Teatro Poeira: Eduardo Rieche comemora 15 anos peça baseada obra Santo Agostinho, Inquieto Coração

por Redação

As perguntas e provocações do filósofo, escritor, bispo e importante teólogo cristão Santo Agostinho (354 d.C.-430 d.C) ainda soam atuais, e muitas delas sem resposta: a tentativa de compreensão do tempo, do envelhecer, dos desejos, das autovigilâncias, da verdade, da correlação entre o sagrado e o profano, da alegria de viver.

As suas concepções sobre as relações entre a fé e a razão, o corpo e a alma, dominaram toda a Idade Média. É considerado um Doutor da Igreja, tendo produzido uma obra que dialoga tanto com a filosofia grega quanto com correntes filosóficas contemporâneas. Deixou mais de 12.000 páginas impressas, sendo 313 livros, 247 cartas e mais de 500 sermões, que chegaram até os nossos dias, exercendo grande influência em várias áreas do conhecimento.

A partir de 07 de novembro o público poderá se (re)encontrar com um dos grandes sucessos da cena teatral carioca dos últimos anos, o solo “Inquieto Coração”, de Eduardo Rieche, agora rebatizado “Inquieto Coração – 15 anos”. Esta edição comemorativa da peça fecha o ano de 2023 do Teatro Poeira.

“A verdade não é minha, a verdade não é tua – para que possa ser tua e minha”
Santo Agostinho (comentários aos Salmos, 103, 2, 11)

Com direção de Henrique Tavares e texto e atuação de Rieche, a peça joga luz sobre o lado humano de Santo Agostinho (354 d.C.-430 d.C) e todas as questões que moveram seu inquieto coração na direção do autoconhecimento e do conhecimento do mundo intangível da espiritualidade.

As perguntas e provocações daquele pensador do século IV ainda soam atuais, e muitas delas sem resposta – a tentativa de compreensão do tempo, do envelhecer, dos desejos, das autovigilâncias, da verdade, da correlação entre o sagrado e o profano, da alegria de viver.

A peça promove um encontro inédito entre os escritos de Agostinho, este primeiro homem “moderno”, e o homem atual. “Santo Agostinho está mais próximo de nós do que imaginamos: no nosso modo de pensar a relação entre razão e fé, ação e contemplação, amor e sexo”, afirma o diretor Henrique Tavares.

A dramaturgia de Eduardo Rieche foi construída a partir da adaptação  de algumas cartas e sermões de Santo Agostinho, além de  quatro de suas principais obras – “Confissões”, “A Cidade de Deus”, “A Trindade” e “Solilóquios”. “Agostinho vai muito além da figura religiosa. Sua obra foi e continua sendo determinante para a construção do pensamento ocidental. Era um escritor intenso, que deixou mais de mil publicações, entre livros, sermões, textos filosóficos e doutrinais”, explica o autor e ator.

Também formado em Psicologia, Rieche teve seu primeiro contato com a obra de Santo Agostinho na faculdade, através da autobiografia “Confissões”. “Uma autobiografia pressupõe os conceitos de eu, sujeito e personalidade, que ainda não existiam no século IV. As obras de Santo Agostinho trazem questões extremamente contemporâneas sobre diversos assuntos, questões que muitos autores exploraram posteriormente, sob diversas vertentes”, acrescenta.

“No discurso do tempo, não há um espaço definido em que o futuro se transforme em passado, pois é enquanto se vive que o presente vai lançando o futuro para o passado, e o passado cresce com a diminuição do futuro, até que, esgotado o futuro, não haja mais que passado. Mas o futuro, que ainda não existe, como pode diminuir ou consumir-se? E o passado, que já não existe mais, como pode aumentar?”

Santo Agostinho, “Confissões”

A MONTAGEM

O cenário de Doris Rollemberg contrapõe texturas rústicas que remetem a um passado secular a objetos modernos como cubos transparentes de acrílico que contém elementos simbólicos da natureza. No piso, uma rosa-dos-ventos estilizada sugere o longo e complexo caminho do santo em sua procura de Deus. Em diálogo com o cenário, o figurino de Mauro Leite envolve o ator em vestes que remetem tanto aos trajes religiosos quanto aos de um peregrino. A luz de Renato Machado ampara visualmente as reflexões e dúvidas do santo.

HISTÓRICO DA PEÇA

“Inquieto Coração” estreou em novembro de 2008 na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, onde permaneceu em cartaz por seis meses ininterruptos devido ao grande sucesso de público e crítica. Ao longo destes 15 anos, a peça foi apresentada em São Paulo e em outras cidades brasileiras como Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Fortaleza, atraindo um público de mais de 12 mil espectadores.

Serviços

ESTREIA: dia 07 de novembro (3ªf), às 20h

ONDE: Teatro Poeira

R. São João Batista, 104, Botafogo / RJ Tel: (21) 2537-8053

HORÁRIOS: 3ª e 4ª às 20h / INGRESSOS: R$60 e R$30 (meia) / VENDAS: https://bileto.sympla.com.br/event/87463/ e na bilheteria do teatro de 3ª a sab das 15h às 20h e dom das 15h às 19h / CLASSIFICAÇÃO: 12 anos / DURAÇÃO: 55 min / CAPACIDADE: 171 espectadores / ACESSIBILIDADE: sim / GÊNERO: monólogo / TEMPORADA: até 13 de dezembro

FICHA TÉCNICA

  • Dramaturgia e Atuação: Eduardo Rieche
  • Direção: Henrique Tavares
  • Cenário: Doris Rollemberg
  • Figurino: Mauro Leite
  • Iluminação: Renato Machado
  • Projeto Gráfico: Batman Zavareze
  • Trilha Sonora: Eduardo Rieche e Henrique Tavares
  • Fotos: Almir Reis
  • Administração: Dulce Penna
  • Cenotécnico: Renato Silva
  • Chefe de Palco: Sabrina do Amaral André
  • Confecção de Figurino: Jorge Luiz Pereira
  • Gestão de Mídias Sociais: Top Na Mídia Comunicação
  • Montagem de Luz: Maurício Fuziyama e Wallace Furtado
  • Operação de Luz:  Wallace Furtado
  • Operação de Som: Marcelo Stu
  • Idealização e Produção: Eduardo Rieche
  • Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

 

 

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