Assucena lança “Lusco-Fusco”, primeiro álbum da carreira solo, nesta sexta, 29 de setembro

A cantora e compositora, que foi duas vezes indicada ao Grammy Latino com sua antiga banda “As Bahias e a Cozinha Mineira”, estreou sua carreira solo no final de 2021 com projeto em homenagem à Gal Costa. Nesta nova fase, revela todas as suas cores e cantos num álbum marcado pela brasilidade, pela diversidade de ritmos e pelo diálogo entre a tradição e o contemporâne

por Redação

Inspirada pelas paisagens coloridas que pintam o céu durante o lusco-fusco e pela diversidade de gêneros e estéticas que compõem a música popular brasileira, a cantora e compositora Assucena lança, no próximo dia 29 de setembro, sexta, seu primeiro álbum solo, o “Lusco-Fusco”. O álbum, distribuído digitalmente pela Altafonte Brasil, conta com a produção musical de Pupillo e Rafael Acerbi e direção artística da própria Assucena, ao lado da cantora Céu.

Composto por dez faixas autorais, “Lusco-Fusco” foi construído narrativamente a partir do degradê de cores, luzes, emoções e temáticas que marcam as transições do dia para a noite e da noite para o dia. Ou, como recita Assucena na vinheta “Meeira”, do “breu para a luz/ da luz para o breu”. A partir das transformações que permeiam sua história pessoal e seu universo particular, Assucena canta a diversidade de brasis e provoca reflexões sobre amor, afetividades e política. “A ideia foi falar sobre os mais diversos processos de transição: no amor, na vida, no que se refere às identidades de gênero, às descobertas do mundo, aos ciclos da vida”, conta ela.

“Lusco-Fusco” é um disco colorido, que passeia pela música popular brasileira em toda sua diversidade. As faixas têm participações especiais como a percussão e o cavaquinho de Pretinho da Serrinha (“Menino Pele Cor de Jambo”); os teclados e sintetizadores de Hervé Salters (“Nu”); o piano de Rafael Montorfano, conhecido como Chicão (“Quase da cor dos seus olhos” e “Reluzente”) e o acordeón de Lulinha Alencar (“Enluarada”).

A cantora Céu divide a direção artística com Assucena das faixas “Menino Pele Cor de Jambo”“Nu““A última quem sabe” e “Manhoso demais”. E, dentre as dez composições autorais, Assucena divide a parceria de uma delas, “Ad Aeternum”, com o cantor pernambucano Paulo Netto.

“Meu primeiro álbum autoral trará uma reflexão sobre o Brasil contemporâneo e sobre o meu corpo como território político nessa mátria que tem a brasa como radical de seu nome. Tem como princípio discutir as TRANSições, as TRANSformações, as TRANSmutacões: a brasa tanto como o momento da ascensão quanto de extinção do fogo. Nasce de minhas necessidades de comunicar existências, afetos, desilusões e demandas de pessoas trans e travestis”, revela Assucena.

Sobre o processo de construção desse primeiro álbum solo, ela explica que, “ao questionar e desnaturalizar o que a cultura determinou como natureza, proponho, de maneira provocativa, novas linguagens, discursos e estéticas para falar de amor, comportamento e política”. Neste sentido, Assucena explora um caminho estético sonoro que conversa com nossa tradição e nossa contemporaneidade para apontar a TRANSformação dos espaços, dos tempos e das ideias. Por isso, cruza barreiras musicais e se constrói como uma metáfora sonora em TRANSE, entre o samba e o rock, entre o blues e o baião, entre o pop contemporâneo e o arrocha. Lusco-Fusco nasce do degradê de cores, sonoridades e narrativas, desse colorido de expressões da minha verdade e da minha identidade. Representa, ainda, a transição e a aurora de uma nova fase artística. Que venha nossa TRANScendência!”, deseja Assucena.

A artista iniciou o processo de lançamento de seu álbum com o single “Menino Pele Cor de Jambo”, em novembro de 2022. O segundo single, “Nu”, foi lançado na primeira semana de março de 2023; e o terceiro, “A última, quem sabe”, no início de setembro.

Depois de seis anos de muitas conquistas como uma das idealizadoras da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, incluindo dois Prêmios da Música Brasileira e duas indicações ao Grammy Latino, Assucena iniciou sua carreira solo em 2021 com “Rio e também posso chorar”, show-homenagem à Gal Costa que se transformou em um tributo à artista que mais influenciou sua formação artística. Em paralelo ao processo de produção de seu primeiro álbum autoral solo, a artista também estreou no teatro com a peça “Mata teu pai, Ópera-balada”, com texto de Grace Passô e direção de Inez Viana, e com a qual foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro 2023 como melhor atriz.

E antes das músicas desse álbum, Assucena lançou em 2022 os primeiros singles da carreira solo: a canção autoral inédita “Parti do Alto” e uma releitura-homenagem de “Ela”, gravada por Elis Regina há 50 anos.

Faixa a Faixa

01 – Menino Pele Cor de Jambo: canção que nasce do sol, a estrela mãe de toda cor. É daí que vem a cor desse menino. É um samba-rock com uma pegada de samba-reggae.

02 – Fluorescente: uma saída do armário para viver a vida. Entre o samba, o rock, o eletrônico e o funk. Tudo se mistura.

03 – Nu: canção progressiva que traz o funk de forma minimalista entre beats e guitarras. É um lusco-fusco artificial e privado, enquanto dois corpos se reconhecem à meia luz do abajur.

04 – Quase da Cor dos seus Olhos: um duo de piano e voz a compartilhar uma dúvida cruel, um pensamento alto: “Seus olhos verdes quase teimam me fazer amar”. Um drama interno com a questão: quem nunca teve o medo de amar novamente?

05 – Reluzente: vem de um sonho, de um amor que renasce dos escombros; da morte pra vida, como uma fênix. Um blues romântico, mas também filosófico, cheio de luz.

06 – Meeira: uma vinheta gravada à capela. Ela traz o conceito do disco como questão. O lusco-fusco é um meio, uma transição assim como os crepúsculos.

07 – A Última, Quem Sabe: uma seresta, um arrocha, um bolero. Às vezes um ultimato é importante: “eu só sei é que eu quero é que você seja sincero”. Um pedido de sinceridade. Essa canção vem de Brasis profundos.

08 – Manhoso Demais: depois de uma madrugada ardente vem o gato ronronando entre a mania e o afeto. A declaração de amor, a mar, a bossa dedilhada pela violação a voz e a apoteose do sexo.

09 – Ad Aeternum – uma reflexão acerca da circularidade da vida. O sol tomando sua centralidade no sistema solar; e essa circularidade se espelha no cotidiano da vida. O pop vem como a cereja do bolo desse arranjo.

10 – Enluarada: – é uma festa; é uma convocação. É o baião com uma sanfona vindo anunciar um Brasil machucado, mas cheio de esperança. A festa de quem nunca viu, acontecerá.

Você pode gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceito Leia mais

Share via