Produções, o texto vencedor do “Prêmio do Humor” em 2021 apresenta o encontro de dois casais de classe média-alta para uma noite de swing, onde a troca é permeada por questões que vem atravessando a geração Millennials. E o que seria um mero encontro casual, com o desenrolar da trama, ganha ares de absurdo e se transforma num divertido caos.

“Meu ponto de partida foi escrever uma peça de humor. Eu precisava rir e ter esperança, e disso nasceu a vontade. O tema do swing veio como uma ideia que chegou e não saiu mais, então fiz estudos e comecei a escrever. Os personagens foram se apresentando, ganhando vida própria e eu fui gostando deles e rindo com eles”, relembra Bruce ao falar de suas crias, o casal Suzana e Bismarck (Carolina Pismel e Daniel Bouzas) e Marcele e Fábio (Clara Moneke e William Costa). Após algumas apresentações haverá o “Swing de Ideias”, conversas com especialistas sobre assuntos pertinente à vivência da sexualidade e seus tabus (detalhes no Serviço).

Fruto de um casal inter-racial, Bruce refletiu na criação dos personagens sua subjetividade, antes mesmo de saber das exigências do edital em que inscreveu seu texto para a disputa pelo Prêmio. “O concurso do Prêmio do Humor tinha como condição uma equipe 50% formada por pessoas brancas e 50% por pessoas pretas, e a peça já tinha essa formatação. Ou seja, por coincidência, parece que o concurso foi feito para esse projeto”, diverte-se ele, para quem a peça já veio em mente com duas pessoas pretas e duas brancas no elenco.

“Eu só tive que fazer a escolha de como seria esse quebra-cabeça dos casais, e optei por esse recorte de ser um casal preto que encontra um casal branco. Mas, além deste, temos na trama vários temas entrelaçados. A própria bissexualidade das personagens, essa ideia das novas famílias contemporâneas, a fragilidade do homem hétero branco sendo confrontada, além do empoderamento feminino”, sublinha Bruce.

Ainda segundo o autor, que delineou seu texto tendo o swing como mote do encontro entre os casais, o sexo bom tem humor. “Nada melhor do que transar e rir ao mesmo tempo. Rir é afeto. Rir é uma forma de orgasmo. E como sexo é muito íntimo e um momento de descoberta do outro, muita coisa pode ser engraçada. Uma cãibra durante uma posição acrobática, uma fala ‘erótica’ deslocada, um acidente caindo da cama, a maneira que uma pessoa geme e por aí vai”, acredita.

A montagem de um texto que já chega premiado é sempre cercado de expectativas e, para a diretora Vilma Mello, a busca da cena foi seguir o sentido da criação do texto, que é fazer rir. “Nós, artistas, buscamos o ideal, o acerto, ou o mais próximo que possamos estar dele, ainda que por vezes não consigamos. Buscamos nos aproximar das exigências que o texto tem, e fazer rir não é fácil. O riso por si só é tarefa árdua e de responsabilidade e, quando falamos em um prêmio de humor, redobram as expectativas e consequentemente o frio na barriga”, pondera.

Um dos maiores desafios para a diretora é manter equalizado o impacto do texto aos olhos do espectador. “Bruce tem uma escrita direta e contundente, cercada de detalhes que têm uma importância ímpar para o desenrolar da trama. Tudo se encadeia, nenhum detalhe é em vão. No texto os personagens estão muito bem delineados nas suas características e motivações. Assim, cada passo, cada ação e decisão tomados por eles, embora possam parecer estranhas à primeira vista, são extremamente coerentes se acompanharmos com ouvidos e olhos atentos suas trajetórias – somando-se ainda com a camada da interpretação dos atores”, adianta Vilma.

E qual o caminho para o espetáculo ter humor sem ser clichê ou óbvio? “Rir de si mesmo. A gente não pode se levar a sério, esta é uma das premissas que falo para os atores todos os dias. Somos risíveis, acertamos, erramos, seguimos… Esse é um texto sobre o amor, sobre o estar junto, sobre o construir, sobre o caminhar. Quando olhamos nossos atos anteriores e colocamos uma lente de aumento, percebemos o quanto podemos nos divertir. Então o caminho é como colocar um espelho desses de parque de diversão que aumenta a nossa imagem e deixar fluir… Estaremos ali refletidos, exatamente como nos comportamos. Claro que com técnica, apuro, muito trabalho, pesquisa e suor”, finaliza Vilma.

SERVIÇO:

MAZORCA NA BANDALHA”

Temporada Baden Powell: 06 a 16 de outubro

  • Quando: 5ª a Domingo
  • Horários: Quinta a sábado às 20h, Domingo às 19h
  • Local: Sala Municipal Baden Powell
  • Endereço: Av. Nossa Sra. de Copacabana, 360 – Copacabana
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada e lista amiga)
  • Link para compra de ingressoshttps://linktr.ee/mazorcanabandalha
  • Classificação Indicativa: 12 anos
  • Duração: 60 minutos

Temporada Ipanema: 20 a 30 de outubro

  • Quando: 5ª a Domingo
  • Horários: Quinta a sábado às 20h, Domingo às 19h
  • Local: Teatro Municipal Ipanema
  • Endereço: Rua Prudente de Morais, 824 – Ipanema
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada e lista amiga)
  • Link para compra de ingressoshttps://linktr.ee/mazorcanabandalha
  • Classificação Indicativa: 12 anos
  • Duração: 60 minutos

SWING DE IDEIAS

07/10 –  Você se permite sentir?

Debatedora: Rita Molick

08/10 – Desmistificando o prazer feminino

Debatedora: Lu Lopes

09/10 – Anorgasmia

Debatedora: Anabelle Condé

13/10 –  Você se permite sentir?

Debatedora: Rita Molick

14/10 – Anorgasmia

Debatedora: Anabelle Condé

16/10 – Anorgasmia

Debatedora: Anabelle Condé

15/10 – Autoestima e empoderamento sexual

Debatedora: Lu Lopes

22/10 – Sexo e menstruação

Debatedora: Lu Lopes

23/10 – Os papéis de gênero em uma sociedade heterocisnormativa

Debatedora: Cláudia Jorge

28/10 –  Você se permite sentir?

Debatedora: Rita Molick

29/10 – Novas formas de amor e sexualidade

Debatedora: Lu Lopes

Debatedoras:

Anabelle Condé é psicóloga clínica, graduada em Psicologia no IBMR (Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação) e em Comunicação Social na PUC-Rio. Gestalt-terapeuta, especialista em Psicologia Clínica pelo ICGT (Instituto Carioca de Gestalt-terapia). Terapeuta de casais, adultos e adolescentes. Seu foco de atuação é em relacionamentos e sexualidade feminina.

Claudia Jorge é Mestra em Ensino em Educação Básica, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com área de concentração e desenvolvimento de pesquisa em Estudos de Gênero e Sexualidade com foco nas Narrativas e Experiências sobre Dissidências na Escola.

Lu Lopes é especializada em sexualidade feminina e faz um trabalho de educação sexual na internet (Instagram @gataconselheira) ajudando milhares de mulheres a romperem padrões limitantes e realizarem-se plenamente. A síntese do seu trabalho é o empoderamento sexual feminino. Levar conhecimento para quebrar paradigmas e devolver às mulheres o prazer que lhes foi negado.

Rita Molick atua como terapeuta, compartilhando seu próprio caminho de cura. Esse caminho é resultado da conexão dos ensinamentos milenares do Tantra, com a transpessoalidade e com a sabedoria dos povos nativos. A partir desta tecedura, é possível construir um estado de presença mais consistente que desliga o piloto automático. O trabalho da Rita é compartilhado com pessoas ao redor do mundo, através de palestras, cursos, retiros, rituais, workshops e sessões terapêuticas.

FICHA TÉCNICA

  • Texto: Bruce de Araujo
  • Direção: Vilma Melo
  • Elenco: Carolina Pismel, Clara Moneke, Daniel Bouzas e William Costa
  • Direção Assistente e Preparadora Corporal: Fernanda Dias
  • Direção de Artes: Tiago Ribeiro
  • Costura: Ateliê das Meninas
  • Cenotécnico: Flávio Vidaurre e Rafael Rougues
  • Iluminação: Anderson Rato
  • Fotógrafa: Josélia Frasão
  • Projeto Gráfico: Raquel Alvarenga – Studio Janela Aberta
  • Convidadas “Swing de Ideias”: Anabelle Condé, Claudia Jorge, Lu Lopes e Rita Molick
  • Produção: Ayráújo Produções e WDO Produções
  • Direção de Produção: Bruce de Araujo e Wellington de Oliveira
  • Assistente de Produção: João Pedro Zabeti
  • Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria

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