Canções para afastar o medo

QINTI Companhia reestreia a peça infantil “Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos” no Teatro Glaucio Gill

A atriz Rosana Reátegui e a cantora Natalia Sarante conduzem um espetáculo lúdico, que reúne contação de histórias e cantigas de ninar indígenas numa viagem pela cultura dos povos originários latino-americano

por Redação

Teatro, contação de histórias, animação e música se mesclam no espetáculo infantil “Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos”, que volta aos palcos a partir de 5 de agosto no Teatro Glaucio Gill, com sessões aos sábados e domingos, às 16h. Idealizada pela QINTI Companhia, a montagem propõe uma viagem pela América Latina a bordo de cantigas de ninar indígenas, interpretadas pela atriz brasileira-peruana Rosana Reátegui – que também assina direção e dramaturgia – e a cantora e compositora brasileira-uruguaia Natalia Sarante. 

O texto é resultado da pesquisa de Rosana sobre a tradição oral dos povos originários latino-americanos. Na peça são apresentadas quatro histórias de mães de diferentes territórios da América Latina. Na tentativa de afastar os medos e perigos que cercam seus filhos, elas entoam canções de ninar em suas línguas de origem. As músicas são cantadas e tocadas ao vivo por Natalia Sarante, que também assina os arranjos: “Takuari porá”, em guarani; “Gumayta puñen may”, em mapuche; “Punulla waway”, em quechua; “Duerme negrito”, da tradição oral hispânica; e “Macochi pitentzin”, em nahuatl.

A viagem começa numa vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora porque raposas rondam a sua casa. O que pode fazer a mãe para acalmá-la? Seguindo as cordilheiras do Andes, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, numa cantiga que se repete durante toda a noite para evanescer a dor. Longe dali, um outro canto ressoa nas areias das Antilhas: um bebê só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. E, por fim, chegamos ao México, onde mãe e filha cantam para se reencontrarem.

O cenário dessa viagem é criado pelas artistas no decorrer das histórias. Feito de 8 metros juta – tecido oriundo de uma planta indiana, cultivada no Brasil e outros países da América Latina. Versátil, a juta se transforma numa grande cordilheira, se desdobrando em montanhas com cavernas, num enorme rio e em caminhos íngremes percorridos pelos personagens confeccionados em lã por Rosana. 

A peça recebeu sete indicações no 7º Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças 2022: melhor espetáculo, texto adaptado, cenário, figurino, formas animadas, atriz (para Rosana Reátegui) e música adaptada/trilha sonora (para Natalia Sarante) – tendo levado o troféu nas duas últimas categorias. 

Rosana Reátegui  

Atriz, narradora oral e gestora cultural, Rosana nasceu no Peru e mora no Brasil há 25 anos. É integrante fundadora do grupo carioca Os Tapetes Contadores de Histórias. Tem participado junto com a companhia desde 1998 em espetáculos, oficinas e exposições interativas em diferentes teatros e espaços culturais. Desde de 2000, pesquisa sobre narrativas femininas e as manifestações das oralidades indígenas latino-americanas. 

Em 2005, na cidade de Lima, criou junto com artesãs bordadeiras arpilleristas o premiado projeto de tradição oral e arte têxtil, “Manos que cuentan”, realizando Exposições Interativas nas Bibliotecas Municipais do Rio de Janeiro e São Paulo. Integra o coletivo Sussurradores Poéticos apresentando a inovadora ferramenta poética em diferentes espaços urbanos como escolas, praças e bibliotecas. Em 2016, criou junto com a cantora uruguaia Natalia Sarante a QINTI Companhia, com a proposta de promover encontros cênicos com temáticas latino-americanas. 

Natália Sarante

Cantora, musicista e Licenciada em música formada pela Unirio. Pesquisa sobre músicas de diversas culturas, integrando como cantora os grupos Duo Mahur, Negro Mendes. Também é integrante fundadora da Qinti Companhia, companhia teatral onde participa como cantora e musicista. Natália é também educadora musical para crianças e jovens. Como compositora realizou trabalhos de trilha sonora para o Festival Boca do Céu (2021), em São Paulo, e para a então sessão de histórias que se tornaria a peça “Canções para afastar o medo – Contos e Acalantos latino-americanos”, com o qual ganhou o 7º Prêmio CBTIJ na categoria de Melhor trilha sonora adaptada (2022). 

Ficha técnica:

  • Elenco: QINTI Companhia, com Natalia Sarante e Rosana Reátegui
  • Direção artística: Rosana Reátegui
  • Direção de movimento e animação de formas: Marise Nogueira
  • Concepção, atuação e dramaturgia: Rosana Reátegui
  • Cantos e arranjos musicais: Natalia Sarante
  • Preparação corporal: Marise Nogueira 
  • Figurino: Francisco Leite
  • Costureira: Maria Brandão
  • Iluminação: Thiago Monte
  • Operador de luz: Renato Marques
  • Cenário: Renato Marques e Rosana Reátegui 
  • Personagens em lã: Rosana Reátegui
  • Designer: Rodrigo Menezes
  • Direção de produção: Bruno Paiva 
  • Assistência de produção: Serena Sollini
  • Realização: Qinti Companhia

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